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"Syria, Turkey, Israel and a Greater Middle East Energy War'' |
por F. William Engdahl
Uma aprofundada analise sobre a guerra no oriente médio e seus desdobramentos Politicos e Economicos para o mundo.
Apesar do falhanço da operação militar secreta da OTAN contra a Síria, a retirada pelos ocidentais tropeça em dois dilemas.
Podem Washington e os seus aliados refrear-se de apanhar as reservas de gás Sírias? E, podem eles deixar a Síria na posição de ser o único estado na região que escape ao controle da Irmandade Muçulmana?
Em 3 de Outubro de 2012, os militares Turcos lançaram repetidos ataques de morteiro para o interior de território Sírio. A ação militar, que foi utilizada pelos militares Turcos para, convenientemente, estabelecer uma ampla terra-de-ninguém, uma “zona tampão”de 10 quilômetros de largura dentro da Síria, Tal ação foi em resposta às alegadas mortes, pelas forças armadas Sírias, de vários civis Turcos ao longo da zona fronteiriça.
Há uma ampla especulação que um dos morteiros Sírios, que matou cinco civis Turcos, pode muito bem ter sido disparado por forças da oposição, com apoio da Turquia, no intento de dar à Turquia um pretexto para se movimentar militarmente, em jargão da inteligência militar uma operação de ‘bandeira falsa’. [1]
O muito estimado pela Irmandade Muçulmana ministro dos Negócios Estrangeiros Turco, o imperscrutável Ahmet Davutoglu, é o principal arquiteto governamental da auto-destrutiva estratégia Turca de derrube do seu antigo aliado Bashar Al-Assad na Síria. [2]
De acordo com uma investigação, desde 2006, sob o governo do Islamista Sunita- Primeiro Ministro, Recep Tayyip Erdoğan, e do seu partido pró-Irmandade, (muçulmana), AKP, a Turquia tornou-se uma nova sede para a Central da Irmandade Muçulmana [3]. Segundo uma fonte bem-informada, em Istambul, diz o relatório, que antes das últimas eleições Turcas, o AKP de Erdogan recebeu um “donativo” de $10 biliões-(de US dólares) da monarquia Saudita, o coração do Salafismo jihadista mundial, sob a estrita cobertura fundamentalista do Wahabismo [4].
Desde 1950, quando a CIA trouxe do exílio os membros liderantes da Irmandade Muçulmana Egípcia para a Arábia Saudita, que tem existido uma fusão entre o ramo Saudita do Wahabismo e o fundamentalismo jihadista agressivo da Irmandade [5].

O perigo desta guerra é ainda mais sério. A Turquia é um membro pleno da OTAN cuja carta, explicitamente, declara, que um ataque contra um estado da OTAN é considerado como um ataque contra todos os seus membros. O facto que, tanto a Rússia como China, estados com armas nucleares, tenham tornado a defesa do regime Sírio de Bashar al-Assad uma prioridade estratégica coloca o espectro de uma Guerra Mundial mais próxima do que a maioria de nós gostaria de imaginar.

“A OTAN está já clandestinamente engajada no conflito Sírio, com a Turquia tomando a dianteira como Proxy dos EUA. O ministro dos Negócios Estrangeiros de Ancara, Ahmet Davutoglu, admitiu abertamente que o seu país está preparado para invadir, tão logo surja o acordo entre os aliados Ocidentais para o fazer. A intervenção seria baseada em princípios humanitários, para defender a população civil, baseada na “responsabilidade para proteger”, doutrina que foi invocada para justificar a Líbia ( a guerra da Otan contra Kaddafi). Fontes Turcas sugerem que a intervenção começaria com a criação de uma buffer zone-(zona tampão)- ao longo da fronteira Turco-Síria, e depois seria alargada. Alepo, a maior e mais cosmopolita cidade Síria , seria a joia da coroa no alvo das forças libertadoras.



O relatório do Brookings elabora o seguinte cenário:
Israel poderá posicionar forças nos Montes Golã, ou na proximidade deles e, ao fazê- lo, poderá impedir as forças do regime de suprimir a oposição.

Isto parece corresponder, precisamente, ao que foi desenvolvido nos primeiros dias de Outubro de 2012.


