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O CÉU ESTA MAIS ESTRELADO


MISSA DE SÉTIMO DIA

Aos Professores, Professoras e Amigos

A Subsede Norte convida à todos para Missa de 7º dia de falecimento do Companheiro e Conselheiro FERNANDO SCHUELER,

Fernando foi professor de História na EE. Carlos de Laet, diretor da EE Alfredo Inácio Trindade.

A missa será celebrada no dia 03/06/2010 (quinta-feira) as 10h30min, na Igreja Nossa Senhora dos Prazeres, Av. General Ataliba Leonel, 3030 - Parada Inglesa, nesta Capital.




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NOSSO COMPANHEIRO FERNANDO SHUELER CUMPRIU SUA MISSÃO NESSE PLANO.

CERTAMENTE FOI CONVOCADO PARA VENCER OUTROS DESAFIOS.
AGRADECEMOS A HONRA DE COMPARTILHAR NA LUTA POR UM MUNDO MAIS HUMANO, JUSTO E SOLIDARIO

FERNANDO DE SCHUELER

Não estranhe aquela estrela mais brilhante quando mirar o firmamento nessa noite, somente aprecie; veja como o Céu está mais bonito.


NOTA DA APEOESP

Nilcéa Victorino
Quinta 27/05/2010 19:15



A subsede Norte tem a triste tarefa de comunicar-lhes que nosso companheiro, conselheiro FERNANDO SCHUELLER faleceu esta madrugada no Hospital dos Servidores Público Estadual.

Fernando era professor de História na EE. Carlos de Laet, diretor da EE Alfredo Inácio Trindade e incansavel batalhador pelos direitos dos professores, contra a discriminação e homofobia.


APEOESP


Fernando Schueler foi diretor da APEOESP, nas gestões 2002/2005 e 2005/2008. Atualmente era membro do Conselho Estadual de Representantes da APEOESP pela Subsede Norte e membro dos Coletivos: LGBT, Conselho de Política Administrativa e Remuneração de Pessoal e Comissão Nacional contra a Discrimação Racial da CUT.





" De repente do riso fez se o pranto

Silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez se a espuma

e das mãos espalmadas fez se o espanto

De repente da calma fez se o vento

que dos olhos desfez a última chama

e da paixão fez se o pressentimento

e do momento imóvel fez se o drama

De repente, não mais que de repente

fez-se do triste o que se fez amante

e de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante

fez-se da vida uma aventura errante

de repente, não mais que de repente."

Soneto da Separação

Vinícius de Moraes


O enterro será as 17h00 no Cemitério Parque dos Pinheiros. As 15 horas sairá transporte da subsede Norte para todos que quiserem se despedir.




Rua Jovita, 329 - Santana

Fone: (11) 2979-1296

FAX: (11) 2972-4453

Emails: apeoespnorte@uol.com.br

nortesantana@apeoesp.org.br


O professor que vai à Parada
JORNAL DA TARDE - 13 junho de 2009

Fábio Mazzitelli

“Vai para a Parada, professor?” A pergunta simples, feita dentro de uma sala de aula, é geralmente uma tentativa de constrangimento ao mestre. Entre os muros da escola, há quem prefira ignorá-la. Mas um grupo de docentes da rede estadual paulista acredita que responder à provocação juvenil é a melhor chance de levar aos estudantes lições sobre intolerância.

O professor de história Fernando Schueler, de 44 anos, é um deles. Há sete anos, com um grupo de colegas militantes, ajudou a transformar um carro da Parada Gay destinado ao movimento sindical em um palco de manifesto dos docentes homossexuais da Apeoesp, o sindicato dos professores da rede estadual. Schueler passou a apresentar em aula aberta (e festiva) a mensagem livre de preconceitos que sempre tentou transmitir entre muros.

“Quando me perguntam 'o senhor vai à Parada?' Respondo que sim. A reação mais comum do aluno é se calar. Nunca ousaram perguntar diretamente se eu era gay. Se perguntassem, não ficaria constrangido, mas sei que alguns (professores gays) ficariam e até prefeririam mentir.”

Schueler leciona desde 1989 na rede estadual, a maior parte dos anos na mesma escola, na zona norte da capital. Ele lida com alunos do ensino fundamental e do ensino médio e se autodefine como um professor “durão” e até “chato”. Não permite atrasos ou o uso do celular em sala de aula, por exemplo. Apesar de militante da bandeira gay, só fala do assunto em classe quando é provocado.

