The US-NATO War on Syria: Western Naval Forces Confront Russia Off the Syrian Coastline? |
A GUERRA ESTÁ SENDO ENCAMINHADA A PASSOS LARGOS PELOS MESMOS QUE SEMPRE GANHAM COM ELAS
"Deixe-me dizer aos soldados e oficiais que ainda apoiam o regime sírio
O povo sírio recordará as escolhas que fizerem nos próximos dias..."
O povo sírio recordará as escolhas que fizerem nos próximos dias..."
Secretária de Estado Hillary Clinton, conferência Friends of Syria, em
Paris, 07/Julho/2012
"Diplomacia educada" (sem sorriso).
Hillary Clinton e Sergey Lavrov em St. Petersbourg, 29-6-2012
Enquanto a confrontação entre a Rússia e o Ocidente estava, até
recentemente, confinada ao âmbito polido da diplomacia internacional, dentro do
recinto do Conselho de Segurança da ONU, agora uma situação incerta e perigosa
está a desdobrar-se no Mediterrâneo Oriental.
Forças aliadas incluindo operativos de inteligência e forças especiais
reforçaram a sua presença sobre o terreno na Síria a seguir ao impasse da ONU.
Enquanto isso, coincidindo com o beco sem saída no Conselho de Segurança da ONU,
Moscou despachou para o Mediterrâneo uma frota de dez navios de guerra russos e
navios de escolta comandados pelo destróier anti-submarino Almirante Chabanenko.
A frota russa está actualmente estacionada ao largo da costa Sul da Síria.
Em Agosto do ano passado, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Dmitry
Rogozin, advertiu que "a NATO está a planear uma campanha militar contra a Síria
para ajudar a derrubar o regime do presidente Bashar al-Assad com um objectivo
de longo alcance de preparar uma cabeça de ponte para um ataque ao Irã..." Em
relação à actual deslocação naval, o chefe da Armada da Rússia, vice-almirante
Viktor Chirkov, confirmou, entretanto, que se bem que a frota [russa] esteja a
transportar fuzileiros navais, os navios de guerra "não seriam envolvidos em
Tarefas na Síria". "Os navios executarão manobras militares planeadas", disse o
ministro russo da Defesa.
A aliança EUA-NATO retaliou à iniciativa naval
da Rússia, com uma deslocação naval tremendamente maior, uma formidável armada dos interesses capitalista
consistente de navios de guerra britânicos, franceses e americanos, previstos
para serem ali instalados neste Verão no Mediterrâneo Oriental, levando a uma
potencial "confrontação estilo Guerra Fria" entre a Rússia e forças navais
ocidentais.
Enquanto isso, planeadores militares dos EUA-NATO anunciaram que várias "opções
militares" e "cenários de intervenção" estão a ser contemplados na sequência do
veto russo-chinês no Conselho de Segurança da ONU. O planeado
posicionamento naval é coordenado com operações aliadas no terreno em apoio ao
"Exército Sírio Livre" (ESL) patrocinado pelos EUA-NATO. Quanto a isto, os
EUA-NATO aceleraram o recrutamento de combatentes estrangeiros treinados na
Turquia, Iraque, Arábia Saudita e Qatar.
A França e a Grã-Bretanha participarão este Verão em jogos de guerra com o nome de código Exercise Cougar 12 [2012]. Os jogos serão efectuados no Mediterrâneo Oriental como parte de um "Response Force Task Group" franco-britânico envolvendo o HMS Bulwark britânico e o grupo de batalha do porta-aviões Charles De Gaulle da França. O centro deste exercício naval serão operações anfíbias envolvendo a colocação em terra firme de tropas no "território inimigo" (simulada).
(Navios de guerra russos entram no Mediterrâneo, rumo à Síria, timesofmalta.com, 24/Julho/2012) |
Cortina de fumaça: A proposta evacuação de cidadãos ocidentais
"Utilizando uma humanitária frota armada naval de destruição em massa"
Pouco mencionado pelos media de referência, os navios de guerra
envolvidos no exercício naval Cougar 12 também participarão na planeada
evacuação de "cidadãos britânicos do Médio Oriente, caso o conflito em curso na
Síria extravase fronteiras para os vizinhos do Líbano e da Jordânia".
