CHICÃO E O AGRADECIMENTO ESPECIAL AO SUBPREFEITO E AO CHEFE DE GABINETE DE SANTANA/TUCURUVI POR ABRIR AS PORTAS DA SUBPREFEITURA PARA O POVO DEPOIS DE TANTOS ANOS FECHADAS PARA A COMUNIDADE |
Foi realizada a primeira reunião com mais de duzentos e cinquenta moradores da Zona Norte de São Paulo no Auditório da Subprefeitura de Santana/Tucuruvi para discutir problemas da região e acima de tudo realizar o primeiro ato de criação do Conselho Político Popular para o Desenvolvimento da Zona Norte.
Depois de muitos anos, a população voltou a ocupar a Subprefeitura de Santana/Tucuruvi. O Conselho criou também o seu manifesto que era composto acima de tudo pela premissa de que é necessário ouvir a população não organizada em sindicatos, por exemplo. A atividade ressaltou a importância do exercício da democracia direta.
A atividade contou com a presença de moradores desde a região do Tietê até os fundões do Tremembé e de Casa Verde, Cachoeirinha até Vila Maria. Com demandas desde as mais essenciais como um relato de uma mãe que aguarda há um ano um médico dermatologista na rede de saúde, até moradia, reivindicação muito recorrente.
A atividade de início teve indagação de ambulantes, como Mane que questionou o fato de não poderem trabalhar na região e teve como resposta, uma proposta de que o fórum fosse permanente e que houvesse a criação de uma comissão para dar continuidade ao diálogo e buscar soluções para que pudessem trabalhar nas ruas da Zona Norte de forma organizada e de gestão da subprefeitura.
Ressaltando a região da Casa Verde/Cachoeirinha, Otacílio apresentou duas principais reivindicações de sua comunidade: “Parque Peruche Público”, transformação do Campo de Marte em Parque Público como forma de valorização da região.
Entre as manifestações do público Nilcéa Fleury, eleita no Conselho Participativo e moradora da região falou sobre candidatos a eleição do Conselho do Imigrante, Programa Minha Casa Minha Vida para a região, com desapropriação de terrenos se for o caso e revitalização da Praça Margarida, com Campo de Bótia e Pista de Skate.
No encontro teve a presença de moradores da Zaki Narchi, entre eles Bento, João e Flávio, que apresentaram problemas desde a desregularização dos prédios, ausência de políticas públicas de todas as áreas, drogas e outras situações em que se encontram os moradores do Conjunto, a mercê de gás metano e do abandono das gestões anteriores. “Temos 1.200 crianças nos conjuntos habitacionais, não temos espaço de lazer... gostaríamos de ter aparelhos de ginástica, que limpassem o córrego, que diminua a repressão aos vendedores de pipoca, que só quer trabalhar vender sua mercadoria”, afirma Bento.
As aflições de ambulantes foram muito discutidas, principalmente aqueles que reivindicavam seus carrinhos pegos pela fiscalização e nunca devolvidos. Demandas como espaço para a prática skate e grafite também foram muitas, os
jovens reivindicavam espaços de lazer, incentivo à cultura e revitalização de espaços públicos.
Entre os presentes, Priscila (representante da Comunidade/favela Mimosa) reivindica melhoria para a comunidade e a não desocupação da área, relatando que habita a 30 anos na região, enfatiza que “se algum dia for desocupar, que seja para uma moradia digna.”
Além disso, tivemos a presença de moradores do Jaçanã, Tremembá, Vila Gustavo, Vila Medeiros, Mandaqui, Lauzane, Cachoeirinha e Limão.
Essa reunião é só um começo de um fórum permanente com objetivos claros de resolução e encaminhamento para diversos setores, desde educação até transporte. Com proposta radical e numa vertente de transformar a sociedade, de forma organizada, articulada, a criação do Conselho Político Popular espera acima de tudo, contemplar aqueles que mais sofreram durante antigas gestões e que ficaram a mercê de grupos como sindicatos e associações que não representavam seus interesses e convergiam com a pauta diária, colada na realidade e de acordo com seus reais interesses.
