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PLENÁRIA DE EMERGÊNCIA EM VILA MARIA. CHEGOU A HORA!

A HORA É AGORA!
 Mais de 50 militantes reunidos dia 26 de junho em Santana na Sede da Zona Norte da APEOESP,  vindos de diversas organizações como Apeoesp, Sindicato dos Condutores, Diretórios Zonais do PT da Zona Norte, PC do B, Associações de Moradores , em função da gravidade da situação política, para discutir amplamente e tomar medidas de luta, de auto-defesa  e mobilização decidiram convocar uma Plenária de Emergência para enfrentar o momento atual.

SIRIA CRUZOU A LINHA VERMELHA?

O gás sarin é tão volátil como as promessas de Washington
Il sarin: volatile come le promesse di Washington
Teria a Síria utilizado ou não gás sarin, contra a sua oposição armada?
Após ter assombrado as colunas dos jornais, a pergunta encontrou em Paris, Londres e Washington uma resposta positiva. A linha vermelha teria sido pisada. A guerra estaria então iminente. Na realidade, este jogo mediático chegou muito tarde. Em termos de direito internacional, a Síria (tal qual Israel) não é signatária da Convenção sobre as armas químicas e pode portanto utilizá-las livremente. Inútil pois a invenção do uso por Damasco de armas de destruição massiva, a guerra chega ao seu fim.
A questão do uso do gás sarin pelas tropas oficiais sírias parece com um jogo de idotas. Interrogado sobre este ponto, o porta-voz do ministério sírio das Relações exteriors, Jihad Makdissi, declarava, a 23 de julho de 2012, que o seu país poderia dispôr e fazer uso de tais armas, exclusivamente contra inimigos externos. Esta declaração foi interpretada pela imprensa dos Estados da OTAN e do CCG como uma ameaça em relação aos « rebeldes », na medida em que Damasco afirma que eles são — como no caso da Nicarágua — « Contras », largamente estrangeiros. Ela visava com efeito, e sem contestação possível, ao mesmo tempo os membros da OTAN e Israel. O porta-voz foi extremamente claro quanto ao fato que nenhuma arma deste tipo seria utilizada contra os « insurgentes » sírios.
Pouco importa para os PIG, as declarações de Jihad Makdisi eram demasiado sérias para uma OTAN que, em 2003, não hesitou em inventar « armas de destruição em massa » no Iraque. Por duas vezes, a 20 de agosto e a 3 de dezembro de 2012, o presidente Barack Obama advertiu a Síria contra o recurso à arma química. « Se começarmos a ver quantidades de armas químicas a ser deslocadas ou utilizadas, isso mudaria o meu julgamento e a minha decisão », declarava ele primeiro. Acrescentando depois « Eu vou ser absolutamente claro para Assad e os que estão sob o seu comando : o mundo observa-vos, a utilização de armas químicas é e será considerada como totalmente inaceitável. Se cometeis o erro trágico de utilizar estas armas químicas, isso terá consequências e vós respondereis por tal ».
Os urubus liberais e os neo-conservadores fazem então campanha por uma intervenção militar ocidental. Segundo eles, a Síria experimentaria uma « primavera árabe » barbaramente reprimida por um « ditador ». A comunidade internacional deveria intervir em nome dos grandes ideais. Nem uma palavra, claro, sobre os anos de preparação e o financiamento desta « primavera árabe » pela OTAN e o CCG, afim de se apropriarem dos hidrocarbonetos sírios e impôr um regime sionista islamista. É assim que a professora Anne-Marie Slaughter, antiga directora de planificação junto a Hillary Clinton (2009-2011), compara o deixa-andar de Obama na Síria ao caso ruandês no Washington Post. <1>
"...there is no evidence that Tehran is even
 interested in producing weapons of mass destruction"
Em 2003 as provas das « armas de destruição massiva » iraquianas vieram de um testemunho surpresa. Enquanto o chefe da missão de inspeção das Nações Unidas, Hans Blix, confirmava diante do Conselho de segurança que tais armas não existiam no Iraque desde 1991, Hussain al-Shahristani, um cientista no exílio, dá um testemunho confirmando o secretário de Estado Colin Powell : Saddam Hussein dispõe de armas químicas, bacteriológicas e nucleares. As suas declarações são confirmadas pelo International Institute for Strategic Studies - IISS (Instituto Internacional de Estudos Estratégicos) de Londres. Contudo nenhuma das suas afirmações resistirá aos fatos. 
