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PRIORIDADE DO G20 - O DESAFIO DO CRESCIMENTO


A presidenta Dilma Rousseff viaja para a Austrália, onde ocorrerá a reunião de cúpula do G20 nos dias 15 e 16. A Cúpula dos Líderes do Grupo dos Vinte, será realizada em Brisbane Convention and Exhibition Centre.



Coletivamente, as economias dos G-20 são responsáveis ​​por cerca de 85% do produto bruto mundial (GWP), 80% de comércio mundial (ou se excluindo UE intra-comércio: 75%), e dois terços da população mundial. 



CHEFES DE GOVERNO

Além desses 20 membros, os diretores executivos de vários outros fóruns e instituições internacionais participam nas reuniões do G-20. Estes incluem o diretor-gerente e presidente do Fundo Monetário Internacional , o presidente do Banco Mundial , o Comitê Monetário e Financeiro Internacional e Presidente do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento. .

Prioridade do G20 - O Desafio do Crescimento

Declaração de Líderes do G20 -São Petersburgo 

A economia global ainda está em recuperação da crise financeira global, e apesar dos sinais recentes de melhoria, o desafio do crescimento continua.

Como líderes do G-20 enfatizou em São Petersburgo, no ano passado, a tarefa imediata do G20 é quebrar o ciclo de baixo crescimento e de negócios e diminuição da confiança dos consumidores. Baseando-se na Cimeira de São Petersburgo, os membros do G20 estão bem colocados para fazer isso em 2014.

Cinco anos após a crise financeira global de crescimento econômico, global está se recuperando, mas as taxas de crescimento permanecem abaixo do que é necessário para que os cidadãos de volta ao trabalho, garantir um aumento sustentado dos níveis de vida e alcançar uma economia global mais equilibrada. 

Em 2014, a economia global continua a produzir muito menos do que teria se não fosse a crise, há dezenas de milhões de menos empregos e comércio global ainda tem um caminho a percorrer para voltar a níveis pré-crise.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a produção no G20 seria agora 8 por cento maior por trabalhador, se a economia mundial continuou a crescer como fez entre 1998 e 2005.
O comércio mundial deverá crescer em 4,7 por recente deste ano, uma melhoria em relação a 2,1 por cento de crescimento visto em 2013, mas ainda abaixo da sua média pré-crise, de 6 por cento ao ano entre 1980 e 2007, e as restrições comerciais estão a aumentar, elevando o custo de fazer negócios.
A Organização Internacional do Trabalho estima que, em 2013, havia 62 milhões a menos de pessoas em empregos de menor do que teria sido se as tendências pré-crise em produção e do emprego continuou.
O crescimento da produtividade é incerta. Em quase todos os países avançados, o crescimento do PIB por hora trabalhada diminuiu ao longo dos últimos 10 anos.

Objetivo de crescimento do G20 até 2019 é difícil de alcançar

O ministro das Finanças francês, Michel Sapin, afirmouque o objetivo de crescimento suplementar fixado até 2019 para o G20 será "difícil de alcançar", após a primeira reunião de banqueiros centrais do grupo das 20 maiores economias.

Os ministros das Finanças do G20 fixaram como meta aumentar o valor do produto interno bruto (PIB) dos países que compõem a organização em 2% suplementares nos próximos cinco anos, o que representa um crescimento da economia mundial em mais de 2 mil milhões de dólares. Este objetivo foi fixado na reunião anterior, que decorreu em fevereiro, em Sidney.
Mas depois do debate que reuniu ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20 em Cairns, Austrália, Michel Sapin disse aos jornalistas que será "difícil alcançar" aquela meta, tendo em conta "a situação atual".

O ministro explicou que se trata de uma "espécie de contradição" entre "o famoso objetivo de dois pontos do PIB ao longo dos próximos cinco anos" e a dificuldade em alcançar a meta.