“Não me apresento dizendo que sou gay. Sou Fernando, professor de história. Não fico falando porque pode parecer que você está incentivando. Cria uma certa confusão. Pode ter pai que vai achar que você está incentivando (a ser gay)”, afirma o docente, fazendo questão de fazer uma ressalva: “Não escondo também. Qualquer um que for ao meu Orkut vai ver as comunidades e que tenho um companheiro”.

Nos 20 anos de rede pública, das provocações estudantis que já recebeu por causa da orientação sexual, o professor recorda de pronto de uma delas: o dia em que um aluno que ficou de fora da classe (ele não admite atrasos) resolveu abaixar as calças e esfregar as nádegas no visor da porta da sala. Para ele, a saída é levar ocorrências do tipo em parte do plano pedagógico. “Já sofri muito, com situações que beiraram a agressividade. Mas hoje sofro menos. Quando a turma resolve pegar mais pesado, alguns professores transformam numa aula, falam a respeito para discutir intolerância. Num caso desses, voltei no dia seguinte para falar sobre um ponto que tem a ver com a minha matéria: histórias de perseguição religiosa. Joguei de volta para eles refletirem”, lembra o professor.

Há poucos meses, Schueler foi avisado pelos próprios alunos que alguém havia escrito “o professor é gay” na classe que leciona diariamente. “Acham que estão me ofendendo, mas não estão. Quando me mostraram de novo, disse que quem escreveu estava a fim de ser gay e que não tem problema nenhum nisso. Uma parte da sala riu e me aplaudiu.” A reação de arrancar risos foi a mesma quando o chamaram pela primeira vez de Shrek, apelido que incorporou a ponto de ganhar dos alunos a miniatura do personagem da animação da DreamWorks. Ele guarda o boneco na classe.

O carro dos professores na Parada virou base para que alguns lidem melhor com a própria sexualidade, na visão de Schueler. “O carro fez alguns saírem do armário”. No carro da Apeoesp, cabem, no máximo, 50 pessoas. Por isso, durante o desfile, os professores se revezam no alto do veículo.



Criação do Coletivo Nacional da Diversidade Sexual da CUT é um avanço na luta contra a homofobia

Escrito por Fernando de Schueler
Coordenador do Coletivo Nacional da Diversidade Sexual da CUT

De acordo com estimativas, 10% a 11% da população mundial é composta por homossexuais. Mais do que uma questão de foro íntimo, essa realidade tem um forte impacto na vida da classe trabalhadora de todo o mundo que, diariamente, enfrenta preconceitos, discriminação e violência na sociedade devido a sua orientação sexual. Nos locais de trabalho, muitos empregadores discriminam trabalhadoras e trabalhadores homossexuais no recrutamento, nas promoções, nas demissões e nas condições de trabalho.

No Brasil, mais de 300 direitos reconhecidos a parceiros heterossexuais são negados aos parceiros homossexuais. Os direitos dos homossexuais não gozam de proteção suficiente em nenhum código reconhecido de direitos humanos. Isso se deve mais a uma interpretação conservadora das autoridades do que a uma pretensa deficiência do texto dos tratados de direitos humanos.

Em relação aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários a realidade não é diferente. Embora diversas empresas tenham equiparado os direitos de funcionários homossexuais aos dos heterossexuais, na maior parte delas um trabalhador ou trabalhadora homossexual não consegue inscrever seu companheiro ou companheira, por exemplo, como dependente no plano de saúde da empresa em que trabalha. Mesmo contribuindo para a Previdência ou fundo de pensão, em caso de falecimento do titular a pensão não retorna para seu companheiro ou companheira, da forma como ocorreria se o trabalhador ou trabalhadora tivesse uma relação afetiva heterossexual.

Desta forma, a criação, no 10º CONCUT, do Coletivo Nacional da Diversidade Sexual (CNDS) manifesta-se como um poderoso instrumento de combate à homofobia no mundo do trabalho e na defesa dos direitos humanos de trabalhadoras e trabalhadores homossexuais.

Dezoito companheiras e companheiros de onze estados da Federação formam o coletivo nacional, a saber:

- Região Norte: Metalúrgicos de Manaus/AM e SINTET-TO;
- Região Nordeste: FETAMCE-CE e SINDJORNAL-AL; - Região Centro-Oeste: SINDSAÚDE-GO, SINPRO-DF e SINTEGO;
- Região Sudeste: AFUSE, APEOESP, Bancários de Patos de Minas e Região/MG, FETEC-SP, FNU, Químicos de São Paulo, SIND-UTE/MG, SINDAGUA-MG, SINDLIMP-ES;
- Região Sul: SINTE-SC e SINTRAJUF-RS.