Uma vez o Iraque invadido, pilhado e destruído, Washington admitirá ter-se enganado, enquanto a sua falsa testemunha se tornará Primeiro-ministro adjunto do Iraque « libertado » e o IISS continuará a perorar. Desta vez, o trabalho de intoxicação cabe à França e ao Reino-Unido. As duas potências coloniais, que partilharam o Próximo-Oriente em 1916, puxam por uma intervenção militar ocidental apesar dos três vetos russos e chineses. No dia 27 de maio, na véspera de uma reunião crucial dos ministros europeus sobre a possível entrega de armas aos « rebeldes », o Le Monde publicava uma reportagem de Jean-Philippe Rémy atestando o uso de gás sarin em Damasco. 
O repórter teria trazido amostras de sangue e de urina que terão sido analisados por um laboratório militar francês. O ministro francês dos Negócios estrangeiros, Laurent Fabius, reagiu a correr, depois foi o governo britânico que denuncia um « crime de guerra ». No fim, segundo a Casa- Branca : « a nossa comunidade de Informações atesta que o regime de Assad utilizou armas químicas, incluindo gás sarin, em pequena escala, contra a oposição, múltiplas vezes, durante o ano passado ».
O problema é que não há verdadeiro problema : primeiramente o uso de gás sarin está interdito desde 2007 pela Convenção sobre as armas químicas, que não foi ratificada nem por Israel, nem pela Síria.<2>
De fato, estes dois Estados podem fabricá-las, possuí-las e utilizá-las legalmente sem cometer « crime de guerra ». Em segundo lugar, o uso de gás sarin pelas tropas regulares teria que ser bem provado por Paris, Londres e Washington, o que é muito pouco provável. O caso relatado pelo Le Monde é de espantar : O Exército árabe sírio teria utilizado o gás em Damasco, no bairro de Jobar, sem que o gás ultrapassasse a rua e atingisse a população civil do resto da capital. Os combatentes atingidos não apresentaram convulsões, indicando uma disseminação muito fraca. Trataram-se não só com ampolas de atropina, mas também com aplicações locais, nomeadamente gotas para os olhos, o que parece totalmente inútil para um gás que penetra pela pele. Resumindo, as provas francoanglo- EUA resistem tanto às provas dos fatos como as acumuladas por George W. Bush e Tony Blair contra o Iraque.
No caso do uso de gás sarin ser considerado como uma abominação necessitando de uma intervenção internacional, pode-se perguntar, realmente, porque as alegações de Carla del Ponte, membro da Comissão de inquérito do alto Comissariado para os Direitos do homem, não suscitaram as mesmas reações. Ela declarou, a 5 de maio de 2013, à televisão suiça, que : « Aquando do nosso inquérito – ou seja, a nossa equipe de investigação interrogou nos países vizinhos diversas vítimas assim como os médicos nos hospitais de campanha no local – eu li na semana passada num relatório que há indícios concretos, mesmo não estando ainda provados de modo irrefutável, que o sarin foi utilizado. Podemos deduzir isto pela maneira como as vítimas foram tratadas. E que foi utilizado pelos opositores, portanto pelos rebeldes, e não pelo governo ». 
As declarações da magistrada não fizeram mais que confirmar as reivindicações do Exército sírio livre que, a 5 de dezembro de 2012, mostrava penosas tentativas para se dotar de armas químicas e ameaçava os alauítas com o seu uso.<3>
Todavia, não houve nenhuma reação, considerando o desmentido cáustico feito pela sua própria Comissão, a pedido da Alta-Comissária Navy Pilai. Na ausência de responsabilidade política, as palavras da ex-procuradora helvética só a implicam a ela mesma.
Uma vez atirado o uso de gás sarin para o exército regular, a Casa-Branca dispõe de um argumento para legalizar o que ela já faz desde o início do conflito : fornecer ilegalmente armas aos « Contras ».<4>
Enfiando-se pela brecha, o general Salim Idriss, comandante-em-chefe do Exército sírio livre, tratou de encomendar roquetes anticarro e misseis terra-ar. Eles podem ser úteis, mas não decisivos, porque aquilo que o seu « exército » necessita é muito mais de homens do que de material. Entretanto os fornecimentos dos E.U.A. deveriam limitar-se a armas ligeiras e a munições : a guerra chega ao seu fim. 
Washington não espera mais conquistar a Síria, mas apenas e realmente fazer o ESL (Exército Sírio Livre) liquidar a Frente Al-Nosra (filial da Al-Kaida). Aqueles que acreditaram nas suas falsas promessas pagarão o respectivo preço. A Turquia está paralisada por um levante contra a política dos Irmãos muçulmanos, incarnada por Recep Tayyip Erdoğan, enquanto Washington acaba de obrigar o emir Hamad Al-Thani a ceder o trono do Catar ao seu filho Tamim. O momento da nova partilha do Próximo-Oriente, entre Russos e Norteamericanos, aproxima-se.
Thierry Meyssan
  
