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GREVE NOS ESTALEIROS GALEGOS CONTRA AS ORDENS DE BRUXELAS

Greve em defesa dos estaleiros navais
da Espanha
Revolta contra Bruxelas
 
Os operários dos estaleiros navais da Espanha cumprem uma greve de quatro horas contra a intenção de Bruxelas de obrigar as empresas a devolver «ajudas estatais».
As greves foram convocadas por uma ampla frente sindical (CCOO, UGT, CIG, CAT e ELA), coincidindo com a reunião marcada para hoje, quinta-feira, entre uma delegação do governo de Espanha e o comissário europeu da Concorrência Joaquín Almunia.
Depois de uma semana de intensos protestos, em particular na Galiza, a paralisação afetará os estaleiros galegos (Factorías Naval de Marín, Metalship, Armon, H.J Barreras, CNP Freire, F. Cardama, F. Vulcano e Valiña), das Astúrias (Gondan, Armon), das Baleares (Estaleiros Maiorca), Canárias (Astican), Cantábria (Astander) e País Basco (Construcciones Navales del Norte, Murueta, Zamakona, Balenciaga e Pasaia).
Nos estaleiros públicos de Ferrol, Fene, Puerto Real Cádiz, San Fernando e Cartagena, os operários realizam plenários, concentrações e manifestações em defesa do setor já fortemente penalizado pelas políticas europeias.
Esta verdadeira revolta do setor foi provocada pela ameaça de Bruxelas de impor a devolução do que considera serem «ajudas do Estado» atribuídas entre 2005 e 2011.
Trata-se efetivamente de crédito bonificado, conhecido como «tax-lease», a que as empresas do setor tiveram acesso para financiar a construção de navios.
A devolução de tais ajudas, que nas contas de Bruxelas ascendem a 2.800 milhões de euros, representaria a sentença de morte para a maioria das empresas de construção e reparação naval de Espanha. 
 
 
Um setor vital
 
Em Galiza, milhares de operários manifestaram-se, dia 4, em Vigo, frente à representação da Agência Europeia de Controlo de Pesca.
No mesmo dia, três mil operários dos estaleiros de Fene, em Ferrol, Noroeste da Galiza, marcharam durante quatro horas, atravessando vários municípios.
O sentimento de urgência é especialmente forte nesta região em que o motor da economia continua a assentar em grande medida no sector naval, apesar da profunda crise que tem vindo a destruir milhares de postos de trabalho nos últimos anos.
Por exemplo, em 2009, esta indústria empregava 12 mil pessoas só em Vigo. Hoje restam três mil. Também em Ferrol foram extintos mais de 2.300 postos de trabalho.
Há muito que o setor luta pela sobrevivência, debatendo-se com a falta de encomendas e a concorrência de outras regiões do mundo. Por isso, a intromissão de Bruxelas é veementemente repudiada por sindicatos e empresas que a vêem como o golpe de misericórdia.

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