"Estamos num momento em que quase todas as perspetivas de crescimento foram revistas em baixa", afirmou o governante francês, acrescentando que muitos dos intervenientes da reunião do G20, tinham afirmado que "o fraco crescimento na zona euro é motivo de preocupação".

Os ministros das Finanças do G20 encontram-se este fim de semana na Austrália com o objetivo de definir uma estratégia para um crescimento global de 2%, ao mesmo tempo que lidam com uma difícil recuperação da zona euro.

Fortalecer o crescimento global, criar empregos e garantir que a economia mundial é mais resistente a futuros embates são as grandes prioridades do G20, atualmente presidido pela Austrália.

Europa estuda moratória da dívida: 

Existe um plano neoliberal de reestruturação da dívida dos países membros do Banco Central Europeu para ser paga em 100 anos. A proposta é uma forma de moratória que seria conduzida pelo próprio Banco Central Europeu.

O plano PADRE – Politically Acceptable Debt Reestructuring in the Euro Zone proposto pelo economista Charles Wyplosz sugere uma reestruturação da dívida pública nos países mais endividados da Europa. 
A sugestão que Charles Wyplosz: BCE compre parte da dívida dos estados-membros mais endividados, como Portugal, e transforme as dívidas em obrigações perpétuas e sem juros. Assim, de um dia para outro, a dívida remunerada de países como Portugal cairia pela para metade.
E como é que o BCE seria ressarcido? O BCE, que passaria a ser o credor, seria pago com dinheiro do próprio BCE. Confuso? A sugestão de Wyplosz é que os países que beneficiarem desta reestruturação possam usar os lucros do BCE que são distribuídos aos estados-membros através da emissão de moeda (os chamados direitos de seignoriage) para repagar essa dívida, sendo que a maturidade desse pagamento teria de ser estendida por um período que poderia chegar a 100 anos

Charles Wyplosz, que também é Diretor do International Centre for Money and Banking Studies, de Geneve, propõe que a “tomada” de dívida por parte do BCE seja feita na proporção da quota que cada país tem no banco central. E para evitar os chamados riscos morais, ou seja, que os países aproveitem esta ajuda para descurar a subida do endividamento, o economista propõe que a dívida perpétua do BCE seja reconvertida em dívida normal e com juros, caso os estados-membros ajudados voltem a aumentar o endividamento.

Esta solução de Wyplosz, segundo o próprio, é compatível com o Tratado Orçamental, e não implica pressões inflacionistas já que a emissão de dívida nova por parte do BCE não seria monetarizada. O grande problema é passar os encargos da dívida atual para gerações futuras. Mas a isso, o economista francês responde ao PÚBLICO, numa entrevista por email, que “não existe uma outra alternativa que seja credível”.

Defende a reestruturação da dívida pública na zona euro. O que vai acontecer se a Europa recusar essa via?

A alternativa a uma reestruturação seria uma lenta erosão das dívidas atuais através de excedentes orçamentais. Este processo iria demorar 20 anos ou mais, período durante o qual o nível de endividamento continuaria extremamente elevado, o que naturalmente poderia despoletar uma nova crise das dívidas soberanas. Este é o risco que me preocupa mais. E é preciso não esquecer que, apesar de tudo, todas as dívidas públicas dos países são hoje maiores do que eram em 2007, ou seja, antes da crise.

Que países da zona euro precisam hoje de reestruturar a dívida?

Seriam sobretudo nos países mais endividados como o Chipre, a França, Grécia, Itália, Irlanda, Portugal e Espanha. A Bélgica e a Alemanha também têm níveis elevados de endividamento

Portugal seria um dos candidatos naturais já que tem um rácio de dívida da dívida sobre o PIB de 130%.

