Os Chefes de Estado e de Governo que participam na Cimeira Ibero-Americana XX no sábado, por unanimidade, aprovou a Declaração de Mar del Plata, que destacou as declarações, propostas e planos de ação adotado na reunião de chanceleres e presidentes. Os destaques incluem a cláusula contra golpes, a rejeição do embargo econômico e comercial que os Estados Unidos (EUA), impõe a Cuba e de apoio à reivindicação argentina sobre a soberania das Malvinas.
A cooperação ibero-americana e de integração, bem como educacionais Metas 2021 do programa com um fundo de 100 bilhões de dólares para melhorar a qualidade ea eqüidade da educação e reduzir a pobreza ea desigualdade social fazem parte do Plano de Ação assinado na Declaração de Mar del Plata.
Objetivos Educacionais Com 202 países resolverem o seu compromisso de tornar a educação o principal instrumento de inclusão social.
Após a sessão plenária, o presidente da Argentina, Cristina Fernandez, pôs em votação e aprovou por aclamação a Declaração de Mar del Plata, na tarde de sábado.
Também houve compromissos firmados entre Inter-American Development Bank, Corporação Andina de Fomento e a empresa de comunicação espanhola Telefónica contribuirá para um fundo de solidariedade adicionais.
O Fundo de Solidariedade irá atingir 5 bilhões de dólares para ajudar os Estados que não tenham recursos suficientes para implementar novas metas educacionais.
Também foram aprovados pelos líderes da América Latina uma Declaração Especial sobre a Proteção da Democracia na América Latina e Comunicado Especial pelas Ilhas Falklands; um pedido da Argentina para reivindicar o diálogo e rejeitar as ações unilaterais do Reino Unido na exploração de petróleo e exercícios militares no território.
Além disso, assinaram documentos rejeitando o bloqueio promovido pelos EUA contra Cuba há mais de quatro décadas e a favor da luta global contra a mudança climática.
Coordenação de combate ao crime transanacional e para apoiar a candidatura do Brasil para a direção geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação ea Agricultura (FAO), foram medidas aprovadas pelos Chefes de Estado e de Governo.
Os líderes também rubricaram uma declaração especial sobre a luta contra o terrorismo, a Qhapaq Nan sistema viário da Comunidade Andina, em países da América Latina e Caribe e pela solidariedade com os países afetados por fortes chuvas.
Qhapaq Nan, é um património arqueológico de valor excepcional para a Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru.
O XX Cimeira Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo começou seu segundo dia de sábado com uma homenagem ao falecido ex-presidente argentino, Néstor Kirchner.
Os líderes latino-americanos que estiveram presentes no evento recordaram as realizações daquele que também foi o primeiro Secretário-Geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Kirchner recuperou rapidamente e eficazmente a economia argentina, que fora enfraquecida por seus antecessores... Disse o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula, que participou da Cúpula Ibero-Americana última como chefe de Estado, disse de Néstor Kirchner, "Ele foi fundamental para recuperar o Mercosul (Mercado Comum do Sul) e para derrotar a idéia capitalista da América do Sul".
Por seu turno, o presidente equatoriano, Rafael Correa, declarou que "Néstor (Kirchner) recuperou a dignidade da America Latina".
Lula diz que vai continuar fazendo
política pela América Latina
Lula fala sobre Kischner |
Enviada especial da BBC Brasil a Mar del Plata
Segundo Lula, ele agora terá mais tempo para viajar e discutir política.
Ao ser homenageado na sua despedida das reuniões internacionais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, durante uma reunião na Argentina, que vai continuar na política.
“Eu sou um político latino-americano, não vou deixar a política. Vou ter mais tempo para viajar, quero discutir política e os partidos”, afirmou Lula, com olhos marejados. “Me esperem”, completou, ao dizer que vai continuar viajando pela América Latina.
As declarações foram feitas durante a 20ª Cúpula Ibero-Americana, realizada na cidade argentina de Mar de Plata.
Homenageado pela anfitriã do encontro, a presidente Cristina Kirchner, Lula foi aplaudido de pé pelos outros líderes, como o rei da Espanha, Juan Carlos, e os presidentes do Peru, Alan García, e do Equador, Rafael Correa.
“Não sou bom de despedidas, mas construí com vocês uma coisa nova na América Latina. Já não somos tratados como menores. Não vemos mais as pessoas brigarem por um trabalhador sem diploma universitário ter sido eleito no Brasil. Já não vemos mais brigas porque um índio foi eleito na Bolívia.”
