Ventos de austeridade sopram na Irlanda e vão soprar forte nos próximos anos. O primeiro-ministro Bryan Cowen apresentou o plano de austeridade para cumprir até 2014: cortes nos benefícios sociais, despedimentos na função pública e aumento progressivo do IVA.
Ou seja um emagrecimento de 15 mil milhões de euros no orçamento público.
A tempestade econômica provoca vagas de contestação social. Alguns irlandeses continuam a exigir eleições antecipadas.
Mas Dublin quer primeiro aprovar o esquema de ajuda da União e do FMI mas há quem diga que o plano de austeridade do governo é irrealista porque apoia-se demasiado na previsão de forte crescimento econômico, que não está garantido.
Olli Rehn, comissário dos Assuntos Econômicos e Monetários, voltou a explicar que o problema da Irlanda é um problema de insolvência do sistema bancário e que o de Portugal, apontado como a próxima vítima dos mercados, é totalmente diferente, pois deve-se a um débil crescimento econômico.
Portugal viveu a maior greve geral em 22 anos, pelo menos de acordo com os sindicatos que falam numa adesão de 60%. O governo considera um número irreal. Um governo minoritário, que rejeita contágios da enfermidade grego-irlandesa, e que se viu obrigado a fazer concessões à oposição para levar adiante mais medidas de austeridade.
CRISE NA IRLANDA - ISLANDENSES VOLTAM A EMIGRAR
A Irlanda foi o primeiro país da zona euro a entrar oficialmente em recessão, em Setembro de 2008, depois da explosão da bolsa imobiliária.
O crescimento do Tigre Celta tinha atingido 7 por cento em 2007.
Em 30 anos, este país pobre e agrícola tornou-se numa das economias mais prósperas e dinâmicas da Europa. O rendimento per capita ultrapassou o da Alemanha e do Reino Unido, o salário mínimo ronda os 1500 euros, 8.65 euros, um dos mais altos da Europa.
Uma das chaves do milagre foi a competitividade fiscal para atrair as multinacionais americanas.
O IRC passou a 12.5 % e rendeu 3,9 mil milhões de euros em 2009, 3,1 mil milhões previstos para 2010, ou seja, 10% do rendimento do governo.
Mas este liberalismo econômico CUSTOU CARO apagou-se por volta de 2008, quando o Estado teve de salvar os bancos infestados de produtos tóxicos, nomeadamente o Anglo Irish Bank, nacionalizado.
Os 50 mil milhões de euros canalizados para os bancos provocaram o défice orçamental de 32% do PIB.
O governo teve de pôr em prática medidas de austeridade, nomedamente no orçamento que foi votado em 2009.
Os salários dos funcionários públicos sofreram um corte de 5 a 15%, o que permitiu poupar mil milhões de euros.
O corte de 4% nas indemnizações por desemprego permitiu economizar mais 660 milhões de euros.
O desemprego atingiu os 14% e a máquina económica encravou. Os irlandeses vêem na emigração a única saída possível para a crise.
Gerry Kitterick, construtor civil:
“Sim, penso na emigração, para a Austrália ou o Canadá, onde há mais oportunidades, há mais trabalho e as possibilidades são melhores a longo prazo.”
O medo e as dificuldades afectam os mais qualificados, como os cientistas.
Sophia Millington-Ward:
“Diria que cerca de 40% de pessoas na minha área, que é a pesquisa genética, estão a lutar e a procurar por fora para trabalharem”.
Calcula-se que cerca de cinco mil pessoas por mês estejam a deixar a Irlanda. Um passo atrás amargo neste país marcado por um passado de emigração em massa.
A Irlanda foi o primeiro país da zona euro a entrar oficialmente em recessão, em Setembro de 2008, depois da explosão da bolsa imobiliária.
O crescimento do Tigre Celta tinha atingido 7 por cento em 2007.
Em 30 anos, este país pobre e agrícola tornou-se numa das economias mais prósperas e dinâmicas da Europa. O rendimento per capita ultrapassou o da Alemanha e do Reino Unido, o salário mínimo ronda os 1500 euros, 8.65 euros, um dos mais altos da Europa.
Uma das chaves do milagre foi a competitividade fiscal para atrair as multinacionais americanas.
O IRC passou a 12.5 % e rendeu 3,9 mil milhões de euros em 2009, 3,1 mil milhões previstos para 2010, ou seja, 10% do rendimento do governo.
Mas este liberalismo económico apagou-se por volta de 2008, quando o Estado teve de salvar os bancos infestados de produtos tóxicos, nomeadamente o Anglo Irish Bank, nacionalizado.
Os 50 mil milhões de euros canalizados para os bancos provocaram o défice orçamental de 32% do PIB.
O governo teve de pôr em prática medidas de austeridade, nomeadamente no orçamento que foi votado em 2009.
Os salários dos funcionários públicos sofreram um corte de 5 a 15%, o que permitiu poupar mil milhões de euros.
O corte de 4% nas indemnizações por desemprego permitiu economizar mais 660 milhões de euros.
O desemprego atingiu os 14% e a máquina económica encravou. Os irlandeses vêem na emigração a única saída possível para a crise.
Gerry Kitterick, construtor civil:
“Sim, penso na emigração, para a Austrália ou o Canadá, onde há mais oportunidades, há mais trabalho e as possibilidades são melhores a longo prazo.”
O medo e as dificuldades afectam os mais qualificados, como os cientistas.
Sophia Millington-Ward:
“Diria que cerca de 40% de pessoas na minha área, que é a pesquisa genética, estão a lutar e a procurar por fora para trabalharem”.
Calcula-se que cerca de cinco mil pessoas por mês estejam a deixar a Irlanda. Um passo atrás amargo neste país marcado por um passado de emigração em massa.
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