Nova onda fascista
O Partido Comunista da Ucrânia (PCU) «chama a atenção do mundo progressista para o fato de a perseguição aos comunistas, liberdade de imprensa, a democratas, a destruição intencional do país e do seu povo pela junta oligárquica fascista, se baseando nos mesmos slogans usados por Hitler e os seus cúmplices durante a Grande Guerra Pátria».
Em nota divulgada pelo seu Presidium, o PCU dá como exemplo a «pressão sem precedentes» que o recém nomeado procurador-geral está exercendo sobre o Tribunal Administrativo do Distrito de Kiev para que este, «violando a Constituição e outras leis da Ucrânia, e o Direito Internacional», avance com o processo de proibição do partido.
«Tornou-se claro que uma das tarefas principais de Viktor Shokin não é a luta contra a corrupção e o crime, nem a perseguição dos verdadeiros responsáveis pelas atrocidades cometidas na Praça Maidan ou contra a Casa dos Sindicatos de Odessa, ou a busca de justiça para os que morreram em Mariupol ou Krasnoarmeisk, mas continuar as represálias políticas contra o PCU», consideram os comunistas no texto.
O PCU sublinha também que a atual sanha persecutória foi planeada para «coincidir com o aniversário do golpe Fevereiro», bem como para «desviar a atenção do fracasso completo de seu governo», e acusa o responsável pelo Ministério Público de se envolver na fabricação de provas.
O Ministério da Justiça de Kiev anunciou a abertura de um inquérito disciplinar contra os juízes que, a 18 de Fevereiro, reafirmaram a sua recusa em dar seguimento ao processo contra o PCU, e acusa os magistrados de auxiliarem os comunistas, de não serem nem fidedignos nem objetivos.
Trégua no Este
Entretanto, no Donbass, o acordo de Minsk firmado a 12 de Fevereiro sob a égide da Alemanha, França e Rússia está sendo cumprido, com a observação de um cessar-fogo, a retirada do armamento pesado da linha da frente, e a troca de prisioneiros. Representantes militares de Kiev e das repúblicas populares de Lugansk e Donetsk indicaram que o material seria deslocado a partir de domingo, 22.
No entanto, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa reclama o acesso a informações de ambas as partes quanto às movimentações. No sábado, 21, oficiais ucranianos e forças antigolpistas trocaram prisioneiros de guerra, entre os quais vários soldados capturados durante a ofensiva em Debaltseve, onde a junta fascista sofreu uma vergonhosa derrota.
Já esta segunda-feira, o presidente russo considerou «apocalíptico» um cenário de guerra com a Ucrânia. Em entrevista à televisão estatal, Vladimir Putin disse acreditar que «nunca se chegará a esse ponto», até porque «ninguém precisa de um conflito na periferia da Europa, e ainda menos de um (conflito) armado».
As palavras de Putin contrastam com a elevação da agressividade por parte de Kiev, que aproveitou as marchas de celebração do derrube de Viktor Ianukovich, realizadas durante o fim-de-semana em várias cidades controladas pelo poder golpista, para acusar a Rússia de instigar o conflito. O Kremlin foi mesmo responsabilizado pelo atentado que, domingo, matou quatro pessoas durante uma manifestação nacionalista em Kharkiv, assim como de se envolver na preparação de uma ofensiva dos antifascistas contra o porto de Mariupol, cujo objetivo seria criar um corredor entre a Crimeia e a Federação Russa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário