Brasil busca criar um novo ciclo de crescimento, afirma presidenta Dilma a empresários
O último compromisso da presidenta Dilma Rousseff em Washington foi a Cúpula Empresarial Brasil-Estados Unidos. Em seu discurso, a presidenta destacou o cenário favorável para investimentos em projetos estratégicos no Brasil, com o objetivo de dinamizar a atividade econômica no País.
A presidenta salientou que os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, alcançando US$ 62 bilhões em movimentação no ano passado e registrando um crescimento de 75% nos últimos dez anos. Mas destacou que é preciso avançar e o governo vai garantir medidas para impulsionar ainda mais as relações comerciais com americanos e outros países interessados em investir no Brasil. Segundo a presidenta, os esforços incluem ajustes fiscais necessários e uma agenda que ela considera “estrutural”, incluindo a melhora do ambiente de negócios e a simplificação tributária, como no caso do PIS/Cofins, cuja proposta de revisão será encaminhada ao Congresso Nacional.
“Essa combinação será a chave da maior previsibilidade, da maior produtividade, na economia brasileira. E a expansão do nosso comércio exterior, incluindo o de bens manufaturados, é algo muito importante para o país, onde temos indústrias com grande capacidade de produção e de exportação”, disse a presidenta.
Dilma também destacou ações recentes, como o Programa de Investimentos em Logística (PIL) e o Plano Nacional de Exportações (PNE), que devem impulsionar a competitividade brasileira.
“O PNE busca transformar o comércio exterior em um vetor ainda mais importante de crescimento da nossa economia”, afirmou, acrescentando: “os projetos do PIL têm por objetivo ampliar a competitividade do país, reduzindo custos e facilitando fluxo de mercadorias e pessoas. São projetos que vão beneficiar estados e municípios e terão impacto muito positivo sobre todos os brasileiros”, garantiu.
A presidenta falou aos empresários sobre o avanço das discussões com o presidente americano Barack Obama para cooperação em áreas como ciência, tecnologia, educação, que, segundo ela, marca uma nova etapa na trajetória de relacionamento entre Brasil e Estados Unidos. “Temos de retomar a cooperação em temas tradicionais e a construção de novas agendas. Em grandes áreas de importância para nosso empresariado e com consequências para nossa população e sociedades. O Brasil e os Estados Unidos já contam com relacionamento econômico e comercial maduro e sofisticado”, afirmou.
Presidenta Dilma visita Vale do Silício nesta quarta-feira em busca de parcerias em tecnologia
Logo após cumprir sua agenda oficial nos Estados Unidos em Nova York e Washington, a presidenta Dilma Rousseff chega, nesta quarta-feira (1º), à Califórnia, ao chamado Vale do Silício. A região é uma das mais desenvolvidas do mundo no setor científico e tecnológico e sede de empresas – como o Google, a Apple e o Facebook– que revolucionaram, nos últimos anos, o modo como o homem se relaciona com a tecnologia.
Com a visita, o governo brasileiro pretende estimular a captação de investimentos para o Brasil e incentivar parcerias entre empresas brasileiras e norte-americanas, com foco no estímulo ao desenvolvimento da indústria da tecnologia e inovação no Brasil. Entre seus compromissos oficiais, a presidenta conhece a sede do Google, em Mountain View, a 100 km de São Francisco, onde se encontrará com o presidente-executivo da empresa, Eric Schmidt.
Importância do desenvolvimento tecnológico
Para explicar a importância do avanço tecnológico e do estímulo à inovação para o desenvolvimento do Brasil, o Blog do Planalto foi à sede do Google, na Califórnia, conversar com um dos principais executivos da empresa, o diretor de engenharia do Google para a América Latina, Berthier Ribeiro-Neto.
Em entrevista exclusiva, Berthier explicou que a criação da web criou uma era em que as pessoas podem se comunicar livremente e sem custos, o que resultou em uma escala de desenvolvimento tecnológico que permite que se criem empresas de grande valor muito rapidamente. Sendo assim, o engenheiro defendeu que investir em tecnologia é uma estratégia que pode impulsionar, em pouco tempo, o desenvolvimento do Brasil. “Eu não tenho dúvidas que desenvolver um setor tecnológico forte pode funcionar como uma mola para impulsionar o crescimento da economia brasileira”, ressaltou.
