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O SILÊNCIO DO ALCKMIN SOBRE A TRAGÉDIA QUE ABATEU MAIRIPORÃ REVELA SUA MÁXIMA CULPA


O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu inquérito para investigar as responsabilidades na abertura das comportas da Represa Paiva Castro, parte do Sistema Cantareira, na última sexta-feira (11). O volume de água agravou as inundações do município de Franco da Rocha, na Grande São Paulo. 

Devido aos alagamentos e deslizamentos causados pelas chuvas, 240 pessoas ficaram desalojadas na cidade, sendo que 57 tiveram que dormir em abrigos públicos, por não ter para onde ir. Prédios públicos, incluindo a própria prefeitura, foram atingidos pelas águas. Sabesp abriu sem aviso represa Paiva Castro: inundação e 22 mortes na Grande São Paulo


As chuvas fortes que atingiram a região metropolitana de São Paulo e a abertura das comportas da represa de Paiva Castro, pela Sabesp, sem avisar as prefeituras da região com antecedência, deixaram 22 mortos, 12 desaparecidos e milhares de desabrigados na região metropolitana. O reservatório de Paiva Rocha fica ao lado das cidades de Franco da Rocha e Caieras e faz parte do sistema Cantareira, que abastece boa parte da capital.

Uma menina de cinco anos teve um pedaço da perna amputados pelos bombeiros, em Francisco Morato, na Grande São Paulo, porque o pé da criança ficou preso nos escombros de uma laje que desmoronou.

Em Franco da Rocha, as chuvas inundaram parte da ala psiquiátrica do presídio Prof. André Teixeira Lima. As 75 presas internadas na ala psiquiátrica foram transferidas para o Centro de Detenção Provisória Feminino de Franco da Rocha. A enchente atingiu também a prefeitura, o fórum e a delegacia do municipio.

Na cidade de Mairiporã, o deslizamento matou um bebê de onze meses e mais oito pessoas.

De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da capital, essas foram as chuvas mais fortes nos últimos 11 anos. Foram registrados alagamentos nos rios Tietê e Pinheiros, que cortam a capital.

O prefeito Fernando Haddad, do PT,  afirmou que não está sendo feito a limpeza das margens dos rios, que é responsabilidade do governo estadual, sob gestão do PSDB.

Por outro lado, 15 projetos de drenagem previsto no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), de 2007, ainda não foram concluídos. Os projetos foram aprovados e os valores repassados à prefeitura.

Trens da CPTM tiveram que parar de circular por conta de alagamento nos trilhos. Passageiros de sete cidades da região metropolitana ficaram sem transporte. O aeroporto Internacional de Guarulhos ficou interditado por seis horas.

Morreram quatro pessoas em Mairiporã, quatro em Itapevi, uma em Guarulhos e uma em Cajamar, todas na região metropolitana. Na zona sul da capital, 12 pessoas que dormiam numa cada de desabou estão registradas como desaparecidas, as buscas no local continuam.



A Sabesp disse que o volume de água que entrou na represa de Paiva Castro, entre o final da tarde de quinta e a manhã de sexta (11) foi de 71% do volume total da represa, que é de 7,6 milhões de metros cúbicos.




Reservatório faz parte do sistema Cantateira; companhia estadual de água diz que abriu as comportas para evitar um rompimento; já são 22 mortos e 12 desaparecidos por causa do temporal; na capital, prefeitura atrasa 15 obras do PAC para drenagem das águas da chuva e o governo estadual não faz a limpeza dos rios


Desastre anunciado em 2010: Os municípios que podem vir a sofrer com enchentes, caso as comportas das represas do Sistema Cantareira sejam abertas, não têm planos de emergência para retirar as famílias que moram em áreas de várzea. As prefeituras receberam com surpresa o alerta da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e da Defesa Civil Estadual de que, caso as chuvas continuem nos próximos dias, elas deixarão de segurar água. 


RETROSPECTIVA: Tragédia anunciada!      G1 - 12/01/10

Cidades não têm plano de emergência em caso de transbordamento de represas

Apenas 4 municípios do Sistema Cantareira estão preparados.
Cidades correm para traçar estratégias em caso de abertura de comportas.A Prefeitura de Vargem, a 96 quilômetros da capital, afirma que foi pega de surpresa com o alerta feito pela Sabesp durante a reunião de sexta-feira (8), que contou com a participação do governador José Serra (PSDB). 


