Pela democracia sem Temer
O jornal português "AVANTE" publicou a manifestação convocada pela Frente Povo Sem Medo para junto da residência do presidente golpista Michel Temer foi dispersada pela polícia de choque com recurso a canhões de água e granadas de gás lacrimogéneo.
A direcção da plataforma de luta acusa o governador de São Paulo, Geraldo Alckim, do Partido da Social-Democracia Brasileira, de ter coordenado directamente as operações.
Alckim está no centro de uma polémica envolvendo um alegado esquema de corrupção na compra de alimentos para as escolas paulistas. A resposta à movimentação estudantil foi violenta e na quarta-feira, 18, o governador ordenou a desocupação das instituições onde permaneciam jovens do Secundário, isto depois destes terem anunciado que recolheram assinaturas suficientes para obrigar à instalação de uma comissão de inquérito pelo hemiciclo estadual.
Na tarde de domingo, 22, cerca de 30 mil pessoas desfilaram no centro de São Paulo contra o golpe e em defesa do regresso do país à normalidade democrática e constitucional. A jornada terminou com a ocupação de uma praça próxima da casa de Michel Temer, iniciativa à qual as autoridades responderam com violência.
Protestos semelhantes ocorreram durante todo o fim-de-semana noutras cidades do Brasil, com destaque para as convocadas pela Frente Brasil Popular (FBP) em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro, Brasília ou Recife.
Ainda em São Paulo, no sábado, a FBP, juntamente como outras organizações e movimentos sociais, promoveu uma reunião plenária para discutir os próximos passos na mobilização contra o golpe. Simultaneamente, personalidades da cultura, artistas, professores, cientistas e investigadores realizavam a iniciativa «Grito pela Democracia».
No Rio de Janeiro, matinha-se, dia 21, a ocupação das sedes regionais da Educação e da Cultura, pese embora Michel Temer tenha voltado atrás decidindo incluir no executivo um Ministério da Cultura.
Já esta segunda-feira, 23, o jornal Folha de São Paulo divulgou extractos de uma conversa entre o actual ministro do Planeamento, Romero Jucá, e o ex-presidente da Petrobras, Sérgio Machado, sobre a necessidade de afastar Dilma Rousseff para travar a operação Lava Jato, investigação em que ambos estão implicados. A revelação acabou por forçar Jucá a demitir-se.
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