UM NOVO CICLO DE MUDANÇAS
DILMA ROUSSEFF PRESIDENTE 2015/2018
Um novo ciclo de
mudanças
As eleições de 2014 estão marcadas pelo apoio popular às
mudanças realizadas pelos governos Lula e Dilma e, de outro lado, por um desejo
cada vez mais generalizado em favor de um novo ciclo de mudanças.
Este novo ciclo de mudanças se tornou viável e necessário a
partir da grande transformação em curso durante os governos Lula e
Dilma. Logo, a defesa das conquistas efetuadas desde 2003 deve ser feita e
tratada como plataforma para um novo ciclo de mudanças.
Para tal, o PT propõe um programa de reformas estruturais,
ampliando a democracia e os direitos públicos, promovendo um novo período de
desenvolvimento sustentável e crescimento econômico, distribuição de renda e
luta contra as desigualdades sociais e regionais.
As políticas sociais adotadas pelos governos Lula e Dilma
constituíram, antes de tudo, uma decisão política reconhecendo direitos que
vinham sendo subtraídos a dezenas de milhões de compatriotas, antes excluídos
econômica, social, cultural e politicamente. Não foram “favores” concedidos aos
setores mais postergados da sociedade, como gostam de proclamar vozes das
oposições. Nem se trataram de políticas pontuais de “compensação social”, como
concebe o receituário neoliberal.
As justas demandas populares foram traduzidas em políticas
públicas. Mas a sociedade brasileira não se acomodou com o conquistado. Ao
contrário. A mudança das condições de vida de milhões de homens e mulheres
permitiu o ingresso na esfera pública de novos contingentes sociais,
conscientes do papel central que lhes cabe na transformação do país.
Em certa
medida, foram as conquistas alcançadas que embasaram o desejo de mais
conquistas, através de melhores serviços de saúde, educação de qualidade,
condições dignas de habitação e transporte nas cidades brasileiras, mais
segurança; foi o acesso à cidadania real que fortaleceu o desejo de mais
transparência e democracia.
As
manifestações de 2013 e a vontade de mudança que as pesquisas apontam nos dias
de hoje são expressões da saudável metamorfose pela qual o país vem passando.
Apontando, especialmente, a necessidade de ampliar as políticas relacionadas
com 50 milhões de jovens brasileiros e brasileiras.
O pleno-emprego
e o aumento da renda foram e são fundamentais na busca da igualdade, mas a
desigualdade apresenta outras caras. A luta contra a desigualdade é um processo
amplo, complexo e de longa duração.
Importantes
segmentos da sociedade enxergam as instituições como muito distantes e marcadas
pela corrupção. Consideram a Justiça lenta e elitista. Sentem-se pouco
representados pelos Legislativos. Consideram os Executivos prisioneiros da
burocracia e de entraves legais que dificultam resolver, com mais rapidez,
problemas que se arrastam há décadas.
O sentimento de
urgência da sociedade tem de ser ouvido e respeitado. Por essa razão, diferente
de governantes de outros países, a Presidenta Dilma reagiu positiva e
rapidamente às manifestações de 2013, reconhecendo sua legitimidade e
respondendo às suas demandas.
Também por
isso, apesar dos ataques conduzidos por partidos, por especuladores e boa parte
dos meios de comunicação, segue dominante a opção da sociedade brasileira em
favor da reeleição da presidenta Dilma Rousseff.
A sociedade quer mudanças e
majoritariamente confia que o PT e seus aliados têm as melhores condições para
levá-las adiante.
Iniciaram um novo curso
para o Brasil, com forte impacto na América Latina. Um desenvolvimento soberano, internacionalmente ativo, social e politicamente
inclusivo, requer uma democracia mais avançada que a que praticamos hoje, uma
revolução democrática, que expressa em última instância um processo de
conquista de soberania popular para definição dos rumos do Brasil e do seu
papel no mundo.
Não é pouco o
que está em jogo em 2014. Temos de estar à altura deste desafio. Quando saíamos
da longa noite da ditadura, soubemos dizer “nunca mais”! Agora, após mais de uma década de grandes transformações em
nosso país, é hora de afirmarmos “nunca menos”!