Os britânicos provavelmente enviariam o HMS Illustrious, um porta-helicópteros, juntamente com o HMS Bulwark, um navio anfíbio, bem como um destróier avançado para providenciar defesa à força-tarefa. Estarão a bordo várias centenas de comandos da Royal Marine, bem como um complemento de helicópteros de ataque AH-64 (os mesmos utilizados na Líbia no ano passado). Espera-se que se lhe junte uma frota de navios franceses, incluindo o porta-aviões Charles De Gaulle, transportando um complemento de caças Rafale.
Espera-se que aquelas forças permaneçam ao longo e possam escoltar navios civis especialmente fretados destinados a recolher cidadãos estrangeiros a fugirem da Síria e países em torno. (ibtimes.com, 24/Julho/2012).
Fontes no Ministério da Defesa britânico, se bem que
confirmando o "mandato humanitário" da Royal Navy no planeado programa de
evacuação, negaram categoricamente "qualquer intenção quanto a um papel de
combate para forças britânicos [contra a Síria]".
O plano de evacuação utilizando o mais avançado material militar, incluindo o HMS Bulwark e o porta-aviões Charles de Gaulle, é uma cortina de fumo óbvia. A agenda militar não tão escondida é ameaça militar e intimidação contra uma nação soberana localizada no berço histórico da civilização, a Mesopotâmia":
O plano de evacuação utilizando o mais avançado material militar, incluindo o HMS Bulwark e o porta-aviões Charles de Gaulle, é uma cortina de fumo óbvia. A agenda militar não tão escondida é ameaça militar e intimidação contra uma nação soberana localizada no berço histórico da civilização, a Mesopotâmia":
"Só o Charles De Gaulle é porta-aviões nuclear com todo um esquadrão de jatos mais avançados do que qualquer coisa que os sírios tenham – é especulação de incitamento [dizer] que aquelas forças pudessem ficar envolvidas numa operação da NATO contra forças sírias leais a Bashar al-Assad...
O HMS Illustrious, que está atualmente ancorado no Tâmisa, no centro de
Londres, provavelmente será enviado para a região no fim das Olimpíadas". (Ibid)
Este deslocamento impressionante de poder naval
franco-britânico poderia também incluir o porta-aviões USS John C.Stennis, o
qual está para ser enviado de volta ao Médio Oriente:
[Em 16/Julho/2012], o Pentágono também confirmou que iria reposicionar o USS John C. Stennis, um porta-aviões nuclear capaz de transportar 90 aviões, para o Médio Oriente... O Stennis estaria a chegar na região com um cruzador avançado de lançamento de mísseis, ... Já é esperado que o porta-aviões USS Eisenhower esteja no Médio Oriente naquele momento (dois porta-aviões actualmente na região estão para ser aliviados e enviados de volta para os EUA).
[Em 16/Julho/2012], o Pentágono também confirmou que iria reposicionar o USS John C. Stennis, um porta-aviões nuclear capaz de transportar 90 aviões, para o Médio Oriente... O Stennis estaria a chegar na região com um cruzador avançado de lançamento de mísseis, ... Já é esperado que o porta-aviões USS Eisenhower esteja no Médio Oriente naquele momento (dois porta-aviões actualmente na região estão para ser aliviados e enviados de volta para os EUA).