[1] « Obama should remember Rwanda as he weighs action in Syria », por Anne-Marie Slaugter, The Washington Post, 26 de abril de 2013.(« Obama deveria lembrar o Ruanda enquanto avalia acção sobre a Síria »)
[2] Cf. le site oficial do OPWC.
[3] « L’ASL expose son laboratoire d’armes chimiques », Réseau Voltaire, 5 de dezembro de 2012.( « O ESL expõe o seu laboratório de armas químicas »)
[4] « Exclusive : Obama authorizes secret U.S. support for Syrian rebels », por Mark Hosenball, Reuters, 1º de agosto de 2012. (« Exclusivo : Obama autoriza apoio secreto dos E.U aos rebeldes da Síria »)

DANNY GLOVER PARTICIPA DO SEMINARIO DEFESA DOS DIRETOS DOS TRABALHADORES

Ator Danny Glover participa de evento pelo direito dos trabalhadores no Heliópolis

O ator norte-americano Danny Glover está no Brasil para participar dos eventos do seminário Defesa dos Direitos dos Trabalhadores e Combate ao Racismo, promovido por sindicatos e pelo líder da Bancada do PT da Assembleia Legislativa, deputado Luiz Claudio Marcolino
Luiz Cláudio Marcolino
Neste sábado (29/6), o ator estará na comunidade Heliópolis, na capital paulista, para participar de atividades junto aos trabalhadores do local.
Glover lidera uma delegação de ativistas dos direitos dos trabalhadores dos Estados Unidos, que chegou ao Brasil no último domingo (23/6), para falar sobre a chamada campanha Nissan, que defende os direitos dos trabalhadores americanos que não têm representação sindical e negociação coletiva nos Estados Unidos.
A Nissan foi a montadora que mais cresceu no Brasil nos últimos três anos e está construindo uma nova fábrica em Resende, Rio de Janeiro. A empresa possui uma planta instalada conjuntamente com a Renault em São José dos Pinhais, Paraná. 
Trabalhadores da Nissan em todo o mundo têm representação sindical e negociação coletiva, mas não nos EUA. Além disso, aproximadamente metade dos trabalhadores da Nissan EUA são temporários. Trabalhadores e líderes comunitários nos EUA exigem que a empresa respeite o processo democrático de sindicalização de seus trabalhadores. A reação da empresa até agora, tem sido de intimidação, inclusive com ameaça de demissão e fechamento da fábrica.

Agendas Danny Glover no Brasil:

. 29/6 – Visita a comunidade Heliópolis e quadra das Gaviões da Fiel, acompanhado pelo deputado Luiz Claudio Marcolino
. 30/6 - Reunião com Líderes Sindicais CUT, Força Sindical, CNTM, UGT
. 1/7 - Reunião com o ex-presidente Lula e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad
. 1/7 - Reunião com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC - Rafael Marques
. 2/7 - Reuniões em Brasília na Presidência da República, Câmara dos Deputados e Senado Federal

100 MIL EM ROMA PROTESTAM CONTRA A CRISE E O DESEMPREGO

Protesto unitário junta 100 mil pessoas em Roma

Cerca de 100 mil pessoas manifestaram-se no sábado, 22, em Roma, reclamando medidas para sair da crise, muito mais pessoas dessa vez que no protesto de maio contra o governo do novo primeiro-ministro da Itália, Enrico  Letta. O protesto foi promovido pelas três maiores confederações sindicais.
Pela primeira vez na última década, as três principais confederações sindicais italianas (CGIL, CISL e UIL) uniram-se numa grande jornada nacional para exigir ao governo medidas eficazes de combate ao desemprego e uma fiscalidade mais justa para quem trabalha

No desfile não faltou o secretário-geral do Partido Democrático, Guglielmo Epifani (ex-líder da CGIL), que veio declarar que «o PD está ao lado dos trabalhadores», apesar de o actual governo de coligação ser presidido por um dirigente do seu partido, Enrico Letta.