Um novo ciclo de
mudanças e conquistas
A defesa de um segundo mandato presidencial da Presidenta
Dilma, que continue mudando o Brasil, inclui reconhecer que continuam postas as
tarefas de superar a herança maldita proveniente da ditadura militar, do
desenvolvimentismo conservador, da devastação neoliberal, da ditadura do
capital financeiro e monopolista sobre a economia, da lógica do Estado mínimo.
Para continuar democratizando o país, ampliando o bem-estar
social e trilhando um caminho democrático-popular de desenvolvimento
sustentável, defendemos um conjunto de mudanças estruturais, entre as quais a
reforma agrária e a reforma urbana, a reforma política e a democratização dos
meios de comunicação, a reforma tributária e a ampliação dos direitos públicos
universais, aprofundar a soberania nacional, a integração latino-americana e
caribenha e nossa participação nos BRICS como parte da construção de uma nova
ordem mundial.
No
segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff, portanto, é chegada a hora das
reformas democráticas e populares, para consolidar as políticas bem sucedidas
que empreendemos e para deslanchar novas políticas de democratização da renda,
da riqueza e do poder.
Reforma Política
A reforma política é a mãe de todas as reformas. Sua
realização corrigirá as profundas distorções que marcam nosso sistema
representativo e o funcionamento dos poderes da República, permitindo uma maior
participação da sociedade na formulação e controle das políticas públicas,
fortalecendo a dimensão republicana e laica do Estado brasileiro, corrigindo a
sub-representação de mulheres, negros, jovens e trabalhadores na composição
atual do Congresso Nacional.
Uma Constituinte Exclusiva para a reforma política
eliminará o financiamento empresarial privado nos processos eleitorais, que
constitui uma das fontes da corrupção sistêmica que afeta o funcionamento de
nosso sistema republicano.
Democracia Participativa
Os governos Lula e Dilma criaram a maior dinâmica de
democracia participativa no governo federal, generalizando a prática das
conferências nacionais nos ministérios responsáveis por políticas sociais,
formulando um diálogo permanente com os movimentos sociais, ampliando os fóruns
e conselhos com representação da sociedade civil.
Esta dinâmica deve ser institucionalizada, criando um
sistema nacional de democracia participativa, promovendo uma discussão nacional
das prioridades do orçamento federal, formatando um processo permanente de
ampliação dos direitos democráticos de participação.
Direitos Humanos
Aos 50 anos do golpe militar de 1964, o Partido dos Trabalhadores
reafirma a luta pelos direitos humanos como parte essencial da democracia. As
múltiplas dimensões dos direitos humanos incluem o apoio às populações
indígenas, a implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente, do Estatuto
da Juventude, do Estatuto do Idoso, os direitos das pessoas com deficiência, a
luta contra a homofobia, contra o racismo, os direitos das mulheres e o Estado
laico.
A revisão da Lei da Anistia –- com a punição dos crimes
praticados por agentes do Estado durante a ditadura militar –- e a ação da
Comissão da Verdade -- através do resgate da história daqueles e daquelas que
foram torturados, desaparecidos, exilados, mortos, perderam seus familiares e
amigos -- ajudam a impedir a continuidade destas práticas nas forças armadas e
de segurança, na justiça e no sistema prisional, na criminalização dos
movimentos sociais e na discriminação contra as camadas populares.
Democracia na Comunicação
A democratização da sociedade brasileira exige que todas
e todos possam exercer plenamente a mais ampla e irrestrita liberdade de
expressão, o que passa pela regulação dos meios de comunicação – impedindo
práticas monopolistas – sem que isso implique em qualquer forma de censura,
limitação ou controle de conteúdos.
Uma nova regulação dos meios de comunicação deve proteger e
promover os direitos humanos e combater os monopólios, atualizando as
conquistas cidadãs da Constituição Federal, regulamentando o que já é previsto
na mesma em relação às rádios e televisão brasileiras.
O Marco Civil da Internet, ao garantir respeito à
privacidade, a transparência e a neutralidade da rede, foi nossa resposta ao
desafio de preservar a independência deste meio de comunicação, expressa a
postura soberana do Brasil e baliza nossa política de comunicação.
