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PACTO ENTRE RUSSIA E ESTADOS UNIDOS DIVIDE O ORIENTE MÉDIO E COLOCA ISRAEL EM ISOLAMENTO POLITICO

Obama et Poutine vont-ils se partager le Proche-Orient? par Thierry Meyssan

Obama e Putin vão repartir
o Médio Oriente?
Essa manobra manhosa levou Kofi Annan a renunciar às suas funções como mediador.      A Casa Branca, pelo seu lado, preferiu manter um perfil discreto para evitar que as divisões existentes no seio do executivo aparecessem à luz do dia no meio da campanha para a reeleição de Barack Obama.


Imediatamente após a sua reeleição, Barack Obama empreendeu a expurgo. O primeiro a cair foi o general David Petraeus, que foi quem concebe a guerra secreta contra a Síria.
Depois de cair na armadilha sexual que lhe estendeu uma agente da inteligência militar, o diretor da CIA foi obrigado a demitir-se. Posteriormente, uma dezena de militares de alto nível foram colocados sob investigação por suspeita de corrupção. Entre eles o almirante James G. Stravidis, comandante supremo da OTAN, e o seu sucessor designado – o general John R. Allen – assim como o comandante da Missile Defense Agency (ou seja, o escudo anti-míssil), general Patrick J. O’Reilly. Para terminar, Susan Rice e Hillary Clinton foram alvo de fortes ataques por terem ocultado ao Congresso certos elementos sobre a morte do embaixador Chris Stevens, assassinado em Bengazi por um grupo islamista, provavelmente por ordem da Mossad.
Arrumados ou paralisados os elementos da oposição, Barack Obama anunciou uma profunda remodelação da sua equipe. Começou por pôr John Kerry à cabeça do Departamento de Estado. Kerry é um partidário declarado da colaboração com Moscou, em temas de interesse comum. Também é um amigo pessoal de Bachar al- Assad.
Hagel é um dos defensores da OTAN mas, acima de tudo, um realista. Denunciou sempre a megalomania dos neo-conservadores e o sonho de imperialismo global de que são anunciados. Além de que é um nostálgico da guerra fria, a época bendita em que Washington e Moscou repartiam o mundo sem muitas complicações. Junto com o seu amigo John Kerry, Chuck Hagel organizou em 2008, uma tentativa de negociação para levar Israel a restituir o colinas de Golã à Síria .  E, para terminar, nomeou John Brennan para a chefia da CIA. Este assassino, de sangue frio, está convencido que a primeira debilidade dos Estados Unidos é a de ter criado e desenvolvido o jihadismo internacional.
A sua obsessão é a eliminação do salafismo e o desmantelamento da Arábia Saudita, o que aliviaria em definitivo a situação da Rússia no norte do Cáucaso.
Este surpreendente cenário foi preparado há algum tempo atrás pelo general sírio Hassan Tourkmani (assassinado no atentado que sacudiu Damasco a 18 de Julho de 2012) e pelo seu homólogo russo Nikolai Bordyuzha. Os ministros das Relações Exteriores da OTSC adotaram depois – em 28 de Setembro de 2012 – uma posição comum sobre o tema, e o departamento da ONU encarregado das operações de manutenção da paz assinou com a OTSC um protocolo que outorga a essa organização prerrogativas similares às da OTAN.
Sob a denominação «Fraternidade inviolável», uma série de simulacros militares ONU/OTSC tiveram lugar no Cazaquistão de 8 a 17 de Outubro de 2012. Finalmente, um plano de colocação de «chapkas azuis» foi discutido – em 8 de Dezembro – no Comité Militar da ONU.
Essa opção permitiria a Washington deixar em mãos de Moscou uma ampla zona de influência, sem ter por isso que sacrificar parte da sua própria influência. É uma atuação semelhante à que pode ver-se no FMI, quando Washington aceitou aumentar o direito de voto dos países membros do grupo dos BRICS. Os Estados Unidos não cederam, nem um milímetro, do seu próprio poder, antes, obrigaram os europeus a renunciar a uma parte dos seus votos para abrir espaço aos membros do BRICS.
Este acordo político-militar está associado a um acordo económico-energético, já que, o que realmente interessava à maioria dos protagonistas da guerra contra a Síria era a conquista das reservas de gás desse país. Com efeito, importantes jazidas de gás natural foram descobertas no sul do Mediterrâneo e na Síria. Com o posicionamento das suas tropas neste país, Moscou melhoraria o seu controle sobre o mercado do gás para os próximos anos.

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