Autoridades da Malásia
focam investigação nos pilotos
Após sistema de transmissão de dados da aeronave ter sido desligado, co-piloto teria enviado última mensagem afirmando estar tudo bem. Buscas seguem sem sucesso.
A investigação sobre o paradeiro do voo MH370, da companhia Malaysia Airlines, se volta cada vez mais para o papel dos pilotos no desaparecimento do Boeing 777, na semana passada. A tendência foi reforçada após investigadores afirmarem que o último contato da cabine do piloto teria sido feito após o sistema de transmissão de dados da aeronave ter sido desligado.
De acordo com o ministro dos Transportes da Malásia, Hishammuddin Hussein, as últimas palavras vindas da cabine foram: "Tudo bem, boa noite". O contato teria sido feito depois de o sistema ACARS – responsável por enviar informações cruciais sobre a condição do Boeign 777 – ter sido desligado. Os transmissores do avião, que indicam sua posição nos radares, foram desabilitados 14 minutos depois de o ACARS ter sido desligado.
A Malaysia Airlines, porém, afirmou não saber quando o sistema ACARS foi desligado. "O que sabemos é quando foi feita a última transmissão", disse o presidente da companhia aérea, Ahmad Jauhari Yahya. Segundo ele, o co-piloto da aeronave, Fariq Abdul Hamid, de 27 anos, é o autor da mensagem. Investigadores acreditam que a pessoa que enviou a mensagem saberia que os sistemas estavam desligados.
O voo MH370, da Malaysia Airlines, desapareceu em 8 de março, com 239 pessoas a bordo, quando ia de Kuala Lumpur para Pequim.
Segundo o presidente do Comitê de Segurança Nacional da Câmera dos Representantes dos EUA, Michael McCaul, todas as informações recebidas até agora apontam para um envolvimento direto do piloto no desvio da rota do avião. "Todas as possibilidades levam para a cabine do piloto", disse McCaul à rede de TV Fox News.
As autoridades na Malásia estão investigando não só os pilotos, mas também a tripulação, passageiros e todas as pessoas que tiveram contato com o avião antes de sua decolagem.
No sábado (15/03), a polícia revistou as casas do piloto Zaharie Ahmad Shah, de 53 anos, e do co-piloto em Kuala Lumpur. Um simulador de voo encontrado na residência de Shah está sendo examinado, à procura por mais pistas.
Parentes e amigos dos pilotos, assim como a própria companhia aérea, rejeitam as suspeitas de que a dupla estaria envolvida no desaparecimento da aeronave.
"Por favor, deixem que o avião seja encontrado primeiro. Zaharie não é suicida nem um fanático político como alguns veículos da imprensa internacional estão dizendo", afirmou um piloto da Malaysia Airlines que é amigo do comandante do voo MH370.
Paradeiro
As autoridades malaias acreditam que, enquanto voava pela costa nordeste do país, o MH370 tenha tido seu sistemas de transmissão de dados desligado antes de ser redirecionado para o oeste.
Sinais eletrônicos trocados com satélites sugerem que a aeronave teria continuado no ar por quase sete horas depois de sair do alcance de radares militares da Malásia. O avião tinha combustível suficiente para voar entre sete horas e meia e oito horas.
Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira (17/03) pelo jornal New Straits Times, de Singapura, o avião teria descido a aproximadamente 5.000 pés de altitude (1.500 metros) para evitar ser detectado por radares civis.
Pelo menos 26 países atuam em conjunto no esforço de buscas pelo Boeing 777. As equipes de localização trabalham em duas áreas: uma que vai do norte da Tailândia até o Cazaquistão, e outra que vai da Indonésia até o sul do Oceano Índico.
"A área de busca foi ampliada de maneira significativa", disse o ministro dos Transportes da Malásia. Segundo ele, os esforços não estão mais apenas concentrados no mar. "Estamos olhando em grandes pedaços de terra, em 11 países, assim como em oceanos profundos e remotos."
Sete hipóteses sobre o Boeing desaparecido na Ásia
SEQUESTRO – Incerto
No último sábado, o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, disse que a
investigação sobre o avião "entrou numa nova fase" e que ele havia ordenado uma
investigação criminal sobre o incidente.
Segundo Razak, os registros de satélite e de radar revelam que a aeronave
mudou de rota e poderia ter voado por até sete horas após o último contato com o
controle de voo em terra.