No plano que propõe, caso este venha a ser aceite, qual é a percentagem da dívida que seria alvo de uma reestruturação? Por exemplo, no caso de Portugal que atualmente tem um rácio de 130%. No plano a proposta é uma reestruturação de metade da dívida dos governos da zona euro, aplicando a cada país uma quota igual à quota que tem no capital do BCE. Para o caso específico de Portugal, o cenário pós- reestruturação, implicaria ficar com uma dívida de 55,6% do PIB.

“ESSA CRISE ESTÁ NOS CHAMANDO PARA AS GRANDES DECISÕES POLÍTICAS QUE DESAPRENDEMOS A TOMAR”, DIZ LULA EM PARIS EM 2012

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Paris que a crise internacional abre uma oportunidade para que os governantes assumam responsabilidades e tomem decisões que há tempos deveriam ser tomadas. “Essa crise está nos chamando para as grandes decisões políticas que desaprendemos a tomar depois de um longo tempo de bem-estar social”, disse Lula. O ex-presidente destacou que a nova geografia política do mundo deve ser respeitada e refletida nos organismos multinacionais e questionou até mesmo a aceitação do dólar como moeda padrão internacional. “É preciso dar mais representatividade e democratizar mais a ONU para que possamos efetivamente nos valer dela”. O ex-presidente Lula e o ex-primeiro ministro francês Lionel Jospin fizeram as falas de encerramento do “Fórum pelo progresso social. O crescimento como saída para a crise”, organizado pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean-Jaurès, em Paris.

Em um discurso de improviso e bem-humorado, Lula levantou risos da plateia em vários momentos e foi aplaudido dez vezes durante sua fala, de cerca de uma hora e vinte. Lula lembrou que no Brasil durante muito tempo foi aceita a ideia de que era preciso primeiro deixar o bolo crescer para depois dividi-lo. “Só que, no meu país, o bolo cresceu várias vezes, algumas pessoas comeram, e outras continuaram com fome. Nós provamos que dividir o bolo era fazê-lo crescer. Era preciso distribuir para crescer”. O ex-presidente se disse orgulhoso por ver que seu governo conseguiu provar que era possível aumentar salários e recuperar a renda sem aumentar a inflação. “Não quero dar palpite para a França ou para a Europa, quero mostrar o que fiz no Brasil”.

O discurso do ex-presidente vai ao encontro dos debates abertos pelo presidente francês François Hollande e pela presidenta Dilma Rousseff e que envolveram intelectuais e políticos de diversos países. Durante as mesas de debate, o tema da necessidade de uma nova governança internacional, que dê espaço para os países em desenvolvimento e para mais atores internacionais foi uma constante, assim como a chamada para a defesa do emprego e o estímulo ao crescimento como medidas de superação da crise internacional.

Lula lembrou, por exemplo, que saiu muito otimista da reunião do G20 em Londres, em 2010. “Foi a melhor reunião que o G20 que já tinha feito”. Lula leu várias das decisões daquele encontro, que definiam exatamente a necessidade de preservação do emprego e do crescimento como armas de combate e crise e ainda previam a necessidade de regulamentação do sistema financeiro e de reestruturação dos organismos decisórios internacionais. “O problema do G20 não é falta de decisão. Mas, quando os presidentes voltaram a seus países, nada foi feito”, lamentou, lembrando que as eleições nacionais e locais acabaram engessando muitos governantes.

Ao final de sua fala, Lula voltou a dizer que esta não é uma crise causada pelos trabalhadores e que é injusto que eles paguem, com desemprego e recessão, por ela. E elogiou Dilma e Hollande porque, no lugar de escolher um encontro entre presidentes, aceitaram ampliar o debate, nesta conferência organizada pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean-Jaurès. “Vamos ouvir todo mundo, não tem problema que tenha gente mais radical, menos radical. Sabe por quê? Porque essa crise não é minha nem sua, é da responsabilidade de gente que a gente nem conhece”, lembrando que nunca viu cara de banqueiro no jornal “porque são eles [os banqueiros] que pagam as propagandas que saem lá”.

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