Os principais organismos multilaterais do continente americano são contra o golpe.
As posições da Organização dos Estados Americanos (OEA), da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba) sobre o pedido em discussão no Congresso vão do “processo sem fundamento” ao “golpe”.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, diz que se houvesse “a mínima acusação” sobre a honestidade de Dilma, “provavelmente seríamos os primeiros a apoiar um afastamento”. “Não existe qualquer acusação, qualquer mancha em termos de corrupção sobre a presidente Dilma Rousseff, então não há qualquer fundamento para avançar com um processo de destituição, definitivamente não”, ressaltou Almagro a jornalistas na Universidade de Georgetown, em Washington.
O secretário-geral da OEA destacou ainda que “há um mandato constitucional dado pelo povo à presidente que deve ser respeitado”.
No Mercosul, a maioria dos países que compõem o bloco se manifestou contra o impeachment. Dos cinco integrantes, Uruguai, Venezuela e Argentina decidiram pelo apoio governo brasileiro. Restou somente o Paraguai, país que ficou um período suspenso do bloco punido pela deposição do ex-presidente Fernando Lugo, em 2012.
O Mercosul avalia suspender o Brasil caso haja o impeachment de Dilma. A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, disse que está sendo organizada uma reunião entre chanceleres dos países do Mercosul para tratar da crise brasileira.
A Unasul foi a primeira organização multilateral a se posicionar contra o impeachment. Em outubro do ano passado, durante visita ao Brasil, o secretário-geral da organização, Ernesto Samper, afirmou que a presidente tem legitimidade para terminar o mandato. “A posição de Unasul é muito clara: a presidente pode e deve terminar o seu mandato”, disse.
O posicionamento mais duro contra o afastamento de Dilma vem da Alba. A aliança, que conta com países de toda da América do Sul, América Central e Caribe, classifica o nosso momento político como um golpe contra a democracia e o estado de direito.
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