A posição dúbia do PD não passou despercebida. Ao mesmo tempo que na rua afirma estar ao lado dos trabalhadores, no governo concerta políticas anti-sociais com o Povo da Liberdade (PDL), de Sílvio Berlusconi, sob ameaças constantes de quebra da coligação.
A manifestação partiu da Praça da República em dois desfiles que convergiram na Praça de S. João de Latrão. Nos cartazes e faixas as mensagens mais frequentes eram «Não à austeridade» e «Em luta pelo trabalho».
No apelo comum das três confederações salienta-se que «não há tempo a perder. É urgente que o emprego seja colocado no centro das opções políticas e económicas. O investimento, a redistribuição dos rendimentos e a recuperação do consumo constituem condições indispensáveis para apoiar a economia».
Este foi igualmente o sentido geral das intervenções dos três líderes sindicais. Susanna Camusso, da CGIL (centro-esquerda), principal confederação sindical italiana, sublinhou que «o país precisa de respostas urgentes para sair da crise». E a primeira delas é «o alívio fiscal a favor dos trabalhadores e dos reformados para estimular o consumo e a produção».
«Estamos cansados de palavras bonitas. Não basta enumerar os problemas, os governos existem para os resolver», disse por seu lado, Luigi Angeletti, da UIL (reformista).
Já Raffaele Bonanni, líder da CISL (católica) considerou que o país está em declínio enquanto «a classe política perde tempo com migalhas». E exortou o chefe do governo a ter «mais coragem».
Enrico Letta, chefe do governo desde há dois meses, garante que o desemprego está no centro das suas preocupações. Porém o número de desempregados já representa 12 por cento da população ativa, elevando-se para 40,5 por cento na camada etária entre os 15 e os 24 anos.
Em recessão desde 2011, a economia transalpina não dá sinais de reanimação, agravando as contas públicas e a dívida do país que supera os 120 por cento do Produto Interno Bruto.



G8 - OS DONOS DO MUNDO SE REUNIRAM

Os debates do G8

G8 debates por Thierry Meyssan
 
O insubmersível G8, reunido em Lough Erne, terá sido a ocasião de confrontar os pontos de vista dos Estados-Unidos por um lado, da França e do Reino-Unido por outro, e da Rússia também, sob o olhar espantado dos outros participantes.
Lá se trocaram pontos de vista sobre o equilíbrio do mundo em geral e a Síria em particular. Lá se falou, também, de economia para levantar o segredo relativo aos conselhos de administração das sociedades off-shore.
O G8 ainda é útil ? », era a questão que se levantava em 2008, logo que Nicolas Sarkozy e George Bush acharam por bem reunir os chefes de Estado ou de governo de 20 das 29 maiores potências para resolver a crise financeira.
O G8, é uma cúpula anual de 8 chefes de Estado ou de governo, acompanhados de dois representantes da União europeia, o que perfaz não 8, mas sim 10. Numa discussão, em parte organizada em torno de uma ordem do dia e em parte de forma espontânea, eles partilham os seus pontos de vista sobre os grandes problemas internacionais sem ter que chegar a um resultado. Entretanto, a cúpula emite um longo comunicado final dando conta do trabalho realizado ao nível ministerial durante o ano, e uma breve declaração de intenções sobre os pontos de consenso.

