A maioria dos países da OEA concordam na mudança de local da Comissão de Direitos Humanos (CIDH) de Washington, que efetivamente integre um grupo jurídico independente dos USA. O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores equatoriano Ricardo Patiño, na segunda conferência dos países membros da CIDH. Um dos principais argumentos para mudar a sede da Comissão foi a de que os Estados Unidos ainda não ratificou a Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
Esta Convenção foi assinada há 44 anos e até agora foi revalidado por 24 países, dos 35 governos membros, mas não foi assinado por Washington. O Ministro das Relações Exteriores Patiño disse que 18 países solicitam mudança de local da Comissão".
Como anfitrião da segunda conferência, agora na Bolívia, o presidente Evo Morales afirmou que OEA é necessário para as pessoas e não a serviço dos Estados Unidos, e que a Comissão é a ponta de lança de Washington para combater os governos, que não respeita a soberania política democrática verdadeira, soberania que deve ser pautada sempre pelos frutos dos desejos da maioria, somente políticas soberanas que atendam o povo.
Na reunião atual contou com os ministros das Relações Exteriores da Argentina, Brasil e Equador, e com eles os demais delegados das nações do continente americano.
De acordo com Patiño, há oito relatores disponíveis para o sistema de defesa dos direitos humanos, que recebe melhor atendimento financeiro, incluindo fontes privadas e é conduzido com Liberdade de Imprensa. Agora está pendente aumentar a contribuição dos Estados, reduzir a interesses privados, o que, de acordo com o El Nuevo Herald, tem sido uma "tentativa de minar o sistema." Significativamente, e quase ao mesmo tempo, o influente Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA aprovou uma lei destinada a "revitalização da OEA".
O acordo bipartidário, que vai entrar em cheio, define com linguagem própria os próximos seis meses. O secretário de Estado, John Kerry, elaborou uma estratégia para fazer modificações para a entidade. Não foi tudo. Algumas figuras bem conhecidas, parlamentares de USA, enviaram uma carta à OEA, onde fazem críticas surpreendentes e duras formuladas para o secretário-geral, José Miguel Insulza.
A carta de três páginas e foi rubricadas, entre outros parlamentares, pelo senador democrata Robert Menendez, bem como pelo republicano Marco Rubio.
O texto acusa Insulza, de ter abandonado "à deriva uma severa crise financeira. Insulza apresenta carência de visão para guiar suas atividades e fazer seleções pessoais caprichosas.Os senadores também deixam registrado a preocupação com a possibilidade de que a OEA se deslize para uma paralisação administrativa e financeira ", a menos que sejam adotadas medidas corretivas e audaciosas".
Insulza, por sua vez, se limitou a comentar aos jornalistas que essas fortes críticas apenas resultaria de uma falta de informação.
Salientamos que apesar dessa inusitada carta dos senadores democratas e republicanos, o José Miguel Insulza (Secretário-Geral da OEA) continua com a mesma postura, se mantem fiel servidor da Casa Branca.
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