Hugo Chávez ficará na história como um dos heróis da
América Latina!
A direita está fazendo de tudo para
desqualificar as realizações do Chávez e do seu governo. Exemplo disto é o a
revista Veja, revista Época e todos os outros PIGs de Plantão!
É importante
que o PT enfrente este debate, até porque a experiência do governo Chávez
(1999-2013) tem muito a nos ensinar .
Por Valter Pomar Fonte: (Geraldo Ferreira – Portal do PT)
Muito se
tem falado sobre o legado político de Chávez. Qual é a real importância dele,
não somente para a Venezuela, mas para a própria América Latina?
De fato, a
prática e o pensamento de Chávez influenciaram e vão continuar influenciando
por muito tempo diversos setores da esquerda regional e mundial. Claro que
varia muito a natureza e a amplitude desta influência, seus aspectos negativos
e positivos. Precisamos levar em conta que aquilo que chamamos de “pensamento
chavista” inclui pelo menos cinco traços: a preocupação em construir uma
doutrina, vinculando o passado (Bolívar), o presente (integração) e o futuro
(socialismo do século XXI); uma linha militar, segundo a qual a revolução
bolivariana é pacífica, mas não é desarmada; um internacionalismo hiperativo,
com um forte componente de solidariedade material; a valorização da
participação democrática, não apenas eleitoral, do povo; e a compreensão de que
a polarização político-ideológica é, no fundamental, positiva. De toda forma, o
“chavismo” surgiu e prosperou sob determinadas condições históricas, políticas
e sociais, motivo pelo qual é um erro imaginar que trata-se de um modelo a
copiar.
A postura
antineoliberal, as idéias antimperialistas e a crença na Revolução Bolivariana
de Chávez influenciaram vários líderes na América Latina, como Rafael Correa,
no Equador, Evo Morales, na Bolívia, e mesmo Ollanta Humala, no Peru. O
bolivarismo continuará influenciando novos líderes no continente. De fato, os Estados Unidos e seus aliados, tanto na Europa
quanto aqui na América Latina, querem aproveitar a morte do Chávez para
desestabilizar o processo venezuelano e, com isso, afetar o conjunto da
esquerda regional, especialmente naqueles países que receberam mais apoio da
Venezuela (Cuba e Nicarágua, entre outros).
O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães manifestou preocupação com as “incertezas políticas” para o continente latino-americano após a morte de Chávez e pediu vigilância aos governos de Dilma Rousseff e de Cristina Kirchner. Também é fato que, por razões políticas e econômicas, a extensão, o ritmo e a capacidade de pronta-resposta da Venezuela tendem a reduzir-se, pelo menos por algum tempo.
Podemos prever que o processo de integração regional sofrerá, ao menos no curto prazo, uma certa “crise de direção”?
O maior
desafio político para a Venezuela sem seu grande líder, além de eleger Maduro é dar continuidade ao processo de integração regional, eu
apontaria o mesmo desafio de outros processos similares: consolidar
institucionalmente as transformações políticas e sociais que estão em curso
naquele país, fazendo com que funcionem a base de direções coletivas e não
dependam da capacidade individual deste ou daquele líder. E isto não vale
apenas para a Venezuela: em vários outros países, inclusive aqui no Brasil, é
comum ouvir as pessoas falarem de “grandes líderes”, “chefes” e “comandantes”,
sem se dar conta de que do ponto de vista estratégico isto geralmente é um
elemento de debilidade, não de força.
A oposição
venezuelana comandada por Caprilles tem muito poder. Tem apoio internacional externo, apoio empresarial
interno, força nos meios de comunicação controlam espaços institucionais e tem
um eleitorado expressivo, ao redor de 40%. Não devemos subestimar a força da
oposição venezuelana. O importante, na minha opinião, é isolar os setores
golpistas e anti-democráticos da oposição. Na Venezuela, há liberdade de
imprensa e liberdade de organização partidária, portanto a oposição pode,
dentro da legalidade, disputar a direção do país e o controle do governo.
Chávez, antes de ir para Havana fazer seu
tratamento, disse em cadeia nacional de TV algo mais ou menos assim: se algo me
acontecer, peço que votem em Nicolás Maduro. Ao fazê-lo, Chávez evitou qualquer
tipo de disputa interna nas fileiras do chavismo; e também tornou possível este
slogan popular que se ouve nas ruas de Caracas: “com Chávez e Maduro, o povo
está seguro”. Nenhum analista, nem mesmo da oposição venezuelana, duvida que
Nicolás Maduro será eleito presidente no dia 14 de abril. Aí é que vão começar
os grandes desafios. Para ajudar, cabe a nós fazer aquilo que está na nota
divulgada pelo PT, no dia da morte de Chávez: dar todo o apoio para que a
Venezuela continue no caminho das transformações econômicas, sociais e políticas
iniciadas em 1999, quando Chávez tomou posse.
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