Ingerência dos EUA freou integração latino-americana, salienta Solís
Os militarismos, a pobreza e a ingerência dos Estados Unidos, impediram até agora alcançar a total integração na América Latina, opinou o presidente da Costa Rica, Luis Guillermo Solís, que está na China.
Durante uma palestra, pronunciada após receber o título de doutor honoris causa da Universidade Popular de Pequim, o presidente aludiu à unidade na diversidade deste continente e à urgência de conseguir a unificação com base no respeito às diferenças.
“Não há uma mas muitas Américas Latinas, diversas ecologicamente, antropologicamente, culturalmente, no político, religioso, institucional ou no econômico, apesar do espírito latino-americano que há e que às vezes se expressa em forma de música, arte e outras demonstrações culturais”, definiu.
"A América Latina deve buscar a unidade através de sua diversidade", assinalou.
Solís fez referência à velha aspiração deste continente de alcançar essa meta e considerou que isto segue pendente” pela incapacidade de nossos países de encontrar mecanismos regionais de integração, pelos militarismos, pobreza e ingerência dos Estados Unidos”.
A Universidade Popular de Pequim, uma das mais reconhecidas da China, aproveitou a estadia do presidente costa-riquenho para entregar-lhe o reconhecimento por mais de três décadas como professor universitário e pesquisador na área de Ciências Políticas e História.
"Aceito este título, ainda que não o mereça, como símbolo de valores que existem na China e na América Latina, não só na Costa Rica", declarou o governante e admitiu que se sente mais acadêmico que chefe de Estado, motivo pelo qual voltará à cátedra quando concluir sua gestão, em 2018.
"Ser professor e presidente às vezes são profissões muito similares, porque ambas nos forçam a tomar decisões nas quais devemos ser justos e corretos", afirmou, segundo o diário digital El País.
Solís participou também da inauguração nessa sede universitária do Centro de Estudos Latino-Americanos, no qual trabalham já estudantes deste continente que tentam fomentar os intercâmbios culturais e acadêmicos entre esta área geográfica e o gigante asiático.
Cuba defende na Unesco nova ordem econômica internacional
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14 Paris (Prensa Latina)
Cuba defendeu uma nova ordem econômica, financeira e monetária internacional, onde tenham em consideração e prioridade os interesses e necessidades dos países do Sul e das maiorias.
Requer-se uma ordem onde não prevaleçam os que impõem a concentração do capital e o neoliberalismo, expressou Juan Antonio Fernández, representante da ilha caribenha, ao intervir na sessão 196 do Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Destacou que os problemas seculares se agravaram como consequência da concomitância da crise econômica, social, alimentar, energética e climática. O desenvolvimento sustentável parece uma quimera inalcançável, mas é ao mesmo tempo um objetivo irrenunciável, apontou.
A paz é condição indispensável para o desenvolvimento, mas encontra-se sob contínuo ataque por aqueles que sonham uma nova partilha do mundo e recorrem aos recursos da guerra, às sanções e aos bloqueios para atingir seus propósitos, assinalou Fernández.
As estatísticas são aterrorizantes quando restam apenas alguns meses para confirmar o que desde há muito já sabíamos: a nível mundial não se cumprirá com nenhum dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, ressaltou.
Neste contexto, sublinhou, o principal desafio que a Unesco tem diante de si é mostrar sua capacidade para contribuir para a paz em um mundo inseguro, para erradicar a pobreza em um meio desigual e de recursos limitados, e estimular a inclusão social como motor do desenvolvimento sustentável.
Sua tarefa mais urgente é concentrar todas suas energias e esforços na etapa final de aprovação dos Objetivos da Agenda de Desenvolvimento posterior a 2015, a qual deve oferecer soluções a problemas estruturais do planeta e gerar mudanças que conduzam ao desenvolvimento sustentável, expressou.
Igualmente, recordou que a Unesco atravessa uma das crises financeiras mais complexas de sua história, resultado do não pagamento de seu principal contribuinte: Estados Unidos.
A crise, apontou Fernández, deve ser vista como uma oportunidade para aprofundar a mudança e a reforma estrutural da Organização.
Aproveitemos esta oportunidade para a análise crítica; para sair dos escritórios burocráticas e chegar às pessoas comuns; para recuperar o papel de vanguarda na incansável luta por um mundo melhor, onde os seres humanos possam viver em paz, livres do temor e da ignorância, acentuou.
Em outro momento de seu discurso, expressou a enérgica condenação de Cuba às inaceitáveis sanções unilaterais e à contínua ingerência externa na República Bolivariana da Venezuela.
A sessão 196 do Conselho Executivo da Unesco concluirá no próximo dia 23 de abril.
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