Russia Today apresenta as opiniões de alguns sírios que vivem em Moscou sobre a iniciativa Rússia de expor o arsenal de armas químicas sob controle internacional. Muitos deles consideram que esta iniciativa responde aos interesses de Israel e Bashar al-Assad, e não os da Síria e seu povo.
Localização da frota russa no Mar Mediterrâneo
Hassan Aldash (engenheiro, empresário)
As grandes potências não respeitam os interesses do nosso povo, do direito à liberdade e democracia, a uma vida digna, eles não se preocupam com as conseqüências que podem causar para o nosso país. Armas químicas eram um método para impedir um possível ataque por parte de Israel. A iniciativa da Rússia neste contexto atende a um jogo que colabora com a América e o regime de Assad. A proposta russa, desta forma, só beneficia os inimigos e debilita a Síria, dando a Israel plena liberdade para agir.
Amin Aldaguer (doutor em ciências tecnológicas, de negócios)
A iniciativa russa foi boa pois preveniu um ataque à Síria, e neste contexto salvou muitas vidas sírias da morte e da pobreza. Mas a iniciativa russa não pode por fim a crise sem impedir a entrada de soldados estrangeiros.
Nidal Abu-Ali (médico)
Esta iniciativa russa impediu uma possível agressão contra a Síria. Isto não resolveu o problema. É necessário uma decisão política, sentar-se à mesa de negociação. Rússia fez o que tinha que fazer, cabe aos EUA parar de vender armas para os terroristas. Cabe a Rússia agendar uma clara negociação de paz, que atenda efetivamente às demandas democráticas do povo sírio.
Nedal JUDr (médico, administrador)
O fato de que todos os problemas são resolvidos pelo regime em detrimento da segurança nacional, provocando-nos um certo sentimento de ofensa. Armas químicas, afinal, tornaram-se uma moeda de troca e deixa o povo sírio em uma situação desesperadora. Essa é a questão: Esta iniciativa vai acabar com a violência do lado de fora e também com a violência interna? As pessoas exigem liberdade, justiça e democracia. Onde está a iniciativa russa sobre estas questões?
Hazem Nahar é um analista político do Centro Árabe de Pesquisas e Estudos Políticos, em Doha, no Catar.
O desejo é privar a Síria das armas químicas atendendo o interesse dos Estados Unidos e Israel. Assim, o estado sírio vai ficar sem as armas que serviram como contenção de Israel. E então surge a pergunta: pode o Ocidente parar com a guerra na Síria? A guerra, que dura mais de dois anos, acabou criando uma nova realidade, ou seja: a oposição, além de fazer as suas próprias armas, recebem fornecimento de muitas fontes e muitos financiamentos.
E então surge outra pergunta: se, por exemplo, a iniciativa for em frente, onde está a oposição que participará em Genebra-2, juntamente com os Estados Unidos e a França? A aliança entre as forças revolucionárias da oposição não vão participar das negociações, uma vez que estão conscientes de que Assad permanecerá no poder. Manter Assad no poder é o objetivo principal.
Israel beneficia-se com o pacto pois priva a Síria de ter armas químicas, debilitando defensivamente o país de Assad. Essa iniciativa de pacto da Rússia com os Estados Unidos acaba efetivamente ajudando estrategicamente Israel.
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