Em meio a situações imprevisíveis tanto na Síria como no Irã, que teriam deixado forças estado-unidenses tensas e excessivamente sobrecarregadas se fosse necessária uma firme resposta militar em qualquer circunstância. (Ibid, ênfase acrescentada)
O grupo de ataque USS Stennis está para ser enviado de volta ao
Médio Oriente "numa data não especificada no fim do Verão" para ser posicionado
na área de responsabilidade do Comando Central:
"O Departamento da Defesa disse que o deslocamento anterior viera de um pedido feito pelo general do Marine Corps James N. Mattis, o comandante do Comando Central (a autoridade militar dos EUA que cobre o Médio Oriente), parcialmente devido à preocupação de que haveria um curto período em que apenas um porta-voz estaria localizado na região". (Strike group headed to Central Command early - Stripes Central - Stripes, July 16, 2012)
O Gen. Marine James Mattis, comandante do U.S. Central Command,
"pediu para avançar o posicionamento do grupo de combate com base num "conjunto
de fatores" e o secretário da Defesa Leon Panetta aprovou-o"... (ibid)
Um porta-voz do Pentágono declarou que a mudança de posicionamento do grupo de ataque USS Stennis fazia parte de "um vasto conjunto de interesses de segurança dos EUA na região". "Estamos sempre atentos aos desafios colocados pelo Irã. Deixe-me ser muito claro: Esta não é uma decisão baseada unicamente nos desafios colocados pelo Irã, ..."Não é acerca de qualquer país particular ou uma ameaça particular", dando a entender que a Síria também fazia parte do posicionamento planeado. (Ibid, ênfase acrescentada)
Este maciço posicionamento de
poder naval é um ato de coerção tendo em vista aterrorizar o povo sírio. A
ameaça de intervenção militar tem em vista desestabilizar a Síria como estado
nação bem como confrontar e enfraquecer o papel da Rússia na intermediação da
crise síria. O jogo diplomático da ONU está num impasse. O Conselho de
Segurança da ONU está morto. A transição é em direção à "Diplomacia guerreira"
do século XXI.
Se bem que uma operação militar aliada total dirigida contra a Síria não esteja "oficialmente" contemplada, planeadores militares estão atualmente envolvidos na preparação de vários "cenários de intervenção".
Um porta-voz do Pentágono declarou que a mudança de posicionamento do grupo de ataque USS Stennis fazia parte de "um vasto conjunto de interesses de segurança dos EUA na região". "Estamos sempre atentos aos desafios colocados pelo Irã. Deixe-me ser muito claro: Esta não é uma decisão baseada unicamente nos desafios colocados pelo Irã, ..."Não é acerca de qualquer país particular ou uma ameaça particular", dando a entender que a Síria também fazia parte do posicionamento planeado. (Ibid, ênfase acrescentada)
"Cenários de intervenção"
Se bem que uma operação militar aliada total dirigida contra a Síria não esteja "oficialmente" contemplada, planeadores militares estão atualmente envolvidos na preparação de vários "cenários de intervenção".
Líderes políticos ocidentais podem não ter apetite por
intervenção mais profunda. Mas como a história tem mostrado, nós nem sempre
escolhemos que guerras combater – por vezes as guerras escolhem-nos.
Planeadores militares tem a responsabilidade de preparar para opções de
intervenção na Síria para os seus mestres políticos caso este conflito seja
escolhido. A preparação estará a ser efetuada em várias capitais ocidentais e
sobre o terreno na Síria e na Turquia. Até o ponto do colapso de Assad, é
mais provável que vejamos uma continuação ou intensificação das opções abaixo do
radar de apoio financeiro, armamento e aconselhamento dos rebeldes, operações
clandestinas e talvez guerra cibernética a partir do Ocidente. Após algum
colapso, entretanto, as opções militares serão vistas a uma luz diferente. (
Daily Mail, 24/Julho/2012, ênfase acrescentada)
Observações conclusivas
O mundo está numa encruzilhada perigosa.
A configuração deste planeado posicionamento naval no Mediterrâneo Oriental com navios de guerra dos EUA-NATO contíguo àqueles da Rússia é sem precedentes na história recente. A história conta-nos que guerras são muitas vezes desencadeadas inesperadamente devido a "erros políticos" e erro humano. Os segundos são os mais prováveis dentro no âmbito de um sistema político desagregados e corrupto nos EUA e na Europa Ocidental.
O planeamento militar EUA-NATO é supervisionado por uma hierarquia militar centralizada. Operações de Comando e Controle são em teoria "coordenadas" mas na prática muitas vezes elas são marcadas pelo erro humano. Operativos de inteligência muitas vezes funcionam independentemente e fora do âmbito da responsabilidade política.