O processo de criação do CNDS/CUT teve início em 2000, quando a Secretaria de Políticas Sociais realizou o I Seminário Homossexualidade e Trabalho. Um salto significativo nesta construção foi a criação na CUT/SP, a partir de março de 2008, de seu Coletivo Estadual LGBT, além das criações dos coletivos LGBT das CUTs estaduais da Bahia, Rio de Janeiro e Tocantins, durante o ano de 2009.

Recentemente a CNTE realizou seu I Encontro LGBT e propôs para as suas instâncias a formação de seu Coletivo da Diversidade Sexual para Promoção dos Direitos LGBT. Diversos sindicatos, federações e confederações têm aprovado, em seus congressos, resoluções voltadas para os trabalhadores e trabalhadoras homossexuais.

A categoria bancária, na Campanha Nacional 2009, conquistou a extensão dos benefícios constantes da convenção nacional dos bancários para os casais heterossexuais, aos casais homoafetivos. Importante ressaltar que alguns bancos já estendiam a utilização do Plano de Saúde para os parceiros do mesmo sexo. A partir de agora, todos os bancos devem garantir todos os benefícios aos parceiros do mesmo sexo e não apenas a utilização de plano de saúde. Cabe ao movimento sindical bancário o monitoramento da aplicabilidade da cláusula convencionada, especialmente garantindo o direito a não divulgação dos bancários que requerem os benefícios, além de exigir dos bancos ações para que não haja a discriminação desses trabalhadores por parte de profissionais de recursos humanos, ou colegas de trabalho, que possuem práticas homofóbicas.

Muitos defrontam-se com essa dúvida: por que os militantes homossexuais fazem questão da expressão orientação sexual? A sexualidade não é uma escolha? As pessoas não optam o que fazem e com quem? Perguntas cruéis e capciosas que mascaram uma atitude de estranhamento e violência. A afirmação de que a sexualidade é uma questão de foro íntimo, subentende que a intimidade pessoal passa por uma escolha: os indivíduos escolhem ser “normais” ou “anormais”, “decentes” ou “sem-vergonhas”. Se assim é, então as atitudes sexuais ditas desviantes podem ser alteradas. Na melhor das hipóteses, por terapias ou choques clínicos (como acontece com determinados grupos de apoio religiosos). Na pior das hipóteses, o convencimento se dá por meio dos crimes de ódio (agressões físicas e assassinatos). Como exemplo, vejamos os dados: O Grupo Gay da Bahia calcula que, a cada dois dias, um gay, travesti, lésbica ou transexual é assassinado no país. Consideremos que as estimativas são aproximadas, pois os dados são incompletos devido ao medo de denúncia, ao constrangimento e ao pouco rigor com que as denúncias são acolhidas nas delegacias.

Orientação sexual significa por quem sentimos desejo de nos relacionarmos amorosa e sexualmente. Para qual direção nossos desejos orientam os nossos olhares. A homossexualidade, bem como a heterossexualidade e a bissexualidade, é natural para quem a sente. Embora não haja uma explicação cientificamente exata para a existência das diversas sexualidades, acredita-se que a orientação sexual tenha três componentes básicos: os fatores psicológicos, a forma individual de cada um registrar fatos, sentimentos e impressões; os fatores sociais, o meio em que vive, a educação recebida, a família e as influências culturais; os fatores genéticos, que, segundo pesquisadores, criariam uma predisposição para a homossexualidade. Dependendo dessa combinação, a orientação sexual se encaminha para homossexual, heterossexual ou bissexual. A pessoa não escolhe seu desejo, embora possa escolher viver abertamente seu desejo.

Mesmo com esses avanços e com o reconhecimento acadêmico de que a sexualidade humana é plural, o panorama mundial ainda é sombrio. No século XXI, o comportamento homossexual é ilegal em 74 dos mais de 200 países do mundo (destes, 35 países localizam-se na África). Em 144 países não existe apoio aos direitos de gays, lésbicas ou transexuais. Apenas 6 países possuem leis que protegem os homossexuais contra a discriminação.

Através deste pequeno panorama podemos avaliar a importância da criação e as tarefas imediatas do CNDS/CUT: a sensibilização dos dirigentes da Central na inclusão dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras LGBT na pauta cutista de reivindicações; a realização de campanhas voltadas para a aprovação dos direitos humanos e demandas LGBT pelo parlamento e pela sociedade brasileira; a ampla e irrestrita defesa dos trabalhadores e trabalhadoras LGBT, bem como a ampliação de seus direitos como membros da classe trabalhadora. Encampando tal luta, a CUT avança na construção da sociedade justa e socialista – utopia e trabalho de todos nós -, assim como na proteção e ampliação dos direitos individuais e coletivos das minorias socialmente excluídas.

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