Porque quereria Israel ver-se livre de “um inimigo que conhece,” Bashar al-Assad, trocando-o por um regime controlado pela Irmandade Muçulmana? Então a segurança de Israel seria, aparentemente, mais ameaçada pela emergência de regimes, de linha-dura, da Irmandade Muçulmana do sul, no Egipto, ao seu norte na Síria e, talvez em breve, também na Jordânia.
A dimensão geopolítica
A questão real a colocar nesta altura é o que poderá ligar Israel, a Turquia e o Catar, na forma de uma aliança profana de um lado, e a Síria de Assad, o Irã, a Rússia e a China de outro lado, numa tal confrontação, mortal, sobre o futuro político da Síria? Uma resposta é a geopolítica da energia.

O gás natural está, rapidamente, a tornar-se a “energia limpa” de escolha, para substituir a produção de electricidade a partir do carvão e do nuclear através da União Europeia, sobretudo a partir da decisão Alemã de fasear a saída do nuclear, após o desastre de Fukushima. O Gás, é olhado como muito mais “amigo do ambiente” em termos da chamada “pegada de carbono.” O único modo realísta dos governos da UE, da Alemanha à França à Itália e à Espanha, serem capazes de cumprir as metas, impostas pela UE, de redução das emissões de CO2 pelo ano de 2020, será uma séria mudança para usar o gás em vez do carvão.
A descoberta de enormes jazidas de gás em Israel, no Catar e na Síria junto à emergência da UE como o maior potencial consumidor de gás natural, a nível mundial, combina-se para criar as sementes do presente choque geopolítico sobre o regime de Assad.
Em Julho de 2011, enquanto as operações de desestabilização da OTAN e dos estados do Golfo contra Assad na Síria estavam em completa viragem, os governos da Síria, Irã e do Iraque assinaram um histórico acordo sobre um gasoduto que passou, largamente, em branco nos noticiários do PIG sobre o conflito Sírio.








O campo de gás natural de Tamar situado ao largo da costa do norte de Israel poderá começar a fornecer gás, para uso em Israel. A viragem no jogo foi a descoberta surpresa, nos finais de 2010, de uma enorme jazida de gás natural no off- shore de Israel naquela que os geólogos chamam a Levantina ou a Bacia Levantina. Em Outubro de 2010, Israel descobriu no mar, que ele declara ser a sua Zona Económica Exclusiva (EEZ),uma maciça, “super-gigante”, jazida de gás . [19]






A Washington de Obama parece de fato estar a apoiar o cavalo da Irmandade Muçulmana na corrida pelo controlo dos fluxos de gás do Médio Oriente.
Enquanto Washington corre no fio da navalha temporariamente apostando enfraquecer a al-Assad até à morte sem aparecer diretamente envolvida, a Rússia, pela sua parte, está jogando um jogo de vida e morte pelo futuro do seu mais efetivo trunfo geopolítico - o seu papel como o fornecedor líder de gás natural à UE.

gasoduto Nord Stream, sob O Mar Báltico desde um porto perto de São Petersburgo. Estrategicamente vital, agora, para o futuro papel da Rússia como fornecedor de gás à UE, será
a sua capacidade para jogar um papel estratégico na exploração das recém achadas reservas de gás no seu antigo estado-cliente da Guerra Fria, a Síria. Moscou têm, de há muito, estado engagada na promoção do seu gasoduto South Stream para a Europa,
como uma alternativa ao gasoduto Americano Nabuco, o qual foi pensado para deixar Moscou fora de jogo.
[24]

de gás à Europa este ano em 12% para 155 biliões de metros cúbicos. Ela agora controla 25% do total do
Gasodutos planeados:- amarelo= South Stream
vermelho traço = Nabuco
mercado de gás Europeu e visa atingir os 30% com a realização do South Stream e outros projetos.
Rainer Seele, presidente da Alemã Wintershall, a sócia da Gazprom no Nord Stream, sugere o jogo da geopolítica por detrás da decisão de se juntar ao South Stream: "Na corrida global contra os países da Ásia por matérias-primas essênciais,o South Stream, tal como o Nord Stream, assegurarão o acesso aos recursos energéticos que são vitais para a nossa economia." Mas na verdade, mais do que a Ásia, o foco real do South Stream está no Ocidente. A batalha actual entre o Russo South Stream e o Nabucco, apoiado em Washington, é intensamente geopolítica. O vencedor terá uma vantagem enorme no terreno político futuro da Europa. [25]


