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POVO ESPANHOL SOFRE

Dívida espanhola agrava-se




Dados do Banco de Espanha, publicados dia 16, revelam que a dívida total do Estado aumentou em Junho mais 6368 milhões de euros, atingindo um total de 943 702 milhões de euros.
Este montante representa 90,3 do Produto Interno Bruto (PIB), cujo valor se cifrou no último ano em 1,045 biliões de euros.
O rápido aumento da dívida pública de Espanha, país que em 2007 ainda ostentava um dos mais baixos endividamentos públicos da União Europeia (36,3 por cento do PIB), é indissociável do rebentamento da bolha imobiliária e da crise económica que se lhe seguiu.
Assim, as contas do Estado, que até àquele ano ou estavam equilibradas ou eram mesmo excedentárias, passaram a apresentar um défice elevado a partir de 2009, ano em que ultrapassou os 11 por cento, nunca baixando dos sete por cento nos exercícios seguintes.
A sangria do erário público deveu-se em grande parte ao esforço de capitalização dos bancos, que levou o governo a recorrer à intervenção externa, em Junho de 2012, no montante de 40 mil milhões de euros.
Porém, segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), citadas pela estação Telesur, desde o início da crise, a banca espanhola já absorveu cerca de 250 mil milhões de euros, quase um quarto do PIB.
Este montante é repartido em 63 mil milhões de injecções de capital, 134 mil milhões em avales e 50 mil milhões para a constituição do Sareb, a sociedade de gestão de activos tóxicos.
O organismo internacional calcula ainda que o Estado só poderá recuperar 60 mil milhões de euros, acumulando perdas de 190 mil milhões de euros. Mas o saneamento do sistema financeiro está longe de ter terminado.
Em Junho passado, o Banco de Espanha estimou haver no sistema financeiro até 200 mil milhões de euros de créditos duvidosos. Todavia este montante astronómico representa apenas uma pequena parte do total da dívida privada (empresas e famílias), que ascende a 220 por cento do PIB, ou seja, mais de 2,4 biliões de euros.
Se a economia não arrancar, e não há sinais nesse sentido, a dívida pública espanhola continuará inevitavelmente a subir, podendo ultrapassar os 100 por cento do PIB em menos de dois anos, segundo as do FMI.
Mesmo com juros relativamente baixos (cerca de três por cento), o executivo de Mariano Rajoy orçamentou para este ano uma despesa com o serviço da dívida que se eleva a 38 600 milhões de euros, isto é, muito perto do que destinou aos gastos de todos os ministérios juntos (39 722 milhões de euros).

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