Nesse sentido, Berthier também destacou a influência direta que o desenvolvimento da tecnologia traz para a qualidade de vida das pessoas, ao resultar diretamente em conveniência e eficiência para o dia a dia dos seus usuários.
“Eficiência é importante porque ganhos de eficiência levam a ganhos de produtividade, o que se traduz em crescimento econômico. Além disso, o desenvolvimento do setor tecnológico permite a criação de empregos de alta qualidade que oferecem maiores salários. […] Se o Brasil quiser criar empregos de alta qualidade, boa remuneração e em grandes números, ele precisa desenvolver o setor tecnológico”, enfatizou.
E também destacou a importância e o potencial do mercado brasileiro de tecnologia, que possui hoje a quinta maior população conectada à internet do mundo. Além de anunciar a ampliação do escritório do Google no País, que tem sede em Belo Horizonte. Atualmente, o Brasil é o único país da América Latina onde o Google mantém um escritório de engenharia.
DCI - O que explica o vexame internacional da Globo na coletiva de Dilma e Obama. Por Paulo Nogueira
Postado em 01 jul 2015
A miséria jornalística e mental das Organizações Globo foi brutalmente exposta ao mundo ontem, na entrevista coletiva concedida por Obama e Dilma sobre o encontro de ambos.
A jornalista Sandra Coutinho da Globo fez uma pergunta que, jornalisticamente, é a quintessência da obtusidade.
Presumivelmente, o real autor da questão foi Ali Kamel, diretor de jornalismo da emissora e célebre por um livro em que declara, triunfal: “Não somos racistas”. Uma ex-apresentadora disse que todas as perguntas revelantes na Globo são obra de Kamel.
O primeiro erro técnico foi atribuir a Obama, na pergunta, uma opinião que é da Globo, mas não dele.
Ela afirmou que os Estados Unidos veem o Brasil como uma potência regional, e não mundial.
De onde ela tirou isso, ou Kamel?
O Brasil é a sétima economia mundial, queira a Globo ou não. E nos últimos anos, sobretudo com a ascensão de Lula, ganhou ressonância mundial.
A Globo jamais iniciaria a pergunta daquela forma se o presidente fosse FHC ou Aécio.
E um bom jornalista nunca colocaria uma opinião dele mesmo na boca de qualquer pessoa.
Pesquise: quando Obama, ou alguma outra autoridade do governo americano, disse algo parecido?
Foi tão boçal a voz da Globo na coletiva que Obama, embora a pergunta não fosse para ele, tomou o microfone.
Sandra Kamel, chamemos assim, não se limitou a uma asneira numa só pergunta. Também conseguiu incluir nela a crise econômica e política do Brasil como se isso fosse realmente uma coisa incomum num mundo cor de rosa.
Ora, os próprios Estados Unidos desde 2008 estão atolados em dificuldades econômicas.
Obama pareceu saber mais sobre o Brasil que a Globo. Notou que problemas no Congresso estão longe de ser exclusividade do governo Dilma.
Ele próprio enfrenta um Congresso extraordinariamente hostil desde que chegou à Casa Branca. Foi épica sua luta para aprovar o projeto de saúde que lhe era tão caro, o Obamacare.
Sinal da realidade paralela vivida pela Globo e seus jornalistas, Sandra Coutinho festejou sua intervenção patética no Twitter.
“Muita emoção conseguir fazer uma das quatro perguntas da coletiva de Dilma e Obama!”, escreveu.
Fora tudo, Sandra não fez qualquer esforço. Como mostra o vídeo da entrevista, a palavra lhe foi dada por Dilma, num gesto que mostra a característica subserviência de governos brasileiros, petistas ou não, à Globo.
As palavras mentecaptas de Sandra Coutinho registraram, mundialmente, não apenas o que a Globo pensa sobre o Brasil.
Mais que tudo, elas captaram, ao vivo, a indigência jornalística e intelectual da emissora.
