Greve geral na Grécia contra novo pacote anti-social
Resposta popular à ofensiva
Trabalhadores de todos os setores cumpriram, no dia 16 de julho, uma greve geral na Grécia contra os despedimentos e a abolição de direitos sociais, laborais e politicos.
A paralisação geral foi convocada por todas as centrais sindicais, após o governo ter apresentado, dia 9, um pacote legislativo que prevê despedimentos em massa na Administração Pública, bem como um ataque sem precedentes à contratação coletiva, cortes na saúde e restrições ao direito de manifestação.

Em troca de mais uma parcela do empréstimo internacional, o governo grego acordou despedir até Setembro 2300 auxiliares de educação, dois mil professores e 3500 polícias municipais.
Outros 25 mil funcionários púbicos serão colocados numa chamada «reserva trabalhista», auferindo 75 por cento do salário durante um período de oito meses, findo o qual serão sumariamente despedidos.
Outros 25 mil funcionários púbicos serão colocados numa chamada «reserva trabalhista», auferindo 75 por cento do salário durante um período de oito meses, findo o qual serão sumariamente despedidos.
As medidas incluem ainda um novo sistema fiscal, a abolição das convenções coletivas nacionais e setoriais, o fim dos contratos de trabalho permanentes, a liberalização dos despedimentos e a eliminação do domingo como dia de descanso. O governo grego pretende igualmente impor restrições ao direito de manifestação no centro de Atenas.
Associando-se ao vasto movimento de protesto, os presidentes dos 325 municípios da Grécia decidiram, dia 12, realizar uma greve de três dias, que se iniciou na segunda-feira, 15, e terminou coincidindo com a greve geral no país.

A reunião dos edis, realizada num hotel de Atenas, foi acompanhada no exterior por muitas centenas de trabalhadores das autarquias, rodeados por forte dispositivo policial.
Na véspera da greve, centenas de agentes da Polícia Municipal de Atenas manifestaram-se nas ruas da capital grega contra a extinção do seu corpo.
Circulando de moto, centenas de agentes bloquearam a avenida Andreas Singrou, uma das principais vias de acesso ao centro da metrópole, onde se localiza a sede da Nova Democracia, do primeiro-ministro Antonis Samaras.

Na quarta greve geral deste ano, o país ficou praticamente sem transportes terrestres, marítimos e aéreos. Os controladores aéreos, tal como os jornalistas, fizeram uma greve de quatro horas, enquanto os médicos prolongaram a paralisação por 48 horas, assegurando apenas as urgências.
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