A descida aos infernos
Família grega perde 1/3 dos rendimentos |
Desde o início da crise da dívida, em 2009, os gregos perderam praticamente um terço dos seus rendimentos, segundo dados divulgados em abril, pelo instituto de estatísticas helénico.
Os números oficiais indicam que o rendimento nominal das famílias na Grécia caiu 22 por cento entre 2009 e 2012. No entanto, somando a inflação acumulada naquele período, que ascendeu a dez por cento, a perda real de poder de compra ronda um terço do rendimento disponível três anos antes.
Os números oficiais indicam que o rendimento nominal das famílias na Grécia caiu 22 por cento entre 2009 e 2012. No entanto, somando a inflação acumulada naquele período, que ascendeu a dez por cento, a perda real de poder de compra ronda um terço do rendimento disponível três anos antes.
A situação foi agravada pela redução em 15 por cento dos benefícios sociais ou pelos drásticos cortes nos serviços públicos. Por exemplo, o orçamento da Saúde baixou 23,7 por cento entre 2009 e 2011.
Ao mesmo tempo, o Governo aumentou brutalmente os impostos sobre os rendimentos, o consumo e a propriedade. Em média a imposição fiscal aumentou 17 por cento entre 2010 e 2012.
Não surpreende assim que o consumo interno tenha caído 16 por cento no mesmo lapso de tempo e, dado que o consumo privado representa um terço do Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia, o efeito da austeridade na economia tenha acrescentado mais crise à crise.
De 2008 até final deste ano, em que está prevista nova recessão de 4,5 por cento, o PIB grego terá regredido pelo menos 30 por cento, o que representa a maior recessão na história do país.
Mais despedimentos anunciados
Apesar destes resultados catastróficos, os credores da troika só abrem os cordões à bolsa em troca de novas medidas de austeridade.
Na semana passada, o ministro das Finanças grego, Yannis Stournaras, anunciou uma nova vaga de despedimentos no sector do Estado, condição exigida pelo Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia para libertarem os cerca de 2800 milhões de euros que estavam pendentes desde Março.
Na semana passada, o ministro das Finanças grego, Yannis Stournaras, anunciou uma nova vaga de despedimentos no sector do Estado, condição exigida pelo Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia para libertarem os cerca de 2800 milhões de euros que estavam pendentes desde Março.
Até ao final do ano, quatro mil funcionários públicos perderão o seu posto de trabalho e seguir-se-á, em 2014, uma nova leva de 11 mil despedimentos.
As políticas da troika estão igualmente traduzindo-se numa degradação alarmante dos índices de saúde pública bem como num aumento acentuado da taxa mortalidade resultante de suicídios e homicídios.
Um estudo publicado, dia 18, nos EUA, pelo American Journal of Public Health mostra que aqueles indicadores subiram 22,7 e de 27,6 por cento respectivamente, entre 2007 e 2009.
O estudo refere ainda o aumento de 57 por cento de casos de infecção com VIH (vírus da imunodeficiência humana) entre 2010 e 2011, e o alastramento de doenças psíquicas.
Os investigadores previnem que a degradação dos indicadores de saúde pública poderá atingir outros países em situação económica difícil, incluindo os EUA, devido aos cortes orçamentais em curso.
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