"Os movimentos são consistentes com a ação deliberada de alguém no avião",
acrescentou Razak.
Apesar das indicações, o premiê malaio evitou usar a palavra "sequestro" e
afirmou que "todas as possibilidades" estão sendo investigadas.
Ele acrescentou que o avião poderia estar em qualquer lugar do "Cazaquistão
ao Oceano Índico".
Razak afirmou ainda a investigação está focada agora nos dois pilotos, assim
como nos passageiros e no restante da tripulação. Os controladores de voo que
estiveram em contato com a aeronave também estão sendo investigados. O premiê definiu o desaparecimento do avião como uma "situação sem
precedents"
O avião pode ter sido sequestrado – Incerto
No último sábado, o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, disse que a investigação sobre o avião "entrou numa nova fase" e que ele havia ordenado uma investigação criminal sobre o incidente.
Segundo Razak, os registros de satélite e de radar revelam que a aeronave mudou de rota e poderia ter voado por até sete horas após o último contato com o controle de voo em terra.
"Os movimentos são consistentes com a ação deliberada de alguém no avião", acrescentou Razak.
Apesar das indicações, o premiê malaio evitou usar a palavra "sequestro" e afirmou que "todas as possibilidades" estão sendo investigadas.
Ele acrescentou que o avião poderia estar em qualquer lugar do "Cazaquistão ao Oceano Índico".
Razak afirmou ainda a investigação está focada agora nos dois pilotos, assim como nos passageiros e no restante da tripulação. Os controladores de voo que estiveram em contato com a aeronave também estão sendo investigados.
O premiê definiu o desaparecimento do avião como uma "situação sem precedents".
O avião voou por horas depois de perder o contato - Verdadeiro
A Inmarsat, empresa de comunicações por satélite com sede em Londres, disse
que suas redes detectaram "sinais automáticos do voo MH 370 da Malaysia
Airlines". A companhia diz ter "contatos de negócios" com a Boeing, fabricante
do avião.
"Essa informação foi dada ao nosso parceiro SITA (empresa que vende os
serviços de satélite da Inmarsat às companhias aéreas), que, por sua vez,
compartilhou com a Malaysia Airlines", disse a empresa.
"Podemos dizer com um alto nível de certeza que as comunicações de avião
foram desativadas antes de atingir a costa leste da península da Malásia".
O comentarista de ciência da BBC, Jonathan Amos, explica que isso significa
que o avião possuía um sistema de satélites que lhe permitiu transmitir
informações para autoridades em solo durante o voo.
"O sistema operado pela empresa Inmarsat recebeu sinais automáticos do voo
MH370 por pelo menos cinco horas após o avião ter sido dado como desaparecido.
Não há nenhuma possibilidade de a aeronave tivesse sido capaz de enviar tal
sinal a não ser que estivesse intacta e em funcionamento" .
Amos acrescentou que, embora esses satélites possam receber dados variados,
os sinais não oferecem informações detalhadas sobre sua localização.
"Essas transmissões automatizadas são essencialmente uma mensagem como "estou
vivo", explica Amos. Ou seja, indicam o estado dos motores e o voo, mas é
impossível identificar a posição precisa da aeronave durante a transmissão.
Caiu, certamente, no Oceano Índico - Falso
Apesar de relatos indicando que o avião voou várias horas a mais do que se
pensava, não se sabe exatamente qual foi a rota percorrida pelo aparelho.
No sábado, Razak, o premiê malaio, afirmou que a aeronave pode ter retornado
ao país e depois seguido em direção à Índia.
Anteriormente, os especialistas pensavam que o Boeing teria percorrido cerca
de 1,6 mil quilômetros rumo ao oeste do Oceano Índico, depois de ter voado por
várias horas.
O premiê disse que agora as investigações apontam para dois caminhos
possíveis: um corredor norte, que se estende do norte da Tailândia até o
Cazaquistão, e um corredor sul, da Indonésia até o Oceano Índico.
No domingo, Razak pediu a cooperação de todos os países situados ao longo das
possíveis rotas da aeronave.
Na última quinta-feira, os Estados Unidos enviaram um sofisticado equipamento
de monitoramento para o Oceano Índico para ajudar na busca pelo avião.
