O
Estado argentino rejeitou o plano de reestruturação do Clarín, por ser um monopólio, e anunciou que realizará a reorganização do maior grupo de mídia do
país, com a venda de unidades da empresa.
Após
uma longa batalha judicial, que se prolongou por mais de quatro anos, o Clarín
foi submetido à lei contra o monopólio dos meios audiovisuais, aprovada em
2009.
"Damos
por concluído o processo de adequação voluntária do Clarín e vamos iniciar a
adequação prevista, isto é, o Estado taxará e venderá unidades" do Clarin,
disse Martín Sabbatella.
O projeto apresentado pelo grupo Clarín não é adequado à lei
contra o monopólio dos meios de comunicação.
O
Clarín apresentou, em fevereiro passado, uma proposta para dividir o grupo em
seis empresas de rádio e televisão, o que, a princípio, foi aprovado pela
AFSCA, a entidade encarregada de combater o monopólio na mídia.
"Analisamos
o plano como nossas equipes técnicas e concluímos que se trata de uma manobra
para burlar o espírito da lei", disse Sabbatella, diretor da AFSCA.
"Percebemos
que não há independência entre as unidades de negócios. Os nomes dos diretores
se entrecruzam. Há vínculos societários entre as empresas e isto é uma fraude,
um truque para manter sua posição dominante".
Clarin
possui 41% do mercado de rádio, 38% de televisão aberta e 59% de TV a cabo,
quando o máximo em todos os casos é de 35%, segundo a lei.
De
acordo com o Clarín, o governo da presidente Cristina Kirchner "pretende
se apropriar dos meios de comunicação".
O Grupo Clarín pode recorrer a todas as instâncias correspondentes para defender seus
direitos e o cumprimento do plano já aprovado, que se ajusta estritamente à lei
dos serviços de comunicação audiovisual".
A
batalha judicial entre o Clarín e o governo Kirchner parecia estar concluída
desde 2013, quando a Suprema Corte deu razão ao Estado decretando legítima a
lei que fixava limites para "favorecer a liberdade de expressão e impedir
a concentração no mercado".
Em
nota, o grupo multimídia esperneia com a falácia que "a
perseguição inédita do governo contra o Clarín e, no geral, contra todas as
vozes dissidentes" na Argentina.
O
grupo Clarín, baseado no jornal de maior circulação na Argentina, possui vários
canais de televisão - aberta e a cabo - e rádios, incluindo no Uruguai e
Paraguai, com negócios que totalizaram 1,250 bilhão de dólares em 2011. Essas empresas de comunicação sempre promoverão campanhas pró- liberais, e muito agressivas contra os governos progressistas na Argentina.
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