Lula afirmou ainda que as mulheres também passaram a ocupar, nos últimos tempos, maior espaço no mundo da política, numa referencia à presidente argentina e a presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff.
“Os homens que se cuidem porque as mulheres estão ocupando cada vez mais espaços. Logo, logo, os homens serão minoria aqui nessa mesa.”
Torturador
“Dilma é uma mulher que foi militante de esquerda, que foi acusada de guerrilheira, que ficou presa três anos e meio e foi torturada. O que me dá orgulho é saber que agora o torturador dela, se estiver vivo, estará sofrendo mais do que ela, sem que ela tenha feito nada para ele sofrer. É apenas o remorso de quem torturou uma jovem que queria democracia no Brasil”, afirmou o presidente.
No discurso, improvisado, Lula afirmou que a democracia na região está consolidada, mas é preciso estar alerta para que sejam evitadas crises como a que o Equador viveu recentemente.
Na ocasião, o presidente Rafael Correa disse ter sido alvo de uma tentativa de golpe liderada por policiais.
“Em 2005 eu fui vitima da mais sórdida campanha. O objetivo era enfraquecer o governo, para provar que um trabalhador não podia governar”, afirmou.
Ao falar sobre o ex-presidente da Argentina, Néstor Kirchner (que morreu em outubro), Lula disse que “o corpo vai, mas as idéias ficam”.
Lula disse que o Brasil vai continuar no mesmo caminho da política externa de maior integração com os países da América Latina. E agradeceu “do fundo do coração a todos os companheiros e companheiras” porque aprendeu muito.
Na homenagem a Lula, Cristina disse que ele “nunca deixará a política” e que ele é um homem de convicções. Cristina lhe entregou uma réplica em ferro de uma foto de Lula e de Kirchner abraçados.
Na véspera, como contaram assessores do presidente brasileiro, Lula disse ao rei da Espanha e ao presidente do México, Felipe Calderón, com os quais se reuniu separadamente, que quer “desencarnar” a presidência e por isso planeja tirar férias após o fim do mandato.
Lula embarcou de volta para o Brasil antes do fim do encontro. Segundo assessores, ele visitará o vice-presidente, José Alencar, neste sábado, em São Paulo.
Documento final
Lula faz sua segunda intervenção A cúpula terminou com uma declaração final, que destacava a defesa da educação e da inclusão social na América Latina, além de uma cláusula sobre o respeito à democracia. Segundo Cristina Kirchner, a democracia gera liberdade para os processos educativos. |
A reunião foi marcada pela ausência de seis líderes, entre eles, Hugo Chávez, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia.
E ao contrário do esperado, não foi definido o sucessor de Néstor Kirchner na secretária geral da Unasul. Os ministros das Relações Exteriores do grupo se reuniram, nessa sexta e sábado, para discutir a questão, mas apesar da apresentação dos possíveis candidatos - como o ministro de Energia Elétrica da Venezuela, Alí Rodríguez - não houve definição.
Em uma das poucas referências públicas aos cabos revelados pelo Wikileaks, nos telegramas entre diplomatas americanos, o vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, disse que existe uma “diplomacia imperial da espionagem” e que os países da região “não devem se dividir por isso.
Um dos comunicados afirma que a presidente argentina teria aceitado ajudar na relação entre Estados Unidos e Bolívia.
Relação Brasil-Argentina será ‘ainda melhor’ com Dilma e Cristina, diz Lula
Marcia Carmo
Enviada especial da BBC Brasil a Mar del Plata
Participação na cúpula é o último compromisso internacional de Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado, na cidade argentina de Mar del Plata, que a relação entre sua sucessora, Dilma Rousseff, e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, será “ainda melhor” do que a que ele teve com o ex-presidente Nestor Kirchner (2003-2007), que morreu no mês de outubro.
“A Argentina e o Brasil contigo e com Dilma vão ser uma associação melhor do que comigo e Kirchner”, disse ele, dirigindo-se à presidente argentina.
As declarações de Lula foram feitas na abertura da 20ª reunião de cúpula ibero-americana, que é a sua ultima viagem internacional como presidente.
De camisa branca, sem paletó e gravata, o presidente foi aplaudido pelos outros lideres do grupo e pelo rei da Espanha, Juan Carlos, que participam do encontro.
Lula disse ainda que o ex-presidente Kirchner, secretário geral da Unasul, recuperou a auto-estima dos argentinos e marcou um “período histórico” da relação entre Brasil e Argentina.
“Da mesma maneira que eu me dedico a recuperar a auto-estima do povo brasileiro, a fazer com que o povo brasileiro ame o Brasil, Kirchner conseguiu fazer isso na Argentina. Era Maradona no futebol e Kirchner na política”, afirmou Lula.