Segurança pública e enfrentamento à violência
O governo federal ampliará sua cooperação com os governos
estaduais no combate ao crime organizado, especialmente ao narcotráfico,
aumentando a vigilância das fronteiras e o trabalho de inteligência da Polícia
Federal. Mobilizaremos o debate federativo pela reforma do sistema prisional
brasileiro, para que este de fato se cumpra seu papel ressocializador.
Apoiaremos a desmilitarização das polícias e uma nova política de formação dos
agentes de segurança.
A violência e o crime proliferam onde o Estado esteve
ausente: nas regiões sem habitação digna, saneamento, educação de qualidade,
saúde, onde faltam equipamentos de cultura e de lazer. As experiências exitosas
do governo federal junto a governos estaduais ao associar a segurança –
inclusive com a presença de contingentes federais - a iniciativas sociais
profundas, que alteram positivamente as condições de vida das populações, irão
multiplicar-se.
O combate aos efeitos do narcotráfico, sobretudo no que se
refere às drogas pesadas, como o crack, passa também pela construção, já em
curso, de uma vasta rede de atenção aos usuários de drogas, particularmente aos
jovens. É da perspectiva da saúde pública e bem estar social que devem ser
tratadas as questões relativas ao uso do álcool e drogas.
Mulheres
A presença de uma mulher na Presidência da República teve
um efeito positivo no aumento de sua representação no Ministério e na direção
de empresas públicas, assim como na melhoria da condição feminina no Brasil. A persistência de sua discriminação na política, no mundo
do trabalho (inclusive sob o aspecto salarial) e a violência contra as
mulheres, sobretudo doméstica, estão ancoradas em profundos preconceitos que
subsistem em partes da sociedade. Somente uma ação continuada, apoiada por iniciativas de um poder público laico, poderá ir corrigindo esta brutal iniquidade: o fim da discriminação às mulheres não é um problema “setorial” a ser resolvido, mas uma questão fundamental para a construção da democracia no país.
Combate ao Racismo
No Brasil, 51% da população se autodeclara preto e pardo.
Ainda assim, continuam existindo o racismo, a homofobia e intolerância
religiosa contra adeptos das religiões de matriz africana. E a desigualdade e o
racismo institucionalizado seguem presentes no mundo do trabalho e na violência
dos aparatos repressivos do Estado, a despeito das muitas iniciativas
governamentais.
O segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff continuará
empenhado na luta contra a discriminação racial, no plano das ideias e no plano
das decisões políticas, seja por meio da políticas sociais que incidem sobre o
conjunto da população negra e pobre, seja por meio de políticas afirmativas
reparatórias para a promoção da igualdade racial, como o Estatuto da Igualdade
Racial; o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial; o reconhecimento
das terras quilombolas, valorização e apoio às comunidades tradicionais, por
meio dos diversos grupos etnicorraciais, indígenas, quilombolas, ciganos,
ribeirinhas, pescadores (as), marisqueiras; a ampliação de matrículas nas
universidades federais: hoje, 49% dos alunos do PROUNI são negros, da mesma
forma que 47% dos beneficiários do FIES e de 65% dos alunos do PRONATEC, ou de
60% dos microempreendedores individuais (MEI).
Oferecer oportunidades,
combater a pobreza e a desigualdade
A continuidade, ampliação e aprofundamento das políticas de
transferência de renda -- como o plano Brasil sem Miséria provocou a
melhoria das condições de vida de milhões de brasileiros e brasileiras.
Contribuiu, igualmente, para a constituição e o alargamento de um grande
mercado de bens de consumo de massas, essencial para a dinâmica econômica.
A melhoria das condições de habitação, que tem no Minha
Casa Minha Vida seu carro-chefe, será complementada pelas transformações no
transporte público das grandes cidades, materializadas no Pacto pela Mobilidade
Urbana, cujos primeiros efeitos já se fazem sentir.
