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EMPRESARIOS E O GOVERNO BENGALENSE JUNTOS CONTRA OS TRABALHADORES

Luta prossegue no setor têxtil

Milhares de operários foram obrigados a regressar ao trabalho após cinco dias de greve e manifestações no Bangladeche, no final de Setembro, em defesa de um aumento salarial para 74 euros.
A maioria dos empregados no setor – o mais importante do país representando 80 por cento do total das exportações e ocupando mais de quatro milhões de pessoas em cerca de 5000 fábricas – aufere 28 euros por mês, um dos mais baixos salários da indústria ao nível mundial que, ainda assim, representou uma conquista dos trabalhadores quando, em 2010, forçaram governo e patrões a subscreverem um acordo com as organizações sindicais.


Os protestos, que incluíram ainda concentrações, bloqueios de estradas e de unidades produtivas, foram particularmente contundentes em Dacca e na área metropolitana da capital, onde se concentra boa parte das manufacturas têxteis bengalesas. Pelo menos 140 pessoas terão resultado feridas nos confrontos com a polícia, adiantou a EFE.


Ao terceiro dia, o governo qualificou a jornada de antipatriótica e impediu pela força a continuação da luta, enviando fortes contingentes policiais para as fábricas. 
Paralelamente, adiantou por seu lado a AFP, a federação dos trabalhadores têxteis afirma ter garantido junto do grémio patronal a valorização dos salários já em Novembro, mas a associação de proprietários veio, posteriormente, rejeitar a reivindicação dos trabalhadores e sublinhar que os aumentos nunca serão superiores a 20 por cento.


Recorde-se que na sequência do desmoronamento do edifício Rana Plaza, em Abril, no qual morreram 1127 operários, governo e patrões comprometeram-se a melhorar os salários no setor têxtil com efeitos retroativos a 1 de Maio de 2013, promessa que, no entanto, continua por concretizar.

Progressos muito débeis são igualmente observados na melhoria das condições de trabalho e na liberdade de organização e acção sindical, aprovadas em Junho também na sequência da tragédia no Rana Plaza.

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