Para permanecer no país, estrangeiro deve ter renda anual de 42.000 euros
“Exerceremos mais controle para garantir que fiquem apenas os melhores”, garantiu a ministra do interior, Theresa May
Uma nova norma anunciada pelo governo da Grã-Bretanha determina que apenas os imigrantes com uma renda anual de pelo menos 42.000 euros (quase 100.000 reais) poderão solicitar residência permanente no país. "No futuro, exerceremos mais controle para garantir que fiquem apenas os melhores e mais inteligentes", afirmou a ministra do Interior, Theresa May, em uma declaração escrita ao Parlamento.
Com a medida, válida a partir de abril de 2016, o Executivo de David Cameron quer reduzir de 60.000 para 20.000 o número de imigrantes e suas famílias de fora da União Europeia (UE) que se estabelecem de forma permanente após cinco anos de trabalho no país. A imigração líquida anual deve diminuir de 250.000 pessoas para menos de 100.000 em 2015, dado questionado por setores políticos e empresariais pelos efeitos que podem causar na economia.
Ainda segundo as mudanças na legislação, os imigrantes cujo salário seja inferior a 42.000 euros por ano terão de deixar o território após cinco anos de serviço. No entanto, essa quantia não será considerada no caso de setores econômicos que tenham "escassez de gente qualificada" e não será aplicada a cientistas e estudantes de doutorado, ressalvou a ministra.
Diplomatas e estudantes – A entrada de trabalhadores domésticos também se restringirá aos que viajarem com seus chefes, como no caso de diplomatas e empresários que estejam temporariamente na Grã-Bretanha e não possam mudar de emprego nem solicitar residência. Quanto aos estudantes, que representam uma grande porcentagem entre os imigrantes, só poderão permanecer aqueles que, após o término de seus estudos universitários, conseguirem um trabalho remunerado com um salário de no mínimo 23.800 euros anuais.
Essa é a primeira vez que a Grã-Bretanha fixa um critério econômico para decidir sobre a permissão de residência, que até o momento era concedida se os interessados, frequentemente com família e filhos, comprovassem que se estabeleceram no país.
Cameron endurece combate à imigração ilegal
Primeiro-ministro anuncia medidas parar tornar Reino Unido "menos atraente" para trabalhadores irregulares. Trabalhar de forma ilegal passará a ser crime, e ganhos poderão se confiscados pela polícia.
Menos de duas semanas após ser reeleito, o primeiro-ministro David Cameron anunciou nesta quinta-feira (21/05) uma série de medidas para, em suas palavras, "tornar o Reino Unido menos atraente" para a imigração ilegal. As medidas serão reunidas em projeto de lei, a ser apresentado na semana que vem.
Trabalhar de forma ilegal passará a ser crime, e os ganhos obtidos dessa maneira também passarão a ser vistos como ilegais, o que dá à polícia o direito de confiscá-los. "Eu e muitos outros acreditamos que é certo reduzirmos os incentivos para pessoas que querem vir para cá", afirmou. "Um país forte é aquele que controla a imigração de forma adequada."
Além disso, autoridades poderão deportar imediatamente imigrantes ilegais, bancos serão obrigados a verificar seus cadastros de correntistas para identificar pessoas em situação irregular, e empresas serão proibidas de buscar profissionais no exterior sem antes anunciarem as vagas no Reino Unido.
As medidas foram apresentadas no mesmo dia em que o escritório nacional de estatísticas divulgou um aumento no número de imigrantes no Reino Unido. De acordo com os dados, 641 mil imigrantes chegaram ao Reino Unido no ano passado, cerca de 100 mil a mais do que em 2013.
O "saldo" de imigrantes – ou seja, a diferença entre o número que chegou e o que saiu no mesmo ano – também aumentou. No ano de 2013 ele foi de 209 mil, cifra que subiu para 318 mil em 2014. Todos esses número se referem à imigração legal. Não há estatísticas oficiais sobre a imigração ilegal.
Críticos afirmam que as medidas apresentadas por Cameron terão poucos efeitos sobre a imigração europeia, que é legal. Em 2014, aproximadamente 268 mil pessoas se mudaram de outros países da União Europeia (UE) para o Reino Unido.