MANIFESTO DE CRIAÇÃO DO CONSELHO POLITICO POPULAR PELO DESENVOLVIMENTO DA ZONA NORTE
"A massa não é apenas objeto da ação revolucionária;
é sobretudo sujeito"
Rosa Luxemburgo
RECONHECENDO A DINAMICA DO MOMENTO ATUAL, ONDE ESTÁ POSTO EM CHEQUE O ANTIGO MODELO DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA BURGUESA;
RECONHECENDO QUE O PODER ECONOMICO SUBVERTE A VONTADE POPULAR, ATRAVÉS DA COOPTAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE PODER E DE INSTITUIÇÕES PUBLICAS E, PRINCIPALMENTE, MANIPULANDO CORAÇÕES E MENTES ATRAVÉS DA MIDIA GOLPISTA;
RECONHECENDO QUE O DIREITO DO CIDADÃO SER SUJEITO DA HISTORIA, SE CONSEGRA NA REUNIÃO DAS VONTADES OBJETIVAS E SUBJETIVAS QUANDO EXPRESSADAS NA AÇÃO POLITICA DE CONSTRUIR O SEU PROPRIO CAMINHO;
RECONHECENDO QUE O GOVERNO DE FERNANDO HADDAD DO PT, NO POUCO TEMPO DE EXISTENCIA, ABRIU CANAIS ALTERNATIVOS DE DIALOGO COM A POPULAÇÃO, INCENTIVANDO A PARTICIPAÇÃO DIRETA DO CIDADÃO NAS DECISÕES SOBRE O DESTINO DA CIDADE;
E RECONHECENDO QUE ESTA NOVA CONFIGURAÇÃO DA GOVERNANÇA TEM A LEGITIMIDADE DO VOTO E OPERA EM FAVOR DOS ANSEIOS DA POPULAÇÃO OPRIMIDA DE SÃO PAULO;
O CONSELHO POLITICIO POPULAR PELO DESENVOLVIMENTO DA ZONA NORTE É UM ORGÃO APARTIDÁRIO QUE REUNE A POPULAÇÃO DA ZONA NORTE E REPRESENTAÇÕES DESTA, COM O OBJETIVO DE AMEALHAR E ORGANIZAR AS REIVIDICAÇÕES E PROJETOS VOLTADOS PARA PROMOVER O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO, DIALOGANDO EM TODAS AS ESFERAS DO PODER MUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL PARA CONCRETIZÁ-LOS COM O QUE DE MELHOR EXISTIR PARA O ATENDIMENTO DE SUAS DEMANDAS.
ESTE MOVIMENTO NÃO SE PRETENDE UM CONSELHO PARTICIPATIVO PARALELO, POIS, RECONHECE O MESMO COMO INSTANCIA INSTITUCIONAL LEGITIMA PELO QUAL TAMBÉM PODE ENCAMINHAR SUAS REIVINDICAÇÕES.
O CONSELHO POLITICIO POPULAR PELO DESENVOLVIMENTO DA ZONA NORTE NÃO SE ESTRUTURA EM HIERARQUIA DE COMANDO VERTICAL, MAS SE COMPREENDE NA IGUALDADE HORIZONTAL QUE DEFINE ADEQUADAMENTE SEU CARATER SOLIDÁRIO, UNIVERSAL E DIVERSO.
O CONSELHO POLITICIO POPULAR PELO DESENVOLVIMENTO DA ZONA NORTE É PAUTADO ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE PELA VONTADE SOBERANA DO POVO QUE VIVE NESSA REGIÃO E, PORTANTO, NÃO SE FURTARÁ DE DEFENDÊ-LA EM QUALQUER TEMPO E ESPAÇO DA CIDADE SÃO PAULO.
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