A Síria

A cúpula que se desenrolou em Lough Erne (Irlanda do Norte), em 17 e 18 de junho, era tanto mais importante quanto se tratava do primeiro encontro entre os presidentes Obama e Putin, desde a reeleição do primeiro, nove meses antes.
Ora, após a sabotagem da conferência de Genebra (30 de junho de 2012) por Hillary Clinton e David Petraeus, tinha ficado combinado entre os dois chefes de Estado que o seu primeiro reencontro permitiria anunciar uma solução da crise síria. Mas, apesar da mudança de equipe em Washington, a cúpula foi muitas vezes adiada enquanto o novo secretário de Estado, John Kerry, se perdia em declarações contraditórias.
Durante este longo período de espera, os dados mudaram. O Líbano não tem governo após a nomeação de Tammam Salam como Primeiro-ministro, há dois meses e meio. Na Arábia saudita, o príncipe Khaled ben Sultan, ministro-adjunto da Defesa, falhou o derrube do rei Abdallah. No Catar, os Estados-Unidos deram até ao início de agosto ao príncipe Hamad Al-Thani para ceder o trono ao seu filho Tamim e para sair de cena com o seu Primeiro-ministro. Na Turquia, uma maioria da população levantouse contra a política dos Irmãos muçulmanos conduzida por Recep Tayyip Erdogan. No Irão, o Povo elegeu um economista liberal, Hassan Rohani, para a presidência da República. E na Síria, o exército lealista acaba de libertar Qoussair e inicia a batalha por Alepo.
Do lado da propaganda, tal como em 2003 no Iraque, a França, o Reino-Unido e os Estados-Unidos tentaram « o golpe das armas de destruição massiva » : as três capitais, supostamente, teriam provas de uso de armas químicas por Damasco. O « regime de Bachar » teria « passado a linha vermelha ». Uma intervenção internacional ter-se-ia então tornado indispensável tanto « para salvar os Sírios » como « para salvar a paz mundial ». Realmente ? Aos olhos de Moscou, as « provas » apareceram distantes das normas da Organização para a proibição das armas químicas (OPAC). Seja como for, ninguém vê porque é que um exército em plena reconquista utilizaria gas sarin, e a Síria, (tal como Israel), não é signatária da Convenção sobre as armas químicas.
Na realidade, a França e o Reino-Unido prosseguem o seu projeto de recolonização, tal como combinado, entre eles, aquando da assinatura do Tratado de Lancaster House (2 de novembro de 2010), ou seja, muito antes da chamada « primavera árabe ». Eles apoiam-se sobre os regimes árabes sionistas Turquia, Arábia saudita e Catar.
Por seu lado, os Estados-Unidos « manobram por trás », segundo a expressão da Senhora Clinton. Eles apoiarão a iniciativa se for bem sucedida, e opor-se-ão se ela falhar. Após a comédia das armas químicas, eles assumiram o compromisso de fornecer oficialmente armas ao Exército sírio livre, mas não à Frente Al-Nosra (sucursal da Al-Qaïda).
Logo, aquando do início da cúpula do G8, a situação é desfavorável para o campo colonial. E, ainda se complicou mais com as revelações de Edward Snowden, um empregado do gabinete de advogados Booz Allen Hamilton, que acaba de publicar documentos internos da NSA após se ter refugiado em Hong Kong. A maior agência de segurança do mundo espia as comunicações web e de telefone dos Americanos, e do mundo inteiro. E até colocou sob escuta os delegados do G20 de Londres, em 2009, com a ajuda do CGHQ britânico. Em suma, os Anglo-Saxões (EUA, Reino- Unido e Canadá) estão em posição de inferioridade na discussão, e os convidados evitaram usar os seus telefones.
Sobre a Síria, a posição franco-britânica consiste, pois, em pressionar a Rússia para forçá-la a abandonar a Síria. Excelente neste papel, o anfitrião da cúpula, David Cameron, denuncia o ditador-que-mata-o-seu-povo-com-armas-químicas. Ele clama por uma conferência de Genebra 2, que marque a capitulação do presidente el-Assad e transfira o poder para os amigos do Ocidente. Ele confirma iminente fornecimento de armas aos « revolucionários », propõe uma saída honrosa a « Bachar », anuncia a manutenção da administração baasista e distribui as concessões de gas natural. Quanto à bandeira já se sabe que será a da colonização francesa.
Esta verborreia esbarra em Vladimir Putin. Interrogado pela imprensa após a sua chegada, o presidente russo declarava diante de um Cameron atónito : « Eu estou certo que vamos estar de acordo, que nós não deveríamos nunca ajudar gente que não sómente mata os seus inimigos, mas desfaz o corpo e come as suas entranhas à frente do público e das cameras. É este o tipo de gente que quer apoiar ? Deseja armá-los ? Se for o caso, parece que há aqui muito pouca relação com os valores humanitários que a Europa abraçou, e difundiu durante séculos.