Apesar dos avanços, milhões de brasileiros ainda enfrentam
problemas “da porta de casa para fora”. Também por isso, as políticas públicas
que visam elevar o nível de vida população não estão esgotadas e terão
continuidade no segundo mandato Dilma Rousseff, exigindo mecanismos
complementares e inovadores, com destaque para tudo aquilo que envolve o
direito às cidades.
Mais de 90% da população vive nas cidades, que cresceram
desordenadamente, sendo que muitas cidades estão à beira do colapso. Defendemos
um Pacto pelo Direito às Cidades, para construir soluções conjuntas aos grandes
problemas estruturais das cidades, como a mobilidade urbana, a falta de
qualidade dos serviços básicos de saneamento, a falta de segurança e de espaços
de lazer e de cultura.
Educação
A ampliação de oportunidades também é proporcionada pelos
programas educacionais, desde aqueles relacionados com a qualificação
profissional, como o PRONATEC (com mais de 6 milhões de jovens), a ampliação
das creches, da rede básica, do ensino em tempo integral, das vagas nos
institutos federais, nas Universidades públicas, do PROUNI e do FIES, os 100
mil estudantes do Ciência sem Fronteiras.
A iniciativa governamental, aprovada pelo Congresso
Nacional, de destinar 75% dos royaltes do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré
Sal para a educação, transforma petróleo em conhecimento.
O governo federal se empenhará ainda mais na proteção e
desenvolvimento integral da criança, colaborando com os municípios na ampliação
do atendimento em creches, na universalização da educação infantil de 4 e 5
anos até 2016, e na ampliação da educação em tempo integral.
Também se empenhará na Formação Plena da Juventude
brasileira, visando garantir o acesso ao conhecimento científico, técnico e
tecnológico, à cultura e ao esporte. Para isso será necessário um pacto
nacional visando a universalização e a qualidade do ensino médio até 2016.
O
governo federal, em colaboração com os estados e o Distrito Federal,
contribuirá para promover mudanças no currículo, na rotina e gestão das
escolas, visando desenvolver o espírito de investigação, ampliar o acesso à
arte e à tecnologia. Além disso, seguirá investindo na formação profissional por
meio do PRONATEC, dos Institutos Federais e Escolas de Educação Tecnológicas,
do PROUNI, do FIES e das Universidades Públicas Federais.
É preciso avançar na construção do Sistema Nacional de
Educação, assim como o Sistema Único de Saúde (SUS), o Sistema Único da
Assistência Social (SUAS) e o Sistema Nacional de Cultura, em diálogo com a
sociedade.
Saúde
O Governo brasileiro promoveu um Pacto pela Saúde e garantiu
25% dos royaltes do Pré Sal para o setor. Terão continuidade iniciativas como o
exitoso Programa Mais Médicos, a construção de novas UPAS, a disseminação das
Farmácias Populares e o SAMU.
Tudo isso ajudará a defender e fortalecer o SUS como direito
de todos e dever do Estado, um sistema público e gratuito, com mecanismos de
gestão eficientes e de qualidade, alicerçado nos princípios da universalidade,
integralidade, equidade e igualdade na atenção à saúde, comprometido com a
defesa da vida.
Ajudará,
também, no financiamento adequado e suficiente para o SUS, mobilizando a
sociedade e os governos para garantir a aprovação pelo Congresso Nacional de
projeto de lei que assegure o repasse efetivo e integral de 10% das receitas
correntes brutas da União para a saúde pública.
Servidores públicos
A ampliação dos direitos e das políticas públicas exige,
para seu pleno sucesso, um funcionalismo tecnicamente competente, motivado e
principalmente comprometido com sua missão cidadã.
Com este propósito, desde 2003 temos reconstruído aquilo
que foi destruído no período neoliberal. Os servidores públicos da União
receberam valorização e isonomia entre os que exercem atribuições simulares. No
segundo mandato de Dilma Rousseff, devemos avançar em questões como reajuste
anual, negociação coletiva (Convenção 151 da OIT) e reposição das perdas
inflacionárias para as categorias que ainda não foram contempladas.
Crescimento e Produtividade
Para dar continuidade e sustentabilidade para a grande
transformação iniciada em 2003, necessitamos nos próximos anos de um crescimento
mais acelerado da economia brasileira. Essa expansão está intimamente
ligada, entre outros fatores, ao aumento da produtividade, especialmente
no setor industrial, que poderá ser favorecido pelo início do novo ciclo de
expansão global.