Brasil e México devem incrementar integração e valorizar mercados internos contra crise mundial
As relações entre Brasil e México, que sempre foram importantes, adquirem relevância ainda maior na presente conjuntura internacional, no qual há uma desaceleração econômica que agora atinge inclusive os países emergentes, afirmou a presidenta Dilma Rousseff, em entrevista publicada nesta quinta-feira (28), pela agência de notícias mexicana Notimex. Para ela, é hora de investir na integração regional e nos mercados internos, que foram fortalecidos pelas políticas públicas adotadas pelos dois países.
Em entrevista à Agência de Notícias mexicana Notimex, a presidenta Dilma afirmou que os acordos celebrados entre Brasil e México, nesta semana, fazem parte de uma integração maior celebrado entre os dois países. Foto: Roberto Stuckert Filho
Em entrevista à agência de notícias mexicana Notimex, a presidenta Dilma afirmou que os acordos celebrados entre Brasil e México, nesta semana, fazem parte de um “acordo maior” celebrado entre os dois países. Foto: Roberto Stuckert Filho.
“A consciência de que o superciclo dos preços das commodities, não só do petróleo, mas também de minérios e alimentos – embora os alimentos e todos os produtos [da cadeia] das proteínas tenham um desempenho diferenciado, provocou nos países da América Latina, como um todo, uma redução no seu crescimento”.
Segundo a presidenta Dilma, o que México e Brasil devem fazer agora “é apostar também nos nossos mercados internos. Na integração regional. Por isso que eu falei da importância de um mercado de 320 milhões de pessoas. O Brasil, nesses 12 últimos anos, construiu um mercado interno muito significativo. Nós tivemos um momento em que mais da metade do nosso País vivia abaixo da linha da pobreza. Hoje, em torno de 52% do Brasil tem padrão de consumo de classe media”, ressaltou.
Na área de integração nacional, a presidenta destacou dois acordos fechados durante sua primeira viagem de Estado ao México, encerrada nesta quarta-feira (27). O primeiro, é o Acordo de Complementação Econômica, o ACE 53, que já existia antes para 800 produtos e está sendo ampliado para mais de seis mil itens. “Agora, o que nós decidimos: vamos ampliar esse número de produtos. Vamos reduzir as tarifas desses produtos e vamos comerciar entre nós, aproveitando o potencial dos nossos mercados. Vamos aproveitar também o potencial que temos de complementação na área de investimentos”, explicou.
Dilma Rousseff acrescentou que os investimentos mexicanos são muito importantes. “Eles são os primeiros, se a gente considerar toda a América Latina. O volume é muito significativo, são bilhões e bilhões de dólares que empresas mexicanas investem no Brasil”.
E destacou a vontade do Brasil de incrementar também seus investimentos no país amigo. “Estamos, por exemplo, muito satisfeitos com o investimento que está sendo feito por empresas brasileiras, em parceria com empresas mexicanas, na área do polietileno, que pode levar a uma agregação de valor na cadeia produtiva de petróleo e gás. Isso gera emprego, isso gera renda, isso gera melhoria pras nossas economias. Acredito que eu e o presidente Peña Nieto demonstramos vontade política, demos um impulso a essa relação. Esses dois acordos estão num marco de um acordo maior”.
Destacou, ainda, outros acordos assinados durante sua visita. “Na área de serviços aéreos, o México é extremamente atraente para os brasileiros porque vocês são o berço de uma das maiores civilizações que a humanidade assistiu se desenvolver, aqui na chamada mesoamérica pré-colombiana, (…) As culturas que se desenvolveram aqui produziram uma série de bens culturais de enorme valor, que são do interesse de todos os países. Vocês têm excelentes praias. O Brasil da mesma forma, tem a sua cultura, então serviços aéreos, turismo, enfim, agricultura tropical, parcerias na área de ciência e tecnologia e inovação são muito importantes para o México e pro Brasil”.
Por fim, a presidenta Dilma lembrou a importância da contribuição mexicana para a democracia nas Américas, inclusive para o Brasil. “Sou muito grata ao governo do presidente Peña Nieto, muito grata ao povo mexicano. (…) E nós nunca vamos esquecer: que, quando o Brasil passou por um período de ditadura, o México nos recebeu de braços abertos. Acredito que a democracia mexicana é um dos valores que o continente latino-americano deve respeitar e considerar como sendo uma das nossas origens democráticas”.
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