Dilma Rousseff abre as portas
Presidentes e representantes dos 33 países da América Latina fundam nesta sexta-feira, em Caracas, a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac). A primeira presidente a chegar foi Cristina Fernandez da Argentina seguida pela presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
A nova organização pretende combater a desigualdade social na região.
Em sua primeira visita à Venezuela desde a sua posse, aos 33 chefes de Estado presentes à Cúpula de Caracas, a presidenta Dilma ressaltou o caráter pacífico da região.
“Nós também somos uma zona de paz, livre de armas de destruição em massa, que cultiva a via do entendimento e do consenso, e que não se deixa tentar por soluções impositivas de um país pelo outro. Aprendemos a lidar com nossas diferenças pelo caminho do diálogo.”
E numa demonstração de que o Brasil acredita na atuação da nova Celac, Dilma Rousseff anunciou que a Universidade Federal Latino-americana (Unila) estenderá as matrículas a todos os latino-americanos e caribenhos. Em cinco anos, disse, a Unila poderá ter dez mil alunos e 500 professores de toda a região.
A presidente Rousseff, assinou 11 acordos de cooperação com o país nas áreas de energia, finanças, agricultura e telecomunicações. A corrente de comércio bilateral em 2010 foi US$ 4,6 bilhões.
A Celac, como indica a sigla, nasce sem a presença dos Estados Unidos e o Canadá e com o desafio de ser uma alternativa à OEA (Organização dos Estados Americanos). Segundo o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a Celac será um “grande pólo de poder” e que, venha a substituir a “velha e desgastada OEA”.
Grande defensor da integração latino-americana em seus discursos, Chávez alfinetou os Estados Unidos. “A OEA é o velho, e um espaço manipulado e dominado pelos Estados Unidos. A Celac é um espírito novo”, disse antes de um encontro com a presidente brasilleira Dilma Rousseff.
A OEA reúne apenas 34 países americanos, sem a participação de Cuba.
Já no lançamento da Celac, a delegação cubana é um dos principais destaques e conta com a presença do presidente Raul Castro. “A Celac será o maior feito institucional de maior transcedência no nosso hemisfério”, escreveu Castro no Granma, jornal ofical de Cuba.
Paralelamente à cúpula de fundação da Celac, dois encontros estão agendados. Amanhã, a capital venezuelana sedia a 8ª reunião do Conselho Ministerial da Petrocaribe, um Acordo de Cooperação Energética promovido pela Venezuela do qual se beneficiam 14 países da região e uma reunião de alto nível da União de Nações Sul-Americanas.
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