Em declaração à imprensa, a presidente Dilma Rousseff pediu "cessar-fogo imediato" na Síria. O pedido foi feito ao lado do presidente do Egito, Mohamed Morsi, que faz visita oficial ao País. "No que se refere à Síria, a gravíssima escalada do conflito continua a trazer uma grande preocupação e convergimos em nossa condenação a todo ato de violência contra os civis, e ao mesmo tempo que o diálogo é o melhor método para que se estabeleça a paz em definitivo naquela região", defendeu Dilma. "Defendemos um cessar-fogo imediato, efetivo e defendemos o início de um processo político liderado pelos sírios, com apoio da comunidade internacional", prosseguiu a presidente. Dilma reiterou que "o Brasil reconhece a importância do Estado Palestino para que se construa a paz naquela região".
Ao falar sobre o Egito, a presidente destacou que os "ventos da redemocratização vão ser os precursores de um projeto econômico renovado, tanto do ponto de vista social, político, quanto no que se refere à afirmação da soberania do Egito".
Apoio na OMC - A presidente disse também que é preciso lutar contra as "assimetrias" existentes nas instituições financeiras internacionais. Ela aproveitou o discurso para agradecer o apoio do Egito à candidatura do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo, eleito na terça-feira, 07, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC).
"No plano econômico, temos de lutar contra as assimetrias existentes ainda nas instituições financeiras internacionais. A implementação da reforma do sistema de cotas e votação no FMI (Fundo Monetário Internacional) está entre as iniciativas urgentes. Quero aqui reiterar o meu agradecimento pelo apoio do Egito, que muito valorizamos, ao candidato brasileiro Roberto Azevêdo ao cargo de diretor-geral da OMC", discursou a presidente.
"O presidente Morsi e eu concordamos que uma cooperação Sul-Sul entre nossos países é estratégica."
Dilma reiterou que o Brasil apoia uma reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) "em particular de seu Conselho de Segurança e enfatizamos a importância da representação de árabes e africanos nesse órgão multilateral".
Acordos - Também nesta quarta-feira foram assinados no Palácio do Planalto um protocolo de cooperação para realização de atividades culturais conjuntas entre Brasil e Egito e memorandos de entendimentos para troca de informações na área ambiental e cooperação técnica na área de desenvolvimento agrário.
De acordo com o Itamaraty, o comércio entre Brasil e Egito aumentou sete vezes no período de 2002 a 2012, saltando de US$ 410 milhões para US$ 2,96 bilhões. As possibilidades oferecidas nas áreas de infraestrutura, energia e transportes no Egito têm atraído a atenção de empresas brasileiras.
A presidenta Dilma Rousseff afirmou, após encontro com o presidente egípcio Mohamed Morsi, que Brasil e Egito decidiram impulsionar a cooperação bilateral em todos os níveis, especialmente nas áreas econômica e social. Morsi foi recebido no Palácio do Planalto, onde participou de reunião, assinatura de atos e declaração à imprensa.
“No Egito, como no Brasil, os ventos da democratização vão ser os precursores de um projeto econômico renovado, tanto do ponto de vista social, quanto do ponto de vista político e no que se refere a afirmação da soberania no Egito. Nesse contexto auspicioso, o presidente Morsi e eu decidimos impulsionar a cooperação entre o Brasil e o Egito em todos os níveis, priorizando as áreas econômica social e cultural”, afirmou Dilma.
Segundo a presidenta, durante o encontro Morsi expressou o desejo de contar com o apoio brasileiro para fortalecer a produção agrícola no Egito, e afirmou que o Brasil poderá apoiar muito o desenvolvimento e a busca pela justiça social. Ele ainda convidou os empresários brasileiros para investir no país. Dilma aproveitou o encontro para agradecer o apoio do Egito ao embaixador Roberto Azevêdo, escolhido para comandar a Organização Mundial do Comércio (OMC).
“O estreitamento das nossas relações comerciais e das nossas parcerias em investimento são estratégicas para a qualidade da nossa cooperação. (…) Uma cooperação Sul-Sul entre nossos países é estratégica para que se estabeleça de fato a multipolaridade no mundo. Temos a convicção que nossos países e povos têm pela frente um grande futuro e um imenso caminho de cooperação. Queremos construí-lo juntos”, completou Dilma.
Atos
Foram assinados, ao todo, sete documentos, entre atos internacionais e institucionais, incluindo memorando de entendimento na área de desenvolvimento social, com enfoque em políticas públicas de segurança alimentar, geração de renda e igualdade de gênero. A troca de experiências na área ambiental também foi contemplada.
Também foram contempladas as áreas da saúde, com a troca de experiências médicas e em políticas públicas; da agricultura, com a cooperação para troca e estabelecimento de novas técnicas de agricultura, incluindo irrigação e capacitação de pequenos agricultores; além do convênio entre a Fundação Biblioteca Nacional e a Biblioteca de Alexandria para ações culturais conjuntas, trocas de exemplares e de informações profissionais.
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