Bradley Manning’s motions to dismiss charges rejected |
Se ele tivesse torturado ou matado crianças e inocentes, ele seria um Herói
Recordem Bradley Manning.
Uma juiza militar rejeitou em 8 de junho uma moção pela equipe de defesa do exército privado de Bradley Manning pedindo a abandono de algumas acusações contra whistleblower acusado. A juiza também ordenou novas audiências antes do julgamento final deste mês.
Os militares estão tentando empurrar o processo da corte marcial de Setembro a Novembro de volta ou até mesmo em janeiro do próximo ano. O soldado de 24 anos já foi detido por mais de dois anos, sem ser condenado por nenhum crime, sob a acusação sob a Lei de Espionagem que levam uma pena máxima de morte. Ele foi preso 26 mai 2010, quando trabalhava como analista de inteligência em Bagdá.
Manning é acusado de vazar centenas de milhares de arquivos para o WikiLeaks, incluindo provas de crimes de guerra dos EUA no Iraque. A promotoria disse que está buscando uma sentença de "apenas" passar vida na prisão. Manning ainda não entrou um apelo ou decidiu se vai ser julgado por um juiz ou um júri.
O primeiro presidente "Gay"?
ELE NÃO TEM A CORAGEM PARA ENFRENTAR A LUTA
Na semana em que Barack Obama recebeu o Prémio Nobel da Paz, em 2009, ele
ordenou ataques de bombardeamento sobre o Iémen, matando um número confirmado de
63 pessoas, 28 das quais crianças. Quando Obama anunciou recentemente que
apoiava o casamento do mesmo sexo, aviões americanos estraçalhavam 14 civis
afegãos. Em ambos os casos, o assassínio em massa não era novidade. O que
importava eram as cínicas vacuidades de uma celebridade política, produto de um
espírito de época conduzido pelas forças do consumismo e dos media com o
objectivo de desviar a luta pela justiça social e económica.
A concessão
do Prémio Nobel ao primeiro presidente negro por ele "oferecer esperança" era
tanto absurda como uma expressão autêntica do estilo liberal que controla grande
parte do debate político no ocidente. O casamento entre o mesmo sexo é uma de
tais distracções. Nenhuma "questão" desvia a atenção com tanto êxito como esta:
não o voto livre no Parlamento sobre a redução de idade de consentimento gay
promovido pelo conhecido libertário e criminoso de guerra Tony Blair; nem as
fendas em "telhados de vidro" que em nada contribuem para a libertação das
mulheres e simplesmente ampliam as exigências do privilégio burguês.
Obstáculos legais não deveriam impedir pessoas de se casarem umas com as
outras, pouco importando o género. Mas isto é um assunto civil e privado; a
aceitabilidade burguesa ainda não é um direito humano. Os direitos associados
historicamente com o casamento são os da propriedade: o próprio capitalismo.
Elevar o "direito" de casamento acima do direito à vida e à justiça real é tão
sacrílego como procurar aliados entre aqueles que negam a vida e a justiça a
muitos, desde o Afeganistão até a Palestina.
CONVERSÃO DAMASCENA
Em 9 de Maio, horas antes da sua damascena declaração sobre
casamento do mesmo sexo, Obama enviou mensagens a doadores da campanha tornando
clara a sua nova posição.
Ele pedia dinheiro. Em resposta, segundo o
Washington Post, sua campanha recebeu um "fluxo maciço de contribuições".
Na noite seguinte, com os noticiários agora dominados pela sua "conversão", ele
compareceu a uma festa de levantamento de fundos na casa de Los Angeles do actor
George Clooney. "Hollywood", relatou a Associated Press, "é o lar para alguns
dos mais famosos apoiantes do casamento gay e os 150 doadores que estavam a
pagar US$40 mil para comparecer ao jantar de Clooney sem dúvida sentir-se-ão
estimulados pelo anúncio decisivo de Obama no dia anterior". Espera-se que a
festa de Clooney arrecade um recorde de US$15 milhões para a reeleição de Obama
e será seguida por "mais outra festa para levantamento de fundos em Nova York
patrocinada pelos apoiantes gay e latinos de Obama".