Certamente, se caiu no Mar da China - Falso
No sábado, o premiê malaio afirmou que as operações de busca pelo avião foram
encerradas no Mar do Sul da China.
Pela rota original, a aeronave deveria ter sobrevoado o Camboja e o
Vietnã.
O Boeing sumiu quando atravessava a fronteira dos espaços aéreos entre a
Malásia e o Vietnã.
Inicialmente, as buscas se concentraram inicialmente no Mar da China
Meridional, ao sul da península vietnamita de Ca Mau.
Mas dias depois do desaparecimento, o chefe da Força Aérea da Malásia indicou
que um objeto não identificado havia aparecido em radares militares sobre o
estreito de Malaca, a centenas de quilômetros do ponto onde ocorreu o último
contato da aeronave e a uma longa distância de sua rota planejada.
Em seguida, a área de buscas foi ampliada para incluir o estreito.
China encontrou destroços do avião - Incerto
Na semana passada, autoridades chinesas divulgaram imagens de satélite que
mostram destroços - que pareciam ser de um avião - no Mar do Sul da China.
Em seguida, o ministro interino dos Transportes da Malásia, Hishammuddin
Hussein, negou que as imagens fossem do voo MH370. Ele acrescentou que a
embaixada chinesa em Kuala Lumpur havia afirmado que as imagens eram "um
erro".
Mas o governo chinês não confirmou a versão de Hussein e, de acordo com a
televisão estatal daquele país, um navio de guerra continua a procurar destroços
na área. Relatórios sugerem que a Malásia não conseguiu analisar as imagens
corretamente.
Dos passageiros a bordo, 153 eram chineses, e Pequim vem pressionando a
Malásia para intensificar as buscas pela aeronave.
Na sexta-feira, sismólogos chineses disseram que tinham provas de um "evento
no fundo do mar" ocorrido cerca de 90 minutos depois que o avião
desapareceu.
Eles identificaram vibrações que poderiam ter sido causadas pela entrada da
aeronave no oceano.
Foi erro humano ou suicídio dos pilotos - Incerto
Mau tempo, erro humano ou falha técnica são alguns dos fatores mais comuns
por trás de acidentes aéreos.
O inspector-geral da Polícia da Malásia, Khalid Abu Bakar, disse que as
investigações se baseiam em quatro frentes: sequestro, sabotagem, problemas
psicológicos entre passageiros e tripulantes e problemas pessoais entre
passageiros e tripulantes.
Mas até agora o que se sabe é que as condições climáticas do voo eram boas, e
o capitão, Ahmad Shah, de 53 anos, possuía mais de 18 mil horas de voo e
trabalhava na companhia aérea desde 1981.
Embora a investigação inicialmente não tenha encontrado indícios que indiquem
que Shah ou o copiloto Fariq Hamid teriam cometido suicídio, autoridades
informaram que a investigação se concentrará na história de ambos e no resto da
tripulação e passageiros.
A Malaysia Airlines mantém um bom histórico de segurança e informou que o
avião, um Boeing 777 -200ER, tem um dos registros mais seguros da tecnologia
moderna.
Ataque terrorista explodiu o avião - Incerto
"É muito incomum uma aeronave desaparecer", explica à BBC David Gleave,
especialista que investiga acidentes aéreos.
"Normalmente contamos com informações dos localizadores de emergência e das
unidades de sinais acopladas às caixas-pretas para nos ajudar a encontrar um
avião desaparecido", diz ele. "É altamente atípico que uma aeronave desapareça
dos sistemas de radar tão rápido."
Gleave acrescenta que "um avião pode desaparecer do radar apenas se ocorrer
um evento súbito".
"Mas nesse caso esperaríamos algo como uma despressurização ou um ataque
terrorista. Isso causaria uma queda relativamente lenta e apareceria no radar.
Ou o piloto poderia comunicar algo para o controle de tráfego aéreo por
transponder ou por voz", disse.
Os relatórios iniciais sugeriam que todos os sinais da aeronave foram
perdidos simultaneamente. Com base nessas informações, especulou-se que o avião
tenha se desintegrado em alta altitude, devido à explosão de uma bomba.
Porém, a única certeza, oito dias após o vôo MH370 desaparecer com 239
pessoas a bordo, é que ninguém sabe onde o avião está ou qual foi a causa de seu sumiço.
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