A ampliação e qualificação do mercado interno e a expansão
das exportações põem no centro da política econômica a questão da
produtividade. Seu incremento não se dará, ao contrário do que pretendem os
conservadores, pela redução dos salários, em especial do salário mínimo; pelo
aumento do desemprego, que faça pressão sobre a renda
dos trabalhadores; ou por uma “reforma trabalhista” que atente contra direitos
laborais e produza a precarização do emprego.
Ao contrário
disto, cabe preservar o equilíbrio macroeconômico, combinado com políticas
monetária, cambial e tributária capazes de priorizar a atividade produtiva, nos
marcos do Pacto
pela Estabilidade Fiscal e de controle da inflação, enunciado em 2013.
A criação de cadeias integradas de valor com países
vizinhos garantirá importantes condições de competitividade, como tem ocorrido
na Ásia, por exemplo. O apoio técnico, creditício e fiscal à micro, pequena e
média empresa, ao lado de medidas de desburocratização, que vem sendo
implementadas, deverá ganhar maior impulso nos próximos quatro anos. Devemos
continuar estimulando o empreendedorismo dos brasileiros.
O prosseguimento da reforma agrária, combinado à criação de
novos assentamentos com o fortalecimento de programas de apoio técnico e
creditício à agricultura familiar, permitindo a consolidação de um campesinato
próspero e produtivo.
O fortalecimento da política de desenvolvimento
territorial, tendo em vista a sua capacidade de diminuir as desigualdades
regionais e de interiorizar um modelo sustentável de desenvolvimento da
agricultura familiar e da economia solidaria no país.
A
condução do Banco Central como instrumento da política econômica. Sinergia entre política monetária e política fiscal é essencial para
que possamos seguir com distribuição de renda, controle da inflação e
manutenção do crescimento do PIB Brasileiro.
Infraestrutura para o
Brasil crescer mais
Um país de dimensões continentais, como o Brasil, tem de
garantir sua integração, a redução de suas desigualdades regionais e sua
competitividade, por meio da construção de uma importante infraestrutura
energética e logística.
A construção de novas hidroelétricas, os grandes
investimentos da Petrobras e a extensão das linhas de transmissão têm garantido
– e seguirão garantindo – ao setor produtivo e aos consumidores em geral o
fornecimento de energia requerido.
Concessões no setor de transportes têm consequências
positivas na construção ou reforma de rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e
aeroportos, pensadas em função das especificidades regionais.
O Estado – como agente indutor do desenvolvimento – tem
estabelecido, e estabelecerá no futuro, parcerias que permitam sanar os graves
déficits que comprometem há décadas a competitividade da economia brasileira.
Essa atribuição do Estado pode ser constatada na realização de 82% das metas
previstas pelo PAC 2, o que colocou a necessidade de lançar em breve o PAC 3,
que irá balizar a continuidade destes objetivos estratégicos fundamentais para
o país.
Distinto do passado, onde os processos de privatização
alienavam o patrimônio do Brasil, duramente amealhado, apenas para “fazer
caixa”, as concessões atuais em alguns domínios da infraestrutura têm prazos,
estabelecem condições rígidas de funcionamento e asseguram a primazia do
interesse nacional.
Sustentabilidade
A construção de um modelo de desenvolvimento que contemple
os aspectos democráticos, econômicos, sociais e ambientais tem sido a marca do
Governo Dilma: crescimento, erradicação da pobreza, preservação do meio
ambiente e ampliação da democracia. São exemplos internos, que dão suporte
a nossas posições internacionais, nosso empenho contra o desmatamento, o
incremento de nossa matriz energética renovável, nossas práticas e políticas
sustentáveis na agricultura e na indústria. Não precisa existir contradição
entre crescer, incluir, proteger e conservar.