Planeadores militares são agudamente conscientes dos perigos de escalada. A Síria tem capacidades de defesa aérea significativas bem como forças terrestres. A Síria tem estado a instalar seu sistema de defesa aérea com a recepção dos mísseis russos Pantsir S1 . Qualquer forma de intervenção militar direta dos EUA-NATO contra a Síria desestabilizaria toda a região, levando potencialmente à escalada numa vasta área geográfica, que se estende desde o Mediterrâneo Oriental até a fronteira do Afeganistão-Paquistão com o Tadjiquistão e China.
O planeamento militar envolve cenários intricados e jogos de guerra por ambos os lados incluindo opções militares relativas a sistema de armas avançados. Um cenário Terceira Guerra Mundial tem sido contemplado pelos planeadores militares EUA-NATO-Israel desde o princípio de 2000. A escalada é uma parte integral da agenda militar. Preparativos de guerra para atacar a Síria e o Irã têm estado num "estado avançado de prontidão" durante vários anos.
Estamos a tratar com complexas tomadas de decisão políticas e estratégicas que envolvem a ação recíproca de poderosos grupos de interesses económicos, as ações de operativos de inteligência. O papel da propaganda de guerra é fundamental não só para moldar a opinião pública, levando-a a aceitar a agenda de guerra, como também para estabelecer um consenso dentro dos escalões superiores do processo de tomada de decisão. Uma forma selectiva de propaganda de guerra destinada a "Top Officials" (TOPOFF) em agências do governo, inteligência, militares, aplicadores da lei, etc destina-se a criar um consenso firme em favor da Guerra e do Estado Policial.
Para o projeto guerra ir em frente é essencial
que tanto os planeadores políticos como os militares estejam legitimamente
comprometidos em conduzir a guerra "em nome da justiça e da democracia". Para
que isto se verifique, eles devem acreditar firmemente na sua própria
propaganda, nomeadamente em que a guerra é "um instrumento de paz e democracia". Eles não têm preocupação para com os impactos devastadores de sistemas
de armas avançados, rotineiramente classificados como "danos colaterais", muito
menos o significado e significância de guerra antecipativa (pre-emptive),
utilizando armas nucleares.
As guerras são invariavelmente decididas por líderes civis e grupos de interesse e não pelos militares. A guerra serve interesses económicos dominantes os quais operam a partir dos bastidores, por trás de portas fechadas em salas de reunião corporativas, nos think tanks de Washington, etc.
As realidades são invertidas. Guerra é paz. A Mentira torna-se a Verdade.
A propaganda de guerra, nomeadamente as mentiras dos media, constituem o mais poderoso instrumento guerreiro. Sem a desinformação dos media, a agenda guerreira conduzida pelos EUA-NATO entraria em colapso como um castelo de cartas. A legitimidade dos criminosos de guerra em altos postos seria rompida.
Portanto é essencial desarmar não só os media de referência como também um segmento dos media alternativos auto proclamados como "progressistas", os quais têm proporcionado legitimidade para a obrigação da "Responsabilidade de proteger" ("Responsibility to protect, R2P) da NATO, em grande medida tendo em vista desmantelar o movimento anti-guerra. A estrada para Teerã passa por Damasco.
Uma guerra ao Irã patrocinada pelos EUA-NATO envolveria, como primeiro passo, a desestabilização da Síria como uma nação-estado. O planeamento militar relativo à Síria é uma parte integral da agenda de guerra ao Irã. Uma guerra contra a Síria poderia evoluir na direção de uma campanha militar EUA-NATO contra o Irã, na qual a Turquia e Israel estariam envolvidas diretamente.
É crucial
difundir esta notícia
e romper os canais de desinformação dos media.
Um entendimento crítico e não enviesado do que está a acontecer na Síria é de importância crucial na reversão da maré de escalada militar rumo a uma guerra regional mais vasta.
Nosso objetivo em última análise é desmantelar o arsenal militar EUA-NATO-israelense e restaurar a Paz Mundial.
É essencial que o povo no Reino Unido, na França e nos Estados Unidos impeça o próximo posicionamento naval de ADM no Mediterrâneo Oriental.
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