Brazil Absorbs Revelations That Its Nasty Past Isn't so Bygone by Bloomberg Press |
SOB O OLHAR DOS TORTURADORES POR MUITO TEMPO DEPOIS DA PRISÃO
O fim da ditadura militar no Brasil em 1985, após 21 anos de trevas, era suposto ter terminado intromissão do governo na vida das pessoas. Mas ao pesquisar através de documentos do governo, o jornal Folha de São Paulo encontrou a evidência em contrário. Documentos mostram que o serviço secreto do Brasil espionou tanto na vida particular de Dilma Rousseff, agora, presidente, e seu mentor e antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, desde de que a democracia foi restaurada até o início dos anos 90.
José Sarney, que foi presidente de 1985 a 1990, respondeu como se não tivesse nenhum conhecimento da vigilância. "Eu tinha determinado que o SNI (Serviço Nacional de Informações) nunca fizesse investigação de qualquer pessoa", disse à Folha.
Um usuário do Twitter identificada apenas como Mara não sabia o que era pior: se ele sabia ou não sabia. "Isso é realmente sujo ou assustador", ela twittou.
Em abril de 1991, no governo Fernando Collor de Melo, o nome de Dilma aparece num relatório de inteligência ainda associada a sua atividade na oposição ao regime militar e com citação das organizações de esquerda das quais fez parte: O Comando de Libertação Nacional (Colina) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares).
Sem comentar sobre o papel de Sarney, um engenheiro químico anônimo na cidade de Recife, escrevendo no blog "Eu estou assistindo a Dupla Negociação", endossou assustado. O blogueiro considera as revelações como um sinal de que a ditadura militar poderia surgir a qualquer momento, como aconteceu no golpe de 1964: "Isso só mostra que os sobreviventes do regime estão mais vivos do que nunca, em um estado de latência, aguardando uma abertura assim como em 1964. "
Segundo um jornal, os documentos fazem parte do Arquivo Ditadura, que consiste de mais de 8 milhões de páginas produzidas por agências de inteligência sobre vigilância de alguns 308.000 pessoas. Rousseff é referenciada em 181 documentos, 17 deles datando de presidência de Sarney. Estes documentaram a função de Dilma no movimento feminista e de um rally de 1988 contra o que prorrogação do mandato de Sarney como presidente. O jornal informou que 6.129 documentos referidos Lula, um ex-
líder sindical agitador, que foi monitorada a partir de 1976. Um documento que se refere a uma reunião de São Paulo 1988 em que Lula, e outros ativistas de seu partido, discutiu sua candidatura à Presidência. Ele ganhou o cargo 15 anos depois.
Newspaper attempts to involve Rousseff and Lula in scandal |
Muito do comentário sobre o caso centraliza na ironia de Dilma, Lula e o Partido dos Trabalhadores a Sarney e seu Partido do Movimento Democrático. Sarney é o presidente do Senado e uma figura política muito poderosa.
Ele e sua família dominam a política no seu estado de origem do Maranhão, onde sua filha Roseana é governador.
Em 2009, Sarney sobreviveu alegações de corrupção depois que a mídia publicou uma série de decisões secretas no Senado, envolvendo muitos benefícios aos membros de seu clã.
No calor do escândalo, para atacar ao PT, os jornais fizeram manchete que Lula disse: "Sarney tem história suficiente no Brasil para não ser tratado como uma pessoa comum."
Reagindo sobre a reportagem do Terra, um site de notícias, sobre a espionagem que continuou sob a presidência de Sarney, um brasileiro identificado como Célio Leal brincou: "É por isso que Lula disse que Sarney é uma pessoa especial!"
Enquanto a divulgação de espionagem sob a presidência de Sarney convidou zombaria, outra revelação sobre Rousseff atingiu um acorde diferente. É do conhecimento comum que como um membro do movimento armado do país revolucionário, ela foi torturada na prisão em São Paulo durante a ditadura.