Em todo o caso, nós, na Rússia, não podemos conceber nunca tal coisa. Mas, pondo as emoções de lado, adoptando uma abordagem puramente prática sobre a questão, permita-me sublinhar que a Rússia fornece armas ao governo sírio legalmente reconhecido, em total conformidade com as regras do direito internacional. Eu insisto no fato que nós não violamos aqui nenhuma lei, nenhuma, e peço aos nossos parceiros para agir no mesmo sentido. »
À conversa-fiada humanitária, Putin responde com a visão dos fatos e com o direito internacional. Não, não há revolução na Síria, mas sim uma agressão estrangeira. Não, a Síria não utiliza armas de destruição maciça contra o seu próprio povo. Sim, a Rússia fornece armas anti-aéreas à Síria para protegê-la de um ataque estrangeiro. Sim, o fornecimento de armas pelo Ocidente aos contras constitui uma violação do direito internacional sancionável pelos tribunais internacionais.
No fim, em nenhum momento, o Francês e o Britânico conseguiram encurralar o Russo. Vladimir Putin encontrou sempre o apoio de outros participantes — muitas vezes a Alemã Angela Merkel — exprimindo dúvidas.
Diante da firmeza russa, David Cameron tentou convencer os seus parceiros ocidentais que a sorte das armas poderia ainda mudar : o MI6 e a DGSE estão prontos para lançar um golpe de Estado militar em Damasco. Um agente, recrutado no palácio, poderia matar o presidente, enquanto um general, recrutado no topo dos serviços secretos, liquidaria os lealistas e tomaria o poder. As novas autoridades implantariam uma ditadura militar que cederia progressivamente o lugar a uma democracia parlamentar.
Para além de todos se perguntarem sobre quem seriam os traidores recrutados no circulo presidencial, a proposta britânica não convenceu. Não era a primeira vez que esta hipótese fora lançada e que falhara. Já houve a tentativa de envenenamento dos membros do Conselho nacional de segurança, e a tomada de poder por um dentre eles (mas o traidor agiu como um agente duplo) ; Depois, o atentado à bomba que custou a vida aos membros do Conselho nacional de segurança, sincronizado com o ataque da capital por 40.000 jihadistas (mas a Guarda nacional defendeu a cidade) ; houve o ataque ao Estado-maior por kamikazes, acoplado com o levantamento de um regimento que nunca se deu ; etc. E, os planos que falharam quando a maré era propicia terão poucas hipóteses de sucesso agora que o exército nacional reconquista o território.
No Comunicado final (parágrafos 82 a 87), os participantes do G8 reiteraram a sua confiança no processo de Genebra, sem no entanto clarificar as suas ambiguidades. Continua sem saber o que é uma « transição política ». Tratar-se-á de uma transição entre guerra civil e paz, ou entre uma Síria governada por el-Assad e uma outra governada por pró-Ocidentais? No entanto, dois pontos são aclarados : por um lado, a Frente Al-Nosra não deverá participar em Genebra 2 e deve ser expulsa da Síria e, por outro lado, uma comissão ad hoc das Nações Unidas investigará o uso de armas químicas, mas será formada por peritos da Organização para a proibição destas armas e da Organização mundial da Saúde.
É ao mesmo tempo positivo e negativo. Há o negativo porque os franco-britânicos não abandonaram nunca a ideia que Genebra 2 deveria ser a conferência da capitulação síria face às exigências da colonização ocidental. É positivo porque o G8 condena explicitamente o apoio do Conselho de cooperação do Golfo à Frente Al- Nosra, e porque enterra honoravelmente a polémica mediática sobre as armas químicas. Restará saber si tudo isto é sincero.
Parece em todo o caso que a Rússia não está certa disso. Num encontro com a imprensa, no final da cúpula, Vladimir Putin indicou que outros membros do G8 também não acreditavam no uso de armas químicas pelo governo de Damasco, mas sim pelos grupos armados. Ele lembrou que a polícia turca tinha confiscado gás sarin aos combatentes da oposição síria e que, segundo os documentos turcos, este gaz lhes tinha sido fornecido a partir do Iraque [pelo antigo vice-presidente do Baas iraquiano, Ezzat al-Douri]. Mais do que isso, o presidente Putin evocou várias vezes as suas duvidas sobre a entrega de armas pelos Estados-Unidos e seus aliados. Ele sublinhou que a questão não tinha a ver com fornecer ou não, mas sim de o fazer oficiosamente ou oficialmente ; já que todos sabiam que, desde há dois anos, os « comandos » dispõem de armas que lhes chegam do estrangeiro.
Dois dias mais tarde, o ministro russo dos Negócios estrangeiros, Sergei Lavrov, punha à prova a coerência dos Estados-Unidos. Ele sublinhou que as iniciativas de condenação unilateral da Síria na ONU, e as declarações sobre a possível criação de uma zona de exclusão aérea eram sinais de encorajamento aos « comandos » de mercenários, incluindo os da Al-Qaeda.

