Golpe parlamentar no #Paraguay: 25 senadores aliados ao presidente Horacio Cartes violaram a Constituição!
Uma maioria de 25 dos 45 senadores concordou em apresentar nos próximos dias um projeto de emenda constitucional que já teria efeito nas eleições gerais previstas para abril de 2018. Cartes não se manifestou publicamente sobre o tema, mas a imprensa local diz que ele estaria nos bastidores impulsionando o projeto
A iniciativa teria sido apresentada pela primeira vez em agosto por um grupo de legisladores do governista Partido Colorado e da oposição, mas não chegou a ser discutida e foi arquivada.
Horacio Cartes - Golpista
Um dos homens mais ricos do Paraguai, o conservador é presidente do Grupo Cartes, um conglomerado de empresas que produzem bebidas, cigarros e charutos, roupas e carnes, além de gerenciar diversos centros médicos.
Aos 56 anos, Cartes é razoavelmente novo na política, mas é muito conhecido por sua trajetória empresarial, assemelhando-se ao presidente chileno, Sebastián Piñera.
Cursou a universidade nos Estados Unidos e ao retornar ao Paraguai iniciou sua vida no mundo dos negócios, na empresa do pai, Ramón Telmo Cartes Lind.
Foi apenas em 2009 que formalizou sua incursão na política, ao associar-se ao Partido Colorado, fundando o movimento Honra Colorado, em cuja página na internet dizia estar "inquieto pelo curso político do país sob o governo esquerdista-liberal filo-chavista".
Na mesma época, Fernando Lugo dava início ao seu governo, com alta popularidade (algo que foi perdendo ao longo dos anos) e a promessa de reformas sociais e de atentar-se ao eterno problema de terras no país.
Além de ser dono de empresas milionárias, Cartes é o presidente do Club Libertad desde 2001 – time de futebol paraguaio que sob sua gestão conquistou sete títulos locais.
Ele também é dirigente da Associação Paraguaia de Futebol – no departamento que coordena a seleção nacional.
Cocaína e maconha
Além de alçá-lo ao poder, no entanto, a entrada de Cartes na política colocou sua vida particular e ética empresarial sob os holofotes e abriu caminho para dúvidas não só de seus rivais, mas até mesmo do próprio Partido Colorado.
A presidente do partido, Lilian Samaniego, chegou a sugerir que Cartes teria vínculos com grupos do narcotráfico.
No ano 2000, autoridades paraguaís localizaram um pequeno avião com registro brasileiro na fazendo do milionário, levando um carregamento de cocaína e maconha.
Ele negou qualquer relação com a aeronave e sua carga e nunca chegou a ser formalmente acusado, mas a história o persegue desde então.
Lavagem de dinheiro
Outra acusação que paira sobre o empresário é a de lavagem de dinheiro, por operações supostamente ilegais mantidas pelo Banco Amambay, do qual é dono.
A instituição financeira foi investigada por uma comissão parlamentar brasileira em 2004, após ter sido incluída em uma reportagem com dados do Departamento Antinarcóticos Americano (DEA, na sigla em inglês).
Cartes classificou a acusação, em 2011, como um "disparate" e afirmou que o Brasil já tinha encerrado todas as acusações judiciais contra ele.
Ao longo do tempo, as justificativas do empresário convenceram a cúpula do Partido Colorado, que o apontou como candidato à Presidência – ganhando inclusive o apoio de Samaniego, que inicialmente o havia questionado duramente.
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