Principalmente a educação, reconhecida como uma das melhores do mundo pelo Banco Mundial, e a saúde, o xodó do país, não apenas por sua qualidade mas pela amplitude de cobertura – a medicina preventiva é a base, através do sistema de atendimento familiar. Há 67,2 médicos para cada 10 mil habitantes no país, a melhor média do mundo segundo a OMS, mesmo com a “exportação” de 31 mil médicos para 69 países, segundo o Ministério de Saúde de Cuba.
Não é pelo dinheiro, os médicos cubanos aprendem desde a faculdade que sua missão é salvar vidas. Diz a cubana Maura: Em qualquer catástrofe, nossos médicos estão lá para ajudar, na África, no Paquistão, na Guatemala, no Haiti – até para os Estados Unidos oferecemos ajuda quando teve o furacão Katrina” (os EUA não aceitaram). Também foram os cubanos “os primeiros a se oferecer” para trabalhar no atual combate à epidemia de Ebola na África. “Os médicos quiseram ir” e 15 mil voluntários se apresentaram para 250 vagas.
E são os cubanos os voluntários mais úteis, de acordo com a OMS, porque conhecem a realidade africana (já havia 4 mil médicos da ilha em missões na África antes da epidemia) e estão acostumados com as missões humanitárias internacionais: desde 1963, Cuba mandou mais de 132 mil médicos para 102 países, muitas vezes, cobrindo os custos.
Para Maura, o pagamento dos serviços através de convênios com países como o Brasil e a Venezuela ajuda a desenvolver a ciência e manter o investimento do país na formação dos médicos, inclusive de outros países – metade dos 11 mil estudantes formados em 2012 em 24 faculdades gratuitas de medicina eram estrangeiros – cerca de 70% deles da América Latina. Desde 1998, a Escola de Medicina Latino-americana (Elam) recebe exclusivamente estudantes dos países vizinhos. Os médicos também têm um tratamento especial em Cuba, como salários mais altos (até 1.000 pesos, cerca de 40 dólares) e acesso à internet em casa.
“A solidariedade é a base da nossa cultura, o sentido da revolução, mas a generosidade de Fidel diante dos recursos financeiros de Cuba pode ser vista como excessiva”, disse Cristina, uma negra bonita de 64 anos de idade, que cresceu com a Revolução. “Fidel foi um idealista, um humanista, e nossos ideais estão muito vivos, mas sabemos que precisamos também ser práticos, como Raul está sendo. Temos que mudar o que é necessário para o país crescer sem deixar de ser quem somos, o povo que coloca o ser humano como prioridade, essa é a tarefa dos revolucionários hoje”.
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