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KOSTAS VAXEVANIS DECLARADO INOCENTE

Vaxevanis absolvido
em segunda instância
Corrupção exposta
Após mais de um ano de batalhas judiciais, o jornalista Kostas Vaxevanis foi declarado inocente do crime de violação da privacidade por ter publicado uma lista de contas ilegais.

Diretor da revista bimestral Hot Doc, Vaxevanis já tinha sido absolvido num processo movido pela procuradoria-geral da Grécia, após ter publicado a célebre «lista Lagarde», revelando a identidade de dois mil contribuintes gregos que eram titulares de contas na Suíça, num montante superior a 1900 milhões de euros.
O escândalo fez furor na Grécia, tanto mais que implicou conhecidas figuras dos meios políticos e empresariais. Era assim de esperar que a procuradoria procurasse a todo o custo abafar o caso e obter a condenação do jornalista.
Por isso, o acusador público recusou o primeiro veredicto e exigiu novo julgamento.
Vaxevanis voltou a sentar-se, dia 27, no banco dos réus para ao fim de mais de cinco horas de alegações, os três magistrados concluírem por unanimidade que o material publicado não infringiu as leis da privacidade.
O jornalista, de 47 anos, congratulou-se com o desfecho: «Com esta decisão unânime, saímos daqui com uma vitória total». E sublinhou que ao publicar a lista pretendeu denunciar o sistema de corrupção que oprime o seu país, considerando que a sua prisão se deveu ao fato de ter exposto figuras destacadas da política e das finanças. «Os nossos oponentes são aqueles que querem dissimular o sistema de corrupção e de interesses ocultos que governam este país».
Na semana anterior, um juiz do Tribunal Supremo da Grécia levantou um processo contra o antigo ministro das Finanças, Guiórgos Papaconstantinou, por uso negligente da chamada «lista Lagarde».
Papaconstantinou, entretanto já expulso do seu partido (PASOK), foi várias vezes acusado de ter ocultado a existência da lista, que a antiga ministra francesa das Finanças lhe havia cedido, para tentar eliminar nomes de familiares que nela constavam.
Em Maio desse ano, Vaxevanis foi premiado pelo Sindicato de Jornalistas da Andaluzia pela defesa da liberdade de expressão.
Na ocasião, salientou que «o Sul da Europa vive hoje uma guerra particular, sem mísseis nem kalachnikovs, mas onde podemos morrer».  Enquanto uma parte do continente se afunda, referiu ainda, «a Alemanha enriquece. Não se pode salvar os números e deixar morrer as pessoas».

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