A economia internacional

O segundo dia da cúpula foi mais fácil. Falou-se da saúde da « economia mundial » ; uma expressão que os Anglo-Saxões tentaram evitar em favor de conceitos pragmáticos : « comércio », « sistemas de taxas », e « transparência das Finanças públicas ».
Se existe realmente interesse que é comum aos participantes do G8 é o de se ajudarem mutuamente a recuperar impostos e taxas, portanto o de combater a evasão fiscal do qual todos eles são vítimas, embora exista também um interesse dos Anglo-Saxões na manutenção dos seus próprios paraísos fiscais de que os outros participantes são desprovidos.
De modo que o consenso recaiu pois sobre a transparência da propriedade das empresas off-shore, de forma a que se possa determinar a quem elas aproveitam. Lá temos ainda o mais e o menos.
É pouco porque os Britânicos entendem conservar a sua vantagem em matéria de paraísos fiscais, mas é bastante para a vigilância das acções das companhias multinacionais.
Devem realçar-se dois outros temas de consenso : a recusa coletiva de pagar pelas libertações de reféns (mas será realmente seguido ?), e o incitamento feito à zona euro para unificar o seu sistema bancário afim de prevenir a reprodução de crises financeiras nacionais.

O G8 ainda está vivo

Definitivamente, o G8 mostrou a sua utilidade.
Tendo perdido um pouco do seu interesse durante o período de dominância mundial dos Estados-Unidos (« o mundo unipolar »), ele reencontra-se hoje em dia numa base mais equilibrada. Lough Erne terá permitido medir as hesitações dos EUA na Síria e a determinação russa. A cúpula terá igualmente reduzido a opacidade das companhias off-shore. O G8 reflete por um lado a oposição geopolítica entre os Estados-Unidos (potência em declínio), o Reino-Unido e a França (potências coloniais), e a Rússia (potência emergente) ; e por outro lado a globalização do capitalismo, de que se reclamam todos os participantes.

Documentos originais do G8:


- «G8 Final Communiqué, Lough Erne 2013» (G8 Comunicado Final)
- «G8: Lough Erne Declaration» (G8 Declaração)
- «G8 action plan principles to prevent the misuse of companies and legal arrangements» (G8 plano de princípios para prevenir abuso de corporações e arranjos legais)
- «Communiqué on G8 Global Economy Working Session » (Comunicado da sessão de trabalho sobre Economia Global pelo G8)

INGLATERRA AUTORIZA ISRAEL A VENDER ARMAS

Argélia, Egito, Emiratos, Marrocos e Paquistão compraram armas a Israel, segundo fonte britânica

Algeria, Egypt, the UAE, Morocco and Pakistan allegedly bought weapons from Israel
Um relatório do "Department for Business, Innovation and Skills" (a agência britânica encarregada da supervisão das exportações de armamento), citado pelo diário israelita Haaretz, mostra que o Reino Unido autorizou a venda a Israel de componentes eletrónicos militares para  a fabrição de equipamentos destinados a 5 países muçulmanos.
Os mencionados componentes foram utilizados por Israel na fabricação de equipamento eletrónico de tipo militar, como écrans das cabinas de comando (cockpits) de aviões de guerra e de radar. A posterior exportação desse equipamento eletrónico por parte de Israel dependia da aprovação da coroa britânica.
Segundo o relatório, que cobre os 5 anos que vão desde janeiro de 2008 até dezembro de 2012, a Grã Bretanha autorizou as exportações de Israel para a Argélia, Egito, Emiratos Árabes Unidos, Marrocos e Paquistão.
O Paquistão desmentiu as imputações do Haaretz, enquanto Israel desmentiu ter vendido armas ao Paquistão (de modo a conservar a Índia como cliente).
  
- «Israel selling military wares to Mideast countries, Britain says», por Aluf Benn, 11de Junho de 2013; (Israel vende equipamento militar a países do Médio-oriente, diz fonte inglesa,);
- «Pakistan denies receiving military equipment from Israel», por Aluf Benn et Haaretz, 11 de Junho de 2013;(Paquistão nega ter recebido equipamento militar de Israel);
- «Following Haaretz report, Israel denies selling arms to Pakistan», por Aluf Benn e Gili Cohen, 12 de Junho de 2013. (Segundo notícia do Haaretz , Israel nega venda de armas ao Paquistão).

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