BEIRUTE, Líbano - Militantes do Estado Islâmico derrotaram as forças do governo sírio de Assad na histórica cidade do deserto de Palmyra.
Foi a primeira vez que os militantes do ISIS tomaram uma cidade inteira de forças do governo sírio; ganharam também o controle da grande cidade Raqqa, de insurgentes sírios e da Frente Nusra Qaeda.
Militantes do Estado Islâmico derrotaram forças do governo do Iraque a leste da cidade de Ramadi na quinta-feira. A linha defensiva foi rompida em Husaiba, que fica a cerca de 10 quilômetros da cidade, depois que ISIS intensificou disparos de morteiros e foguetes.
"A situação é muito crítica agora que os combatentes do Daesh (termo árabe depreciativo para o Estado Islâmico) conseguiram romper nossa linha defensiva em Husaiba", afirmou o major da polícia Khalid al-Fahdawi. "Recuamos para a parte leste da área e estamos esperando mais reforços e ataques da Força Aérea para deter o avanço do Daesh."
Ramadi caiu nas mãos do Estado Islâmico no domingo, o revés mais significativo para as forças de segurança iraquianas em quase um ano. O progresso do Estado Islâmico expôs as fraquezas do Exército do Iraque e as limitações da ofensiva aérea norte-americana.O Estado Islâmico consolidou suas vitórias na vasta província desértica de Anbar, da qual Ramadi é a capital.
Para ISIS a conquista da cidade de Palmyra representava um grande símbolo - Palmyra: herança do país abraçado por apoiantes do presidente Bashar al-Assad. Esta conquista veio apenas cinco dias após os militantes tomarem a maior cidade de Iraque, a cidade de Ramadi.
Estado Islâmico ergue bandeira sobre cidadela de Palmira, na Síria
Combatentes do Estado Islâmico ergueram sua bandeira sobre uma antiga cidadela na cidade histórica de Palmira, na Síria.
Os militantes tomaram a cidade, também conhecida como Tadmur, na quarta-feira, depois de dias de violentos combates com o exército de Assad.
"A cidadela de Tadmur está sob o controle do Califado", dizia a legenda de uma das fotos postadas em sites de mídia social. Em outra, um combatente sorridente aparece de pé em cima de um dos muros da cidadela, carregando a bandeira preta.
Ativistas antigovernamentais apoiadores do Estado Islâmico divulgaram imagens de mortos e corpos decapitados, no que parecia ser uma rua no centro de Palmyra, dizendo que eles eram membros da tribo Shueitat e foram mortos por resistir o grupo ISIS.
A derrota é susceptível de aumentar a pressão sobre Assad , cujas forças sofreram revezes no norte da província de Idlib nos últimos meses e têm cada vez mais se esforçado para preencher suas fileiras depois de quatro anos de guerra contra uma insurgência que começou com protestos políticos e se transformou em uma guerra com várias frentes.
Os militantes do Estado Islâmico conquistaram territórios importantes e controlam agora cerca de metade da Síria. Militantes tomaram estradas, campos de petróleo e gás e áreas com valiosas antiguidades. Moradores, ativistas e simpatizantes do Estado Islâmico sugerem que o grupo se move para aproveitar mais dos campos de petróleo e gás ao redor de Palmyra, um hub em uma rede de estradas perto do centro geográfico do país. Mas os relatos da área são difíceis de serem confirmados porque as linhas de telefone e Internet foram interrompidas.
Sobre a prisão de Tadmur, moradores disseram que nos últimos dias os mais destacados presos políticos - islamistas e desertores do exército seniores - tinham sido movidos para outra prisão mais perto de Damasco. Este fato pode indicar um possível sinal do governo que sabe que a derrota esta por vir. O canal de notícias libanesa MTV informou que 27 cidadãos libaneses foram libertados, levando a especulações de imediato que eles estavam entre os libaneses escondidos ao longo de décadas na Síria. Alguns presos de Tadmur foram detidos desde a revolta da Irmandade Muçulmana em 1982, assim como dissidentes e esquerdistas seculares.
Os sírios acordaram com a notícia de que os militantes do Estado Islâmico estavam no controle de Palmyra. A mídia de notícias estatal preferiu se concentrar em relatórios de vitórias nas Montanhas Qalamoun, perto da fronteira libanesa. As forças do governo não estão recebendo ajuda significativa no campo de batalha do grupo xiita libanês Hezbollah. Não houve atualizações do governo sobre a situação no Palmyra. A televisão estatal preferiu difundir músicas e cenas de natureza patriótica. A mídia de notícias estatal posteriormente relatou que "grupos de defesas populares garantiram a evacuação da maioria das famílias" , das áreas ocupadas pelo Estado Islâmico.
De forma diferente da televisão estatal, residentes das cidades invadidas relataram que soldados e milicianos pró-governamentais de Assad estavam fugindo da cidade, deixando muitos civis ali, incapazes de fugir.
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