No entanto, Dilma raramente tem discutido o assunto e nunca em detalhe. Duas semanas atrás, o jornal Estado de Minas revelou detalhes chocantes de sessões previamente desconhecida de abuso que sofreu Rousseff em Juiz de Fora, em seu estado natal, Minas Gerais. Em 1972, em Minas, ela foi colocada no pau de arara, apanhou de palmatória, levou choques e socos que causaram problemas graves na sua arcada dentária.
Desta vez, ninguém fez do fato um capital político. Em vez disso, a resposta foi um choque de simpatia, e exame de consciência sobre o papel positivo da esquerda e a covardia da direita na luta armada contra o regime militar no Brasil. As revelações de abuso, no depoimento de 2001 por Dilma Rousseff para a Comissão de Indenização de Vítimas de Tortura, Dilma falou de ter sofrido uma hemorragia sob tortura em São Paulo e novamente em Minas Gerais:
Foi uma hemorragia do útero. Eles me deram uma injeção e disseram que não iriam me bater naquele dia. Em Minas, quando eu comecei a ter uma hemorragia, que chamaram alguém que me deu um comprimido e depois de uma injeção. Mas eles estavam me dando choques elétricos e depois parou.
O secretário tomando o depoimento observou que Dilma Rousseff, então secretária de Minas e Energia no Rio Grande do Sul, começou a chorar neste momento. Rousseff disse que a solidão da prisão e da incerteza de quando a tortura poderia começar de novo foi a pior parte:
O estresse é feroz, inimaginável. Descobri, pela primeira vez, que eu estava sozinha. Eu encarei a morte e a solidão. Lembro-me que a minha pele tremeu de medo. É algo que nos marca para o resto da vida.
"Eu não votei para ela, mas comecei a admira-la e respeitá-la. Corajosa! "Twittou um brasileiro,
chamando a si mesmo Fabio Spavieri.
Revelações de Dilma foram amplamente divulgadas e discutidas. Depois que Augusto Ferreira compartilhou uma história de primeira página sobre eles, em sua conta do Facebook, um debate começou rapidamente entre seus amigos. "Eu não consigo entender, para além de torturadores, que ainda há alguém neste país que defende a tortura institucionalizada", escreveu Ferreira.
"Infelizmente, a história do Brasil é permeada com muitos episódios sórdidos", respondeu Maria Angela Barros.
Marco Agostinho levantou a questão dos crimes cometidos a resistência armada. "Se eu resolver roubar ou sequestrar um embaixador, como uma forma de justificar a luta democratica que julgo ser certa, não há problema? Ou um crime com fins políticos não é crime? " Rafael Cesar teve uma resposta. "Diga-me qual alternativa existia para a dissidência naquela época?"
É um sintoma do medo e até mesmo a vergonha que os brasileiros nutrem sobre o seu passado ditatorial. Nem a vigilância governamental nem história da tortura de Dilma atraiu muitos comentários na mídia oficial. Foi nas mídias sociais que os brasileiros escutou a noticia e se sentiu livre para dar a sua opinião. Cada vez mais eles usam Twitter e Facebook para expressar o crescente numero de assuntos que a grande mídia não cobre.
Uma mulher se identificando como Carla Zahlouth, para acabar com a conversa, perguntou no Twitter se era correto fazer as revelações de Dilma, dado ela ser uma das vítimas na comissão, serem publicado tão amplamente, quando a presidenta própria disse tão pouco sobre o assunto abertamente. Zahlouth perguntou: "Será que os meios de comunicação que relataram depoimento de Dilma tiveram a dignidade de pedir sua permissão?"
Não houve resposta para isso, mas durante o período eleitoral último, a mídia não só se recusou de manter o silêncio sobre assuntos pessoais, mas também criou ataques, como o chamado "bala de prata", para impedir Rousseff de se tornar a primeira mulher presidente, nunca se preocupando com a dignidade da presidente.
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