Aramar produzirá combustível nuclear
em escala industrial ainda este ano
SERÁ QUE OS
AMERICANOS PERMITIRÃO?
SE DEPENDESSEMOS DE TUCANOS CALÇAS ARREADAS
ESTARIAMOS PEDINDO PERMISSÃO.
O Centro Experimental de Aramar (CEA), em Iperó, começa a produzir em escala industrial, no segundo semestre deste ano, o gás de urânio (UF6, combustível nuclear) para mover as usinas de Angra 1 e 2. A Usina de Hexafluoreto de Urânio (Usexa), que fará a conversão do concentrado de urânio em UF6, será inaugurada neste ano em Aramar e atualmente está em fase de montagem eletromecânica.
O custo da nova usina, que terá capacidade de fabricar 40 toneladas por ano, é de mais R$ 115 milhões (US$ 65 milhões), com 65% dos recursos da Marinha do Brasil e o restante investimento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). A Marinha do Brasil informa que as atividades técnicas de Aramar seguem os requisitos e recomendações de licenciamento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM) e do Ibama.
Algumas unidades do sistema Usexa, em Iperó, já começaram a realizar os testes de construção, como os de compressores de ar e de caldeiras. Porém, segundo a Marinha do Brasil, os testes operacionais deverão ocorrer somente no segundo semestre. Dentro do comissionamento – projeção, instalação, testes e operação -, começo previsto para esse semestre, muitos sistemas necessitarão de calibração e ajustes técnicos em diversos equipamentos. Logo após essa fase, a produção do gás UF6 será iniciada, de forma progressiva, programada para o final deste ano.
CEA iniciou as atividades no início dos anos 80, com a construção das edificações (prédios e galpões) para realização de atividades industriais (laboratórios e oficinas) e também apoio administrativo (refeitório e escritórios). A Usexa já possui aprovação do local e licença de construção, concedidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), desde março de 2000. A usina deveria ter sido concluída já em 2001, porém foi atrasada por causa dos cortes orçamentários do programa nuclear. O projeto foi retomado em 2008, com a liberação de recursos por intermédio do Ministério da Defesa, parcelas anuais de R$ 130 milhões. Além da Usexa, funciona também em Aramar o Laboratório de Geração Nucleo-Elétrica (Labgene), que é o protótipo em terra do reator do submarino nuclear.
EMPREGOS
A Marinha do Brasil informou que para atender as necessidades técnicas de Aramar são necessários profissionais militares e civis do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), que são em média de 800 pessoas. Já nas obras civis e montagens eletromecânicas empregam aproximadamente 300 funcionários, que fazem parte de empresas privadas, contratadas para a prestação de serviços específicos.
Paralelamente à Usexa, o Centro Experimental de Aramar (CEA) mantém também o Laboratório de Geração Nucleo-Elétrica (Labgene), que é o protótipo em terra do reator do primeiro submarino nuclear brasileiro. O custo aproximado dessa instalação, que congrega uma gama de sistemas de várias disciplinas – mecatrônica, mecânica, eletrotécnica e edificações – é de R$ 450 milhões.
O protótipo em terra da instalação propulsora nuclear de um submarino está previsto para início de testes entre 2013 e 2014, com a produção de uma potência nominal de 48 Megawatts (MW) térmicos, por intermédio de um reator de água pressurizada (PWR).
O Labgene já possui dois prédios prontos, de um total de 10 edificações, que devem ser finalizados entre 2011 e 2012. “Cada edificação atende a um conjunto específico de requisitos de engenharia civil e arquitetura, contando-se com dimensões que vão de 15 x 25 metros até 30 x 50 metros”, informa a Marinha.
O prédio das turbinas (que abriga o circuito secundário) encontra-se na fase final de construção civil, com início das atividades prevista para junho deste ano. Já os prédios do reator (que abriga o circuito primário), do combustível nuclear (armazenamento) e outros cinco (apoio, operacional e armazenamento de rejeitos) ficarão prontos daqui um ou dois anos. Dentro deste complexo, existem sistemas e equipamentos, como de geração e dissipação de energia, de ventilação, proteção radiológica e de segurança nuclear.
Marinha do Brasil afirmou que os sistemas desenvolvidos e testados pelo Labgene, como turbogeradores, condensador de vapor, vaso do reator e combustível nuclear, possuem aplicação direta na instalação propulsora do submarino nuclear em parceria com França.
O acordo militar entre os dois países foi assinado no dia 7 de setembro, pelos presidentes, Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Nicolas Sarkozy (França). Nele, serão construídos cinco submarinos, sendo quatro convencionais e um nuclear. O valor total da construção dos submarinos será de R$ 17 bilhões (6,690 bilhões de euros), a ser pago em até 20 anos. O submarino de propulsão nuclear deverá ser lançado, segundo a Marinha, em 2021.
Colaborou com o Blog da ZN: Luizinho de Iperó - Corintiano Sofredor
As origens de Iperó remontam a 1678, quando Braz Esteves, parente de Baltazar Fernandes ( fundador de Sorocaba ), e também bandeirante, pisou pela primeira vez nas terras onde hoje se ergue a cidade. Para marcar sua passagem Esteves fundou a Capela de Nossa Senhora da Conceição às margens do Rio Sarapuí. Porém, os fatos demonstram que antes disso outros já tinham chegado até a região. Em 1589 na Fazenda Ipanema, Afonso Sardinha construiu a primeira forja de ferro de que se tem conhecimento na América Latina.
Nascida com a ferrovia, hoje Iperó tem sua economia voltada para a industria, com um parque industrial que conta com mais de 60 empresas.
PARA PROGRAMA NUCLEAR
11 de Julho de 2007
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem, durante a visita ao Centro Experimental Aramar (CEA) em Iperó, a 125 km de São Paulo, a liberação de R$ 1,04 bilhão para o programa nuclear da Marinha. A verba será liberada em oito anos, em parcelas anuais de R$ 130 milhões. Presidente Lula garante prioridade ao programa nuclear da Marinha.
http://www.defesanet.com.br/zz/mb_sub_nuc_4.htm
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu nesta terça-feira (10/7), em entrevista após visita ao Centro Tecnológico da Marinha de São Paulo (CTMSP), em Iperó, que o programa nuclear da Marinha terá prioridade do governo. O programa deverá resultar em projeto de um submarino com propulsão nuclear e em projeto de centrais nucleares para produção de energia elétrica, entre outros benefícios. “É um projeto que necessita de R$ 130 milhões durante oito anos; quem sabe se pudermos colocar um pouquinho mais, poderemos antecipar”, afirmou o Presidente.
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