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Dilma chega a India para Reunião dos Brics. Na pauta a criação de um novo Banco.

Dilma recebeu o tradicional bindi no centro da testa, um colar de flores e pétalas de rosa.

A presidente Dilma Rousseff chegou a Nova Déli, na Índia, para participar da Quarta Cúpula dos Brics (grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), um encontro que deve ser dominado por discussões sobre como estimular o crescimento econômico de forma sustentável e equilibrada.
Ao chegar ao hotel Taj Palace, na capital indiana, Dilma recebeu o tradicional bindi no centro da testa (uma pequena marca feita com pigmento vermelho, símbolo de proteção e energia), um colar de flores e pétalas de rosa.

Os líderes dos cinco países do bloco Brics - além da presidente brasileira, participarão do encontro o premiê indiano, Manmohan Singh, e os presidentes Dmitri Medvedev, da Rússia, Hu Jintao, da China, e Jacob Zuma, da África do Sul – discutirão a criação de um banco de desenvolvimento do bloco, dedicado a investir em projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em países pobres e emergentes.
A expectativa é de que os líderes assinem uma declaração sobre a intenção de criar o Banco de Desenvolvimento dos Brics, que funcionaria como uma espécie de alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional, mas sem definir os detalhes.
"A criação do Banco de Desenvolvimento dos Brics deve virar realidade em cerca de três anos. A intenção é ter dinheiro para investir nos próprios países do grupo e em outros países em desenvolvimento", diz Fabiano Mielniczuk, coordenador de pesquisa do Brics Policy Center, uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro e da PUC/RJ.  "Até o momento, estes países foram forçados a se submeter a políticas de condicionalidade, tendo de cumprir exigências feitas pelo Banco Mundial ou o FMI em troca de empréstimos. Isso não aconteceria com o banco dos Brics."
Está prevista ainda a assinatura de atos em relação a um tema que vem sendo discutido desde a realização da primeira Cúpula dos Brics: a criação de mecanismos para facilitar o comércio e o financiamento em moeda local de investimentos realizados entre os países do bloco.

Rio+20




Às vésperas da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (que acontece em junho, no Rio de Janeiro), a pauta de discussões dos Brics também incluirá temas ligados à economia verde (que prevê a utilização do meio ambiente para gerar riqueza, sem degradação) como forma de distribuir renda e gerar inclusão social.

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"Isso envolve a transferência de tecnologia de países ricos para aqueles em desenvolvimento. Nesse sentido, os outros países dos Brics têm muito a aprender com a China, que polui muito, mas investe pesado em pesquisa para migrar para tecnologia limpa", diz Mielniczuk.

Também serão discutidas questões relativas a paz e segurança global, incluindo a situação na Síria e no Irã.  
Paralelamente à cúpula dos Brics, está programado um fórum financeiro, com a participação de presidentes de bancos centrais dos países. Haverá ainda um fórum empresarial, que contará com a presença de 60 executivos do Brasil.






Dilma deve assinar uma série de acordos bilaterais com a Índia.

O termo Brics foi criado há dez anos pelo economista do banco Goldman Sachs Jim O’Neill, que previu, na época, que Brasil, Rússia, Índia e China (a África do Sul só foi adicionada ao grupo em 2011) iriam impulsionar a economia mundial nas décadas seguintes.  O’Neill previa que os Brics chegariam a representar coletivamente 14% do Produto Interno Bruto (PIB) global, em relação a seus então 8%. Na verdade, apesar da crise financeira global de 2008/2009, este número foi superado, chegando a 19%.
Segundo estimativas do FMI, em 2012, os países dos Brics deverão responder por 56% do crescimento da economia mundial, enquanto os países do G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) deverão ser responsáveis por apenas 9% do crescimento.

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