Democracia e pluralidade foram tons de manifestação que reuniu várias frentes e lutas da esquerda em São Paulo
Por volta das 19h30, quando uma onda vermelha enfrentava a garoa e dava os primeiros passos na Avenida Rebouças, em São Paulo, moradores de dois prédios da Avenida Pedroso de Morais, um dos metros quadrados mais caros do país, resolveram sair às sacadas para bater panela.
A manifestação durou breves minutos e poucos perceberam. O mini panelaço foi abafado pelos gritos de “não vai ter golpe” e pelo som da bateria Ritmo da Luta, que deu o tom da marcha.
Mais de 30 organizações, entre elas a CUT, ao menos nesta quinta-feira (20), deixaram as diferenças de lado para formar várias alas que se unificaram em defesa da democracia. Quem apostou na divisão, perdeu.
Do ataque à mercantilização do corpo das mulheres à frente contra a redução da maioridade penal, da luta pela habitação ao fim das chacinas nas periferias, eram várias alas que substituíram o selfie com policiais militares presentes nas manifestações pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff pela defesa da desmilitarização da polícia, como cantaram movimentos de juventude diante de policiais da Tropa de Choque.
Acima de tudo, conforme destacou o coordenador do Sindipetro-SP (Sindicato dos Petroleiros Unificados de São Paulo), Itamar Sanches, como outros petroleiros, vestido com o jaleco laranja da Petrobras, a noite era de resistência.
“O símbolo dessa marcha é a resistência. Só assim que a gente vai conseguir superar a tentativa de golpe que o pessoal da direita está tentando. Esse é o primeiro recado que os petroleiros vieram dar. O outro é para o Congresso, principalmente o Senado, onde tem um projeto de lei do José Serra (PSDB-SP), que quer tirar o pré-sal do povo brasileiro para entregar às multinacionais. Queremos que os parlamentares saibam que estaremos aqui e no Congresso em defesa da Petrobras, de democracia e contra qualquer atitude golpista”, disse.
Para o vice-presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, ao contrário da onda conservadora que pede a volta da ditadura ao país, os movimentos demonstraram nas ruas a importância da democracia para o avanço de direitos da classe trabalhadora. "Demos o recado de que não aceitaremos qualquer possibilidade golpista, mas também sinalizamos a necessidade de mudanças na política econômica e a importância da reforma política. Daqui pra frente, a unidade deve continuar com um calendário de lutas para o próximo período", pontua.
Secretário municipal de Desenvolvimento, Trabalhista e Empreendedorismo de São Paulo, Artur Henrique, destacou que o ato foi uma resposta à pressão pelo terceiro turno das eleições presidenciais, mas ressaltou a importância de os movimentos sociais não perderem de vista a independência e a autonomia diante do Governo.
“É preciso criticar o ajuste fiscal do [Joaquim] Levy, a taxa de juros exorbitante que temos no Brasil e retomar um projeto de desenvolvimento de país que tenha como centralidade o trabalho decente, a inclusão social e a distribuição de renda”, defendeu.
Já na Praça do Ciclista, no final da Avenida Paulista, enquanto dirigentes de partidos faziam o segundo bloco de intervenções, parte dos manifestantes seguia para o vão livre do Masp, onde cerca de 20 mil pessoas já se concentravam. Em um dos trios elétricos, "Vou Festejar", de Beth Carvalho, soava como ironia à manifestação golpista que dias antes ocupou a Paulista, utilizou a canção como trilha sonora e foi criticada pela sambista por isso.
Enquanto o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), saiu como herói das manifestações pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff, na marcha desta quinta (20) não houve perdão ao parlamentar denunciado por envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras.
Representante do Levante Popular da Juventude Pedro Freitas apontou justamente a necessidade de avaliar quem está no comando dos ataques a conquistas históricas da sociedade brasileira.
“Não podemos esquecer que quem lutou pela aprovação da redução da maioridade penal, ontem (19), na Câmara dos Deputados, é o mesmo Eduardo Cunha denunciado hoje pela Procuradoria Geral da República por corrupção”, afirmou.
Secretário municipal de Desenvolvimento, Trabalhista e Empreendedorismo de São Paulo, Artur Henrique, destacou que o ato foi uma resposta à pressão pelo terceiro turno das eleições presidenciais, mas ressaltou a importância de os movimentos sociais não perderem de vista a independência e a autonomia diante do Governo.
“É preciso criticar o ajuste fiscal do [Joaquim] Levy, a taxa de juros exorbitante que temos no Brasil e retomar um projeto de desenvolvimento de país que tenha como centralidade o trabalho decente, a inclusão social e a distribuição de renda”, defendeu.
Já na Praça do Ciclista, no final da Avenida Paulista, enquanto dirigentes de partidos faziam o segundo bloco de intervenções, parte dos manifestantes seguia para o vão livre do Masp, onde cerca de 20 mil pessoas já se concentravam. Em um dos trios elétricos, "Vou Festejar", de Beth Carvalho, soava como ironia à manifestação golpista que dias antes ocupou a Paulista, utilizou a canção como trilha sonora e foi criticada pela sambista por isso.
Enquanto o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), saiu como herói das manifestações pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff, na marcha desta quinta (20) não houve perdão ao parlamentar denunciado por envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras.
Representante do Levante Popular da Juventude Pedro Freitas apontou justamente a necessidade de avaliar quem está no comando dos ataques a conquistas históricas da sociedade brasileira.
“Não podemos esquecer que quem lutou pela aprovação da redução da maioridade penal, ontem (19), na Câmara dos Deputados, é o mesmo Eduardo Cunha denunciado hoje pela Procuradoria Geral da República por corrupção”, afirmou.
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