“Não estávamos preparados para o risco de abertura das comportas. Não temos qualquer plano de emergência elaborado. Não temos sequer uma Defesa Civil estruturada”, diz o chefe de gabinete de Vargem, Bem-Hur Alex Rossi. 
Rossi explicou que a cidade precisará contar com a ajuda da Casa Civil e da Defesa Civil do estado de São Paulo para elaborar um plano de emergência para retirada das famílias das áreas de várzea. Segundo ele, às margens do Rio Jacareí na cidade, no bairro Rio Acima, há cerca de 2 mil moradores que poderiam ser atingidos pelas enchentes. A cidade de 7 mil habitantes abriga duas das cinco represas do Sistema Cantareira (Jacareí e Jaguari). 

Em Caieiras, na Grande São Paulo, a prefeitura convocou uma reunião com o secretariado na segunda-feira (11) para montar uma comissão para atuar no caso de emergência. A ideia inicial é que um posto da Guarda Municipal seja usado como centro operacional dessa comissão. A Defesa Civil da cidade deverá começar a receber reforços de equipamentos e materiais nos próximos dias. A cidade também não conta com abrigos. Escolas e ginásios que poderão ser usados serão identificados.
Ainda de acordo com a administração municipal, um sistema de alerta precisará ser montado para avisar rapidamente a população de cinco bairros de Caieiras que correm risco no caso de elevação do nível do Rio Juqueri - Serpa, Jardim São Francisco, Centro, Praça da Emancipação e Companhia Melhoramentos. A assessoria de imprensa da prefeitura não soube precisar quantas famílias correm risco com as enchentes. 

Em Joanópolis, a 112 quilômetros de São Paulo, o alerta feito pela Sabesp também foi recebido com surpresa. Segundo o chefe de gabinete do município, Waldecir Antônio de Moraes, a cidade não tem um plano para retirar famílias de três bairros que poderiam sofrer inundações (Beira Rio, Vila Sanches e Bairro dos Nogueiras). Moraes não soube informar quantos dos 11 mil habitantes de Joanópolis seriam afetados no caso de elevação do nível do Ribeirão dos Pintos e do Rio Jacareí. 

As prefeituras de Mairiporã e de Nazaré Paulista informaram que, mesmo em caso de transbordamento das represas, as cidades não seriam afetadas, e que não há riscos de inundação.  

Quatro cidades se dizem preparadas

A Prefeitura de Bragança Paulista, a 85 quilômetros de São Paulo, afirma que a Defesa Civil do município já está atuando para eventuais enchentes. Escolas e ginásios estariam preparados para receber desabrigados e os pontos críticos estão sendo monitorados. Moradores dessas regiões já teriam recebido orientação do que fazer em caso de enchente. 

A administração de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, também se diz preparada para uma eventualidade. As fortes chuvas que caíram na cidade em dezembro serviram de teste para a estrutura montada para socorrer as vítimas das enchentes.  

Moradores usaram canoa para se transportar até dentro de casa em Atibaia 
Em Atibaia, a 64 quilômetros da capital, que tem ruas alagadas desde o dia 30 de dezembro/09, a prefeitura já contratou contêiners e divisórias para abrigar famílias desalojadas. A região que mais preocupa a prefeitura é a Vila São José, onde há 116 famílias morando em palafitas. Quinze famílias já aceitaram ser removidas e estão em abrigos da prefeitura. 

A prefeitura monitora os três bairros que foram atingidos pelas enchentes (Caetetuba, Kanimar e Parque das Nações) e já conta com abrigos em escolas e ginásios de Atibaia. Novos alojamentos estão sendo preparados e a expectativa é que a liberação de R$ 700 mil pelo governo estadual auxilie nos preparativos para novas enchentes e no atendimento das famílias. 

Piracaia, a 88 quilômetros de São Paulo, também já conta com um plano. Desde dezembro, as escolas do município estão preparadas para receber desabrigados pelas chuvas. "Tudo está sendo monitorado por nós e pela Defesa Civil do estado. Nossa principal preocupação é o bairro Jardim Santo Afonso. Ali, de 250 a 300 famílias poderiam ter de sair de suas casas em caso de cheia do Rio Cachoeira", informou ao G1 a prefeita de Piracaia, Fabiane Santigo (PV).

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