FONTES:
[1] Reuters, Turkish artillery strikes on Syria continue for second day: Several Syrian soldiers killed in overnight attack; Turkey launched artillery strikes after mortar bomb fired from Syria killed five Turkish civilians, 4 de Outubro de 2012.
[2] Hüsnü Mahalli, Davutoglu Betting on the Fall of Assad, Al Akhbar English, 7 de Agosto de 2012.
[3] Steven G. Merley, Turkey, the Global Muslim Brotherhood, and the Gaza Flotilla, Jerusalem Center for Public Affairs, 2011, acessado em Ver também para mais ligações entre o AKP de Erdogan e a Irmandade Muçulmana, GlobalMB, Syrian Ambassador Names Associate Of Turkish Prime Minister As Muslim Brotherhood Leader, 25 de Maio de 2011. (Turquia, a Irmandade Muçulmana global e a flotilha de Gaza-NdT)
[4] A importância de $10 biliões foi aflorada numa conversa privadas com o autor por um personagem político e homem de negócios Turco que pediu para permanecer anónimo. Diplomatas Indianos, incluindo H.E. Gajendra Singh, antigo Embaixador em Ancara, confirmaram em meios independentes o financiamento Saudita do Turco AKP ( partido islamista no poder, do primeiro-ministro Erdogan-NdT). Presumivelmente algo mais de $10 biliões em dinheiro, que chegou com fortes exigências de Riade.
[5] F. William Engdahl, Salafism+CIA: The winning formula to destabilize Russia, the Middle East, Voltairenet.org, 13 de Setembro de 2012.
[6] Philip Giraldi, NATO vs Syria, 19 de Dezembro de 2011, The American Conservative.
[7] Linda Gradstein, Israel fears Syrian violence spilling over Golan Heights border, 4 de Outubro de 2012.
[8] Linda Gradstein, Israel fears Syrian violence spilling over Golan Heights border, 4 de Outubro de 2012.
[9] Ibid. p. 6.
[10] Andrew Ross Sorkin, Schlepping to Moguldom, 5 de Setembro de 2004; ver também Source Watch, Haim Saban.
[11] Ibid.
[12] Nathan Guttman, Bush officials subpoenaed in AIPAC trial, Jerusalem Post, 13 de Março de 2006.
[13] Alexander Medvedev, Role of Gas in a Sustainable Energy Future, 2nd Ministerial Gas Forum, Doha, Catar, 30 de Novembro de 2010. (O papel do Gás num Futuro sustentável com Energia-NdT)
[14] Hassan Hafidh and Benoit Faucon, Iraq, Iran, Syria Sign $10 Billion Gas- Pipeline Deal, The Wall Street Journal, 25 de Julho de 2011. (O Iraque, o Irão e a Síria assinam negócio de $ 10 Biliões de dólares para Gasoduto)
[15] “Wadah Khanfar, Al-Jazeera and the triumph of televised propaganda”, by Thierry Meyssan, Voltaire Network, 26 de Setembro de 2011.
[16] Daily Star, Syria Announces Gas Discovery, 17 de Agosto de 2011. (A Síria anuncia descoberta de Gás- NdT)
[17] Pepe Escobar, Why Qatar Wants to Invade Syria, Asia Times, 27 de Setembro de 2012.
[18] Ibid.
[19] F. William Engdahl, The New Mediterranean Oil and Gas Bonanza - Part 1: Israel’s Levant Basin—a new geopolitical curse?, VoltaireNet.org, 20 de Fevereiro de 2012.
[20] Ibid.
[21] Ibid.
[22] The Economist, Turkey’s political in-fighting: Erdogan at bay: The Turkish prime minister faces new enemies both at home and abroad, 25 de Fev. de 2012; ver também Hillary Clinton, Remarks With Foreign Minister Davutoglu After Their Meeting, Conrad Hotel Istanbul, Turkey, August 11, 2012. (The Economist : o P.M. Turco enfrenta novos inimigos tanto em casa como no exterior- 25 de Fev 2012- NdT)
[23] CSP, Center Report Reveals Radical Islamist Views and Agenda of Senior State Department Official Huma Abedin’s Mother, Washington, Center for Security Policy, 22 de Julho de 2012. See also Aaron Klein, Muslim Brotherhood endorses Obama faith adviser: Gives thumbs up to ’Sister Mogahed’ for Twitter post on dead journalist, WorldNetDaily, 29 de Abril de 2012.