Soberania, Integração
e Solidariedade Internacional
O novo lugar que o Brasil passou a ocupar no mundo deveu-se
essencialmente às transformações que governo e povo fomos capazes de realizar
na última década. Essas transformações foram essenciais para que a política
externa de Lula e Dilma reatasse laços com a melhores tradições da diplomacia
brasileira: a afirmação da soberania e do interesse nacionais, o respeito à
autodeterminação dos povos e dos direitos humanos, a luta pela paz e pelo
desarmamento, a defesa do multilateralismo e de um mundo multipolar, o combate
por uma ordem econômica, social e política global justa e equilibrada.
Para alcançar esses objetivos, continuaremos a defender uma
política de integração sul-americana nos âmbitos econômico e comercial, na sua
infraestrutura, no plano da defesa e em todas as esferas que permitam uma
coesão da região – respeitadas as diferenças político-ideológicas de cada um de
seus governos. As duas maiores expressões desse propósito integracionista são o
MERCOSUL e a UNASUL.
Por suas riquezas naturais e potencial energético, pela
dimensão e diversidade de seu território, pelo tamanho de sua população e
mercado, por ser zona de paz e de democracia, América do Sul, assim como a
América Latina e o Caribe são espaços fundamentais de nossa política externa.
Essa disposição ficou evidenciada em nossa iniciativa de criar, junto com
outros países, a CELAC. O Brasil quer continuar associando seu futuro ao da
região, promovendo, em especial, uma integração de cadeias produtivas que,
junto à integração logística e energética, transforme todo o continente em um
importante ator global.
Nossa política de aproximação com o SUL – África,
Países Árabes, mas também China e Índia – convive com as relações que mantemos
com os Estados Unidos, União Europeia e Japão.
Nos foros globais – nas Nações Unidas, no G20, mas também
na OMC, Banco Mundial, FMI ou FAO – temos defendido a democratização das
relações econômicas e políticas internacionais, capaz de afastar de nosso
horizonte situações de crise que podem engendrar conflitos regionais ou de
maior monta. Para lograr esses objetivos é fundamental nossa presença no BRICS.
Nossas relações econômicas e comerciais, longe de estarem
marcadas por preconceitos ideológicos, respondem essencialmente aos interesses
nacional e regional.
Um princípio essencial de nossa política externa deve ser o
da solidariedade com todos aqueles povos e governos que, nos cinco continentes,
lutam por princípios de convivência internacional semelhantes aos nossos.
Neste quadro, é importante o desenvolvimento da estratégia
nacional de defesa, que além de garantir a modernização dos equipamentos das
Forças Armadas, promove a transferência de tecnologias sensíveis para a nossa
indústria nacional. O desenvolvimento do nosso conhecimento nos setores
espacial, cibernético e nuclear é fundamental para a afirmação da soberania
nacional.
Credibilidade e Compromisso
Em meio a mais grave crise econômica e social que se abateu
sobre a humanidade desde 1929, temos sido, nos últimos anos, um dos raros
países do mundo em que o nível de vida da população não recuou ou entrou em
colapso. Ao contrário, aqui ocorreu uma importante melhoria social, com
significativos avanços democráticos.
Não deixamos em um só momento de lutar em favor de nosso
povo, em especial dos mais pobres, de nossos jovens, de nossas mulheres, de nossos
negros e índios, de nossos idosos, das pessoas com deficiência, de todos
aqueles que, em um passado ainda recente, foram esquecidos pelos governantes.
Vivemos hoje um novo desafio histórico.
Para enfrentá-lo não haverá soluções mágicas, menos ainda
“homens providenciais”. São necessários conhecimentos dos reais problemas da
sociedade brasileira e determinação para enfrentá-los. Um conhecimento que vem
da reflexão acadêmica, das práticas governamentais, mas, sobretudo, do contato
cotidiano com o povo brasileiro, que é o principal artífice da grande mudança
em curso no país.
Uma determinação que possuem aqueles que fizeram da
política um compromisso – não um meio de vida – reatando com as grandes
tradições que marcaram o progressismo no Brasil.
É com essas credenciais que Dilma Rousseff, os partidos e
forças sociais que a apoiam, darão continuidade, a partir de 2015, à Grande
Transformação iniciada na última década.
Viva o Povo Brasileiro!
São Paulo - Encontro Nacional
do Partido dos Trabalhadores
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