Vestida de negro, como tem feito desde a morte do marido, a presidente argentina agradeceu as palavras do presidente brasileiro.
A reunião que marca a despedida do presidente das reuniões internacionais foi marcada pela ausência de sete presidentes, entre eles Hugo Chávez, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia.
Foi a primeira vez que Chávez e Morales não participam deste encontro.
Mulheres
Em seu discurso, Lula afirmou que Brasil e Argentina tinham muitas divergências até que ele e Kirchner assumissem as Presidências de seus países.
“Havia muita divergência, uma disputa entre Brasil e Argentina, e achamos que podíamos vencê-la. E acho que Kirchner foi fundamental para fortalecer o Mercosul e derrubar a Alca. Uma relação de confiança entre nós”, disse Lula.
O presidente afirmou ainda, olhando para Cristina Kirchner, que o ex-presidente estará “sempre olhando por nós e te ajudando nos momentos de adversidade”.
Numa referência a Cristina e a Dilma, Lula disse que as mulheres enfrentam ainda mais preconceitos que os homens no poder político. “Senti esse preconceito na eleição brasileira”, disse.
Para Lula, a história da Argentina foi sempre marcada por um “antes e depois de Perón (o ex-presidente Juan Domingo Perón), e agora passa a ser marcada por um antes e depois dos Kirchner”.
Lula se despediu de seus pares dizendo que esta é sua ultima reunião ibero-americana como presidente, e que vai lembrar “da minha extraordinária amizade com a Argentina, graças a Kirchner e a Cristina, com quem reforçamos que a Argentina e o Brasil devem estar juntos”.
Cristina e Dilma muito mais
que Lula e Kichener
Apesar de todas as campanhas feitas nos últimos anos para enfraquecer os governos dos países latino-americanos, a democracia na região está consolidada e a América Latina já não é tratada no mundo como se fosse menor, enalteceu o presidente Lula em discurso feito na sessão plenária da XX Cúpula Ibero-Americana realizada neste sábado em Mar del Plata, na Argentina. Mas Lula alertou: é preciso ficar alerta para não permitir que aconteça o que tentou-se fazer no Equador em setembro passado, quando o presidente Rafael Correa enfrentou uma violenta onda de insurreição por parte da polícia equatoriana, e também o que aconteceu no Brasil em 2005 quando, segundo Lula, houve “uma sórdida campanha que tinha como objetivo enfraquecer o governo para provar que um trabalhador não poderia governar”.Nós estamos aprendendo a construir esse mundo extraordinário que se transformará numa grande nação. Acho que o exemplo que Kirchner deixa para nós é que o corpo se vai, mas as ideias não. Elas estão aí a adentrar na cabeça dos estudantes, dos trabalhadores, das mulheres, e dos companheiros presidentes.
Em suas duas intervenções durante a sessão plenária, Lula fez sua homenagem ao ex-presidente argentino Nestor Kirchner, morto em outubro passado, afirmando que ele é um dos responsáveis pela melhora nas relações Brasil-Argentina, bem como na mudança de comportamento dos empresários, diplomatas e governos de ambos os países. Para Lula, Kirchner foi fundamental para recuperar o Mercosul, derrotar a Alca na América do Sul e criar a Unasul. Era um conciliador, afirmou o presidente brasileiro, que recuperou a economia argentina e também a autoestima de seu povo.
Eu acho que da mesma forma que coube a mim recuperar a autoestima do povo brasileiro, voltar a fazer o povo brasileiro gostar do Brasil, eu acho que o Kirchner conseguiu fazer na Argentina. Era o Maradona no futebol e o Kirchner na política, era quase uma unanimidade, mesmo os que não gostavam tinham que respeitar a ousadia.
Lula reafirmou ainda a importância dos países latino-americanos atuarem mais em conjunto, mantendo estreitos laços políticos e comerciais, para fortalecer a região. Se o Brasil cresce, disse, os demais países do continente também crescem. É preciso fazer um esforço para explorar a totalidade do potencial que existe entre os países latino-americanos, afirmou. Como exemplo, citou a melhora nas relações econômicas entre Brasil e Argentina, que tinham uma balança comercial de apenas US$ 7 bilhões em 2003 e hoje têm de quase US$ 35 bilhões. “Hoje nós temos consciência o quanto a Argentina é importante para o Brasil, e a Argentina tem a consciencia de quanto o Brasil é importante para a Argentina”, frisou Lula.
HOMENAGEM A KISCHNER E LULA
SIMPLESMENTE EMOCIONANTE!
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