Pelas lei europeias, cidadãos dos outros 27 países do bloco têm o direito de viver e trabalhar legalmente no Reino Unido. Cameron, reeleito em 7 de maio com maioria para governar sem necessidade de coalizão, prometeu rever as relações britânicas com a UE antes de realizar, até o final de 2017, um referendo para saber se a população deseja permanecer no bloco.
Discurso interno, foco na UE
O foco do discurso desta quinta foi sobretudo a agenda interna, mas ele pode ser encarado como uma mensagem aos líderes do bloco europeu sobre a importância do tema para o premiê.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que está pronto para trabalhar com Cameron, mas insistiu que princípios fundamentais, como a liberdade de circulação, não são negociáveis.
O primeiro-ministro britânico ressaltou que apoia as regras de liberdade de circulação da União Europeia, mas afirmou não ser o único que deseja que benefícios sociais não estimulem esse movimento.
Cameron disse que restringir o acesso de imigrantes da União Europeia ao sistema de seguridade social do país é uma prioridade nas negociações com o bloco. Nesta sexta-feira, ele participará de uma reunião com seus parceiros europeus em Riga.
Menos de duas semanas após ser reeleito, o primeiro-ministro David Cameron anunciou nesta quinta-feira (21/05) uma série de medidas para, em suas palavras, "tornar o Reino Unido menos atraente" para a imigração ilegal. As medidas serão reunidas em projeto de lei, a ser apresentado na semana que vem.
Trabalhar de forma ilegal passará a ser crime, e os ganhos obtidos dessa maneira também passarão a ser vistos como ilegais, o que dá à polícia o direito de confiscá-los. "Eu e muitos outros acreditamos que é certo reduzirmos os incentivos para pessoas que querem vir para cá", afirmou. "Um país forte é aquele que controla a imigração de forma adequada."
Além disso, autoridades poderão deportar imediatamente imigrantes ilegais, bancos serão obrigados a verificar seus cadastros de correntistas para identificar pessoas em situação irregular, e empresas serão proibidas de buscar profissionais no exterior sem antes anunciarem as vagas no Reino Unido.
As medidas foram apresentadas no mesmo dia em que o escritório nacional de estatísticas divulgou um aumento no número de imigrantes no Reino Unido. De acordo com os dados, 641 mil imigrantes chegaram ao Reino Unido no ano passado, cerca de 100 mil a mais do que em 2013.
O "saldo" de imigrantes – ou seja, a diferença entre o número que chegou e o que saiu no mesmo ano – também aumentou. No ano de 2013 ele foi de 209 mil, cifra que subiu para 318 mil em 2014. Todos esses número se referem à imigração legal. Não há estatísticas oficiais sobre a imigração ilegal.
Críticos afirmam que as medidas apresentadas por Cameron terão poucos efeitos sobre a imigração europeia, que é legal. Em 2014, aproximadamente 268 mil pessoas se mudaram de outros países da União Europeia (UE) para o Reino Unido.
Pelas lei europeias, cidadãos dos outros 27 países do bloco têm o direito de viver e trabalhar legalmente no Reino Unido. Cameron, reeleito em 7 de maio com maioria para governar sem necessidade de coalizão, prometeu rever as relações britânicas com a UE antes de realizar, até o final de 2017, um referendo para saber se a população deseja permanecer no bloco.
Discurso interno, foco na UE
O foco do discurso desta quinta foi sobretudo a agenda interna, mas ele pode ser encarado como uma mensagem aos líderes do bloco europeu sobre a importância do tema para o premiê.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que está pronto para trabalhar com Cameron, mas insistiu que princípios fundamentais, como a liberdade de circulação, não são negociáveis.
O primeiro-ministro britânico ressaltou que apoia as regras de liberdade de circulação da União Europeia, mas afirmou não ser o único que deseja que benefícios sociais não estimulem esse movimento.
Cameron disse que restringir o acesso de imigrantes da União Europeia ao sistema de seguridade social do país é uma prioridade nas negociações com o bloco. Nesta sexta-feira, ele participará de uma reunião com seus parceiros europeus em Riga.
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