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L’Unità - O FINAL DE 90 ANOS DE LUTA

Mataram o L’Unità

L’unita, End of a Brilliant Dream

O jornal italiano L’Unità, durante décadas órgão do Partido Comunista italiano, suspendeu, dia 1, em definitivo a sua publicação devido à falência do grupo editorial.
«Após três meses de luta, apesar de tudo conseguiram: mataram o L’Unità», afirmava, dois dias antes o comité de redacção do jornal na página na Internet.
No mesmo dia, saiu para as bancas numa edição com 16 páginas em branco, em sinal de protesto, cuja manchete repetia a acusação: «Eles mataram o L’Unità».
Os diversos acionistas da sociedade editorial, também em processo de liquidação, não conseguiram chegar a acordo sobre um novo plano financeiro destinado a relançar um jornal fundado em 12 de Fevereiro de 1924 por Antonio Gramsci.
Devido à ausência de acordo, cerca de 80 jornalistas e funcionários do jornal, sem salário há três meses, viram-se lançados ao desemprego.
As dificuldades financeiras já haviam levado à suspensão do jornal em 2000 durante oito meses.
No início da semana passada, Matteo Renzi, atual primeiro-ministro e líder do Partido Democrático (PD), declarou que a sua formação estava empenhada a «cem por cento» em encontrar uma «solução positiva» para o «assunto que diz respeito não apenas ao passado mas também ao futuro da esquerda». Todavia, essa solução não surgiu e o jornal fechou.
Ainda que seguindo a linha social-democrata do PD, o L’Unità era um dos poucos títulos que privilegiava o tratamento das questões sociais e as causas do movimento sindical.
«O L’Unitá é o diário que, mais do que qualquer outro, relatou a história e se identificou com os trabalhadores e o seu trabalho», salientou Susanna Camusso, líder da Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), num comunicado em que pediu a intervenção do PD.
Apesar de todos os apelos, são os próprios jornalistas, que trabalharam durante três meses sem receber salários, que acusam o principal partido da esquerda italiana de os ter abandonado, malgrado as esperanças que alimentou. «Os trabalhadores ficaram sozinhos defendendo uma publicação histórica», afirmou o comité de redação.


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