ESTUDANTES INVADEM A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA E DECLARAM GUERRA A CAPEZ (PSDB) E ALCKIMIN (GOVERNADOR DO PSDB)
PALAVRA DE ORDEM "OCUPAR E
RESISTIR"
Estudantes secundaristas ocupam a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) desde o final da tarde de ontem, dia 03/05 e decidiram que vão permanecer no Plenário Juscelino Kubitschek, o principal da casa até a abertura do inquérito de investigação da máfia da merenda no estado de São Paulo. . Os estudantes não aceitam o arquivamento do processo e exigem uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para a investigar os desvios de recursos públicos das escolas. Até o momento, 23 deputados assinaram o pedido de abertura da CPI, nove a menos do que o necessário.
“A gente ocupou com uma pauta muito clara, que é a abertura imediata da CPI para investigar o roubo da merenda. Desde o início do ano a gente vem denunciando o roubo da merenda e, até agora, a Alesp não abriu a CPI por falta de quórum, por uma indisposição dos deputados em assinar a abertura da CPI”, disse o presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), Emerson Santos.
Os estudantes que ocupam o plenário da Alesp são, em sua maioria, menores e participantes de entidades como a União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE), da União Nacional dos Estudantes (UNE), da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), além da Upes.
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O presidente da Alesp, deputado Fernando Capez (PSDB), reuniu-se com alunos durante a noite e ouviu as reivindicações dos estudantes. No entanto, Capez permitiu apenas que os alunos recebessem água e tivessem acesso ao banheiro. Alimentos não poderão ser levados aos estudantes. O presidente da Alesp disse que pretende fazer uma “saturação” sobre os alunos para que eles desocupem o plenário.
“O nosso objetivo é fazer uma saturação para que eles saiam. Se começar a dar um tratamento, eles não vão sair daqui. O objetivo é retomar os trabalhos amanhã”, disse. “Essa saturação não pode chegar ao ponto de deixar sem água e sem banheiro. Se você permite a entrada de mantimentos, você está estimulando a permanência. O nosso objetivo é que haja a desocupação da Casa, inclusive vamos entrar com uma medida de reintegração de posse. Fazer tudo de acordo com a lei e com calma”.
Apesar da proibição, por volta das 21h30, padre Júlio Lancellotti, conhecido pela atuação entre moradores de rua, entrou no plenário com uma caixa cheia de pães e distribuiu aos alunos. No entanto, o alimento não foi suficiente para todos os estudantes.
Investigado
Fernando Capez foi citado no esquema de propinas da merenda escolar e é um dos investigados pela Operação Alba Branca. A operação foi deflagrada no dia 19 de janeiro pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual de São Paulo. Eles investigam um esquema de fraude na compra de alimentos para merenda escolar de prefeituras e do governo paulista.
Em fevereiro, Capez teve seu sigilo bancário e fiscal quebrado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Em meados de abril, o lobista Marcel Ferreira Júlio, considerado um dos mentores do esquema de fraude em licitações para a compra da merenda escolar em São Paulo, disse, em delação premiada, que encontrou duas vezes com Capez em 2014.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, em um desses encontros, o lobista disse ter visto o atual presidente da Alesp ligar para a Secretaria Estadual da Educação para agilizar um contrato com a Cooperativa Agrícola e Familiar de Bebedouro (Coaf) e, logo depois, sinalizar que queria dinheiro para sua campanha.
De acordo com o lobista, os encontros ocorreram no escritório de Capez. Em uma dessas reuniões, o presidente da Alesp teria esfregado o dedo indicador e o polegar, indicando que queria dinheiro.
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