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A Comissão
Europeia estuda a possibilidade de estender a outros países a
"solução" de taxar depósitos bancários aplicada a Chipre, de acordo
com os serviços de Michel Barnier, comissário para a Regulação Financeira.
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O anúncio surge
depois de o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, ter negado o que
antes afirmara quando disse que o caso de Chipre seria "único", a
que seguiu uma espécie de desmentido do desmentido.
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A porta voz do
comissário Barnier, Chantal Hugues, disse terça-feira numa conferência de
imprensa em Bruxelas que na proposta em discussão na Comissão Europeia
"não se exclui a possibilidade de os depósitos superiores a 100 mil
euros poderem integrar os ativos suscetíveis de contribuir para o
resgate". A porta-voz acrescentou que "em nenhuma circunstância tal
será possível nos depósitos inferiores a 100 mil euros, agora ou no
futuro".
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De acordo com a
solução anunciada para Chipre, os depósitos acima de cem mil euros serão
taxados em cerca de 30 por cento, embora investigações mais profundas da
situação revelem que o valor poderá chegar a 40 por cento.
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As declarações da
porta-voz do comissário Michel Barnier foram feitas poucas horas depois de
divulgada uma entrevista do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, ao
Financial Times e à Reuters segundo a qual, afinal, a "solução"
para Chipre "não será única". Dijsselbloem afirmou que o novo Mecanismo
Europeu de Estabilidade não será utilizado para a recapitalização bancária,
como tem acontecido até ao momento. Pouco depois, o presidente do Eurogrupo
fez um "esclarecimento" sobre as suas palavras, desmentindo-as em
parte, o que não evitou que a Comissão Europeia prosseguisse com o estudo da
proposta. Aliás, também a chanceler alemã e o seu ministro das Finanças,
Wolfgang Schauble, comentaram as medidas adotadas em relação aos bancos
cipriotas considerando-as "mais equitativas", uma vez que serão os
depositantes e não os contribuintes a participar na recapitalização dos
bancos em dificuldades.
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Se um banco não se
conseguir recapitalizar, defendeu o presidente do Eurogrupo, "então
falaremos com os acionistas e os detentores de títulos de modo a que eles
contribuam para essa recapitalização; e, se necessário, falaremos com os
clientes que tenham depósitos não garantidos".
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As declarações de
Dijsselbloem criaram inquietação nos mercados financeiros, o que terá estado
na origem do "esclarecimento" posterior. A mensagem do presidente
do Eurogrupo foi a de que perante instituições financeiras em dificuldades
"a resposta não será mais automaticamente 'nós entramos e vamos resolver
os vossos problemas". Ainda segundo Dijsselbloem, "devemos apontar
para uma situação em que nunca seja preciso considerar sequer uma
recapitalização direta".
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