Um Estado nascido na luta
Os patriotas da Guiné-Bissau vão comemorar o 40.º aniversário do nascimento da sua República com orgulho e empenhados em libertar-se da ditadura militar e retomar os caminhos do progresso.
Há quatro décadas, o surgimento do novo estado ocorreu em plena luta armada de libertação nacional conduzida pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) contra o colonialismo português.
A 24 de Setembro de 1973, às 8 horas e 55 minutos (TMG), reunida nas áreas libertadas do Boé, no Leste, a primeira Assembleia Nacional Popular guineense proclamou o nascimento do Estado da Guiné-Bissau – com uma parte do território ainda ocupada por forças estrangeiras – e elegeu Luís Cabral como president.
A jovem República foi imediatamente reconhecida pelos países africanos, pela União Soviética e outros estados socialistas, pelos Não-Alinhados, agravando o isolamento diplomático do Portugal fascista. Os colonialistas procuraram a todo o custo evitar a emergência do novo país africano, resultado do avanço das lutas emancipadoras dos povos da Guiné e Cabo Verde, de Angola e de Moçambique.
Mais tarde, a 20 de Janeiro de 1973, agentes dos colonialistas portugueses assassinaram Amílcar Cabral, o líder da luta emancipadora na Guiné e em Cabo Verde, e tentaram dividir e destruir o PAIGC.
Os nacionalistas intensificaram a luta armada, introduziram novas armas – incluindo o míssil terra-ar soviético «Strella», que pôs fim à impunidade da aviação colonialista –, infligiram pesadas derrotas militares às tropas portuguesas, retomaram os planos para o lançamento de ações armadas em Cabo Verde.
Rumo à vitória
Sabe-se, hoje, que nos primeiros meses de 1974, o governo fascista ainda promoveu o envio de emissários a Inglaterra para conversar com representantes do PAIGC.
Ao mesmo tempo que pedia aos seus aliados da OTAN e à África do Sul racista o fornecimento de novas e poderosas armas para tentar salvar o exército colonial da derrota anunciada...
Mas já era tarde para travar a roda da História. Pouco tempo depois, a longa e heróica resistência antifascista portuguesa e o descontentamento provocado pelas guerras coloniais conduzem ao golpe militar de Abril, seguido pela Revolução dos Cravos.
Os novos governantes portugueses estabeleceram negociações com o PAIGC – primeiro em Londres, depois em Argel – e, a 10 de Setembro de 1974, a antiga potência colonial reconheceu «de jure» a independência da República da Guiné-Bissau, nascida menos de um ano antes em plena luta armada.
Mas os patriotas guineenses, inspirados na vitoriosa e exemplar luta armada de libertação nacional liderada por Amílcar Cabral e seus companheiros, saberão construir de novo a liberdade. E retomar nas mãos os caminhos da sua História, da independência, de um futuro de desenvolvimento e progresso social.



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