[24] F. William Engdahl, Moscow’s High Stakes Energy Geopolitics, Voltairenet.org, 15 de Novembro de 2011. ( As altas apostas de Moscovo na geopolítica da Energia- NdT )
[25] Ibid.
[2] Hüsnü Mahalli, Davutoglu Betting on the Fall of Assad, Al Akhbar English, 7 de Agosto de 2012.
[3] Steven G. Merley, Turkey, the Global Muslim Brotherhood, and the Gaza Flotilla, Jerusalem Center for Public Affairs, 2011, acessado em Ver também para mais ligações entre o AKP de Erdogan e a Irmandade Muçulmana, GlobalMB, Syrian Ambassador Names Associate Of Turkish Prime Minister As Muslim Brotherhood Leader, 25 de Maio de 2011. (Turquia, a Irmandade Muçulmana global e a flotilha de Gaza-NdT)
[4] A importância de $10 biliões foi aflorada numa conversa privadas com o autor por um personagem político e homem de negócios Turco que pediu para permanecer anónimo. Diplomatas Indianos, incluindo H.E. Gajendra Singh, antigo Embaixador em Ancara, confirmaram em meios independentes o financiamento Saudita do Turco AKP ( partido islamista no poder, do primeiro-ministro Erdogan-NdT). Presumivelmente algo mais de $10 biliões em dinheiro, que chegou com fortes exigências de Riade.
[5] F. William Engdahl, Salafism+CIA: The winning formula to destabilize Russia, the Middle East, Voltairenet.org, 13 de Setembro de 2012.
[6] Philip Giraldi, NATO vs Syria, 19 de Dezembro de 2011, The American Conservative.
[7] Linda Gradstein, Israel fears Syrian violence spilling over Golan Heights border, 4 de Outubro de 2012.
[8] Linda Gradstein, Israel fears Syrian violence spilling over Golan Heights border, 4 de Outubro de 2012.
[9] Ibid. p. 6.
[10] Andrew Ross Sorkin, Schlepping to Moguldom, 5 de Setembro de 2004; ver também Source Watch, Haim Saban.
[11] Ibid.
[12] Nathan Guttman, Bush officials subpoenaed in AIPAC trial, Jerusalem Post, 13 de Março de 2006.
[13] Alexander Medvedev, Role of Gas in a Sustainable Energy Future, 2nd Ministerial Gas Forum, Doha, Catar, 30 de Novembro de 2010. (O papel do Gás num Futuro sustentável com Energia-NdT)
[14] Hassan Hafidh and Benoit Faucon, Iraq, Iran, Syria Sign $10 Billion Gas- Pipeline Deal, The Wall Street Journal, 25 de Julho de 2011. (O Iraque, o Irão e a Síria assinam negócio de $ 10 Biliões de dólares para Gasoduto)
[15] “Wadah Khanfar, Al-Jazeera and the triumph of televised propaganda”, by Thierry Meyssan, Voltaire Network, 26 de Setembro de 2011.
[16] Daily Star, Syria Announces Gas Discovery, 17 de Agosto de 2011. (A Síria anuncia descoberta de Gás- NdT)
[17] Pepe Escobar, Why Qatar Wants to Invade Syria, Asia Times, 27 de Setembro de 2012.
[18] Ibid.
[19] F. William Engdahl, The New Mediterranean Oil and Gas Bonanza - Part 1: Israel’s Levant Basin—a new geopolitical curse?, VoltaireNet.org, 20 de Fevereiro de 2012.
[20] Ibid.
[21] Ibid.
[22] The Economist, Turkey’s political in-fighting: Erdogan at bay: The Turkish prime minister faces new enemies both at home and abroad, 25 de Fev. de 2012; ver também Hillary Clinton, Remarks With Foreign Minister Davutoglu After Their Meeting, Conrad Hotel Istanbul, Turkey, August 11, 2012. (The Economist : o P.M. Turco enfrenta novos inimigos tanto em casa como no exterior- 25 de Fev 2012- NdT)
[23] CSP, Center Report Reveals Radical Islamist Views and Agenda of Senior State Department Official Huma Abedin’s Mother, Washington, Center for Security Policy, 22 de Julho de 2012. See also Aaron Klein, Muslim Brotherhood endorses Obama faith adviser: Gives thumbs up to ’Sister Mogahed’ for Twitter post on dead journalist, WorldNetDaily, 29 de Abril de 2012.
[24] F. William Engdahl, Moscow’s High Stakes Energy Geopolitics, Voltairenet.org, 15 de Novembro de 2011. ( As altas apostas de Moscovo na geopolítica da Energia- NdT )
[25] Ibid.
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