A espessura de um
papel de cigarro separa os partidos Democrata e Republicano sobre políticas
económica e externa. Ambos representam os super ricos e o empobrecimento de uma
nação da qual milhões de milhões de dólares do fisco foram transferidos para uma
indústria de guerra permanente e para bancos que são pouco mais do que empresas
criminosas. Obama é tão reaccionário e violento quanto George W. Bush e sob
certos aspectos é até pior. A sua especialidade pessoal é utilizar os drones
Hellfire armados com mísseis contra pessoas indefesas. Sob a cobertura de uma
retirada parcial de tropas do Afeganistão, ele enviou forças especiais dos EUA
para 120 países onde são treinados esquadrões da morte.
Ele ressuscitou a velha
guerra fria em duas frentes: contra a China na Ásia e com um "escudo" de mísseis
destinados à Rússia. O primeiro presidente negro presidiu o encarceramento e
vigilância do maior número de pessoas negras do que os que estavam escravizados
em 1850. Ele tem perseguido mais denunciantes – que contavam a verdade – do que
qualquer dos seus antecessores. O seu vice-presidente, Joe Biden, um ardente
belicista, chamou o editor da WikiLeaks, Julian Assange, de "terrorista
hi-tech". Biden também se converteu à causa do casamento gay.
BRADLEY
MANNING
Um dos verdadeiros heróis da América é o soldado gay, Bradley Manning, o
denunciante que alegadamente proporcionou à WikiLeaks gigantesca quantidade de
provas da carnificina americana no Iraque e no Afeganistão. Foi a administração
Obama que caluniou a sua homossexualidade como anormal e foi o próprio Obama
quem declarou como culpado um homem não condenado por qualquer crime.
Quem entre os bajuladores e actores na festa do dinheiro de Clooney, em
Hollywood, gritou: "Recordem Bradley Manning"? Que eu saiba, nenhum eminente
porta-voz dos direitos dos gay manifestou-se contra a hipocrisia de Obama e
Biden que afirmam apoiar o casamento do mesmo sexo enquanto aterrorizam um homem
gay cuja coragem deveria ser uma inspiração para todos, pouco importando as
preferências sexuais.
O feito histórico de Obama como presidente dos
Estados Unidos foi silenciar o movimento anti-guerra por justiça social
associado ao Partido Democrata. Tal deferência para com um extremismo oculto e
corporificado num astuto operador amoral trai a rica tradição de protesto
popular nos EUA. Talvez o movimento Occupy siga, como dizem, esta tradição,
talvez não.
A verdade é que aquilo que importa para os que aspiram
controlar nossas vidas não é o pigmento da pelo ou o género, ou se somos gay ou
não, mas a classe a que servimos. Os objectivos são assegurar que olhemos para
dentro de nós mesmos, não para fora, os outros, e que colaboremos no isolamento
daqueles que resistem.
Este desgaste de criminalizar, brutalizar e banir o
protesto também pode facilmente transformar as democracias ocidentais em estados
de terror.
Dia 12 de Maio, em Sydney, Austrália, terra da Terça-feira
Gorda de Carnaval dos Gay e Lésbicas, um desfile de protesto em apoio do
casamento gay encheu o centro da cidade. A polícia olhou-o benevolentemente. Era
uma vitrina de liberalismo.
Três dias depois, houve uma marcha para assinalar a
Nakba ("A
Catástrofe"), o dia de luto em que Israel expulsou palestinos da sua terra. Mas
uma proibição policial tinha de ser anulada pelo Tribunal Supremo.
Esta
é a razão porque o povo da Grécia deve ser a nossa inspiração. Pela sua própria
experiência penosa eles sabem que a sua liberdade só pode ser recuperada
enfrentando, o Banco Central alemão, o Fundo Monetário Internacional e os seus
próprios quislings em Atenas. Povos por toda a América Latina alcançaram
isto: os indignados da Bolívia que despediram os privatizadores da água e os
argentinos que disseram ao FMI o que fazer com a sua dívida. A coragem de
desobedecer foi a sua arma.
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