Como se envenena a solução síria
Ainda «fresco», o acordo sobre as armas químicas na Síria parece não satisfazer os EUA, que mantêm a ameaça de agressão, nem a França, que promete abastecer de armas o conflito.
O ministro brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo disse que o principal ponto da futura resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito deverá ser o fim do envio de armas para a Síria. Figueiredo puxava assim o cordel que desata o nó desta guerra que já ceifou mais de 100 mil vidas, definindo a fronteira entre os que a procuram estancar e os que a querem ver incendiada.
Segundo o correspondente da Prensa Latina na Rússia, Obama terá tentado, na cúpula do G-20, em San Petersburgo, persuadir os responsáveis dos restantes parceiros para uma intervenção militar na Síria. Não foi entusiasmante o argumento para a maioria dos presentes, mas também já não convencera a opinião pública norte-americana. Obama teria defendido a ideia de uma intervenção de apoio a um suposto golpe militar contra Damasco.
Refere a mesma fonte que a ideia foi contestada pela diplomacia russa através de Vitali Churkin, o seu representante permanente na ONU, acusando os EUA de, caso assim procedesse, violar «o direito internacional», já que a Síria não empreendeu qualquer agressão contra os EUA e a ONU não aprovou qualquer mandato. Depois, o próprio relatório dos investigadores da ONU reconheceu a utilização de armas químicas no conflito, mas não arriscou apontar os autores, dada a possibilidade forte de terem sido as forças da oposição a al-Assad.
Mas se a iniciativa da diplomacia russa de controle internacional das armas químicas na Síria fez desligar os motores dos falcões norte-americanos, apoiados pela França e aplaudidos pelo desautorizado primeiro-ministro britânico, David Cameron (num plano decalcado da invasão do Iraque de 2003), já o projeto da administração Bush para a Síria, como tinha sido explicado à câmara de deputados em 2006 por David Schenker, diretor do Programa de Política árabes no Instituto Washington, parece prosseguir com Obama. Em 2003, Bush procurou minar a economia síria e, face ao relativo insucesso, terá optado por financiar com cerca de cinco milhões de dólares a oposição a al-Assad, confirmou Schenker.
Segundo o correspondente da Prensa Latina na Rússia, Obama terá tentado, na cúpula do G-20, em San Petersburgo, persuadir os responsáveis dos restantes parceiros para uma intervenção militar na Síria. Não foi entusiasmante o argumento para a maioria dos presentes, mas também já não convencera a opinião pública norte-americana. Obama teria defendido a ideia de uma intervenção de apoio a um suposto golpe militar contra Damasco.
Refere a mesma fonte que a ideia foi contestada pela diplomacia russa através de Vitali Churkin, o seu representante permanente na ONU, acusando os EUA de, caso assim procedesse, violar «o direito internacional», já que a Síria não empreendeu qualquer agressão contra os EUA e a ONU não aprovou qualquer mandato. Depois, o próprio relatório dos investigadores da ONU reconheceu a utilização de armas químicas no conflito, mas não arriscou apontar os autores, dada a possibilidade forte de terem sido as forças da oposição a al-Assad.
Mas se a iniciativa da diplomacia russa de controle internacional das armas químicas na Síria fez desligar os motores dos falcões norte-americanos, apoiados pela França e aplaudidos pelo desautorizado primeiro-ministro britânico, David Cameron (num plano decalcado da invasão do Iraque de 2003), já o projeto da administração Bush para a Síria, como tinha sido explicado à câmara de deputados em 2006 por David Schenker, diretor do Programa de Política árabes no Instituto Washington, parece prosseguir com Obama. Em 2003, Bush procurou minar a economia síria e, face ao relativo insucesso, terá optado por financiar com cerca de cinco milhões de dólares a oposição a al-Assad, confirmou Schenker.
Apoiar a Guerra
O presidente das relações externas da Duma, Alexei Pushkov, alerta para o fato de este acordo não travar o conflito, já que Washington e Paris procuram manter, e até reforçar, o apoio aos grupos armados de oposição a al-Assad.
Já depois de alcançado o acordo o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius, citado pela AFP e EFE, prometeu organizer em Nova Iorque, na próxima semana, uma «grande reunião internacional» para reforçar o apoio à oposição.
Entretanto, numa declaração ao povo, o Partido Comunista Sírio apela ao cerrar de fileiras contra uma eventual intervenção militar no país, denuncia o fracassado embargo dos EUA e alerta para o apoio «às operações dos grupos terroristas» a quem acusa de cometerem «atos criminosos (…) muitos deles, de base sectária, comunitária e étnica».
A própria Frente al-Nusra, com ligações à Al Qaeda, reconhece a autoria de massacres contra membros da minoria alauita, à qual acusam pertencer ao presidente Bashar al-Assad, em três povoados da província de Homs. Como refere o diário britânico Daily Telegraph, quase metade dos 100 mil homens armados que constituem as forças denominadas rebeldes, na Síria, é composta por movimentos islâmicos radicais. São esses movimentos que os EUA e França prometem continuar dar apoio armado.
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