Agressão israelita à Palestina
Renovado ontem, por 5 dias, o cessar-fogo de 72 horas na Faixa de Gaza, depois do segundo decretado no espaço de semana e meia no território, alvo de uma campanha militar criminosa apoiada pelo imperialismo e repudiada pelo mundo todo.
Há hora do fechamento da nossa edição, desconhecia-se se a interrupção provisória da ofensiva sionista, anunciada domingo, 10, e iniciada às 00h00 de segunda-feira, 11, seria seguida por uma nova trégua e por conversações de paz entre Israel e a Palestina, como propunha o Egipto. Seguro, no entanto, é que o primeiro-ministro israelita insiste na guerra argumentando que «não negocia sob fogo» - referindo-se aos foguetes lançados pelo Hamas contra colonatos situados em territórios palestinianos ocupados ilegalmente. Sem vergonha, Benjamin Netanyahu declarou mesmo que a campanha militar em curso é para «ajudar o povo de Gaza», que considera estar «a sofrer sob esta tirania de terror», e, admitindo a morte de «não-combatentes», afirmou não estar «certo de que a batalha tenha acabado».
As declarações de Netanyahu foram proferidas sexta-feira, 8, justamente quando terminava um cessar-fogo de 72 horas e a delegação israelita abandonava a capital egípcia, Cairo, recusando-se a prosseguir o diálogo. Na madrugada de sábado, 9, Israel retomou os bombardeio com grande intensidade contra a Faixa de Gaza (150 ataques, segundo fontes militares de Telavive) matando 15 palestinianos, incluindo crianças e adolescentes, informou o Ministério da Saúde de Gaza.
No total, cerca de um mês de assédio por terra, mar e ar contra a Faixa de Gaza provocou a morte a quase dois mil palestinianos, na sua esmagadora maioria civis e entre os quais centenas de crianças e mulheres.
Entre quinta-feira, 7, e domingo, 10, centenas de milhares de pessoas em dezenas de cidades em todos os continentes voltaram a protestar contra a vaga criminosa de Israel e o apoio imperialista a esta, e pelos direitos do povo palestino (ver páginas 14 e 19). Na Cisjordânia, os palestinianos também saíram à rua enfrentando a repressão do ocupante. O assassinato de um jovem e uma criança (alvejada pelas costas), sexta-feira, 8, e domingo, 10, respectivamente, bem como os ferimentos provocados a 15 palestinianos que integravam uma marcha de protesto em Hebron, realizada sábado, 9, demonstram que a barbárie sionista é dirigida contra todo um povo.
Entretanto, e apesar das pública manifestações de indignação face aos recentes bombardeamentos de instalações da ONU na Palestina, Ban Ki-moon está a ser denunciado como colaboracionista da política criminosa de Israel. Segundo informações publicadas sexta-feira, 8, na página da Wikileaks, o secretário-geral das Nações Unidas procurou minimizar os efeitos de um relatório que acusa o regime de Telavive pelos ataques a estruturas da organização, ocorridos entre Dezembro de 2008 e Janeiro de 2009.
O texto considera que o exército de Israel alvejou sete de nove instalações da ONU, violando a sua imunidade e nada fazendo para proteger a vida de quem lá se abrigava, mas numa carta enviada aos investigadores, Ban Ki-moon pediu para que se abstivessem de conselhos assegurando que Telavive continuava a trabalhar com as Nações Unidas.
De acordo com os dados publicados pela Wikileaks, a então assessora para a Segurança Nacional dos EUA conversou, em Maio de 2009, várias vezes com Ban Ki-moon, manifestando-lhe preocupação pelo conteúdo do relatório e desenvolvimentos ulteriores. Na altura, a equipa encarregue do apuramento dos fatos preparava-se para apelar ao Conselho de Segurança da ONU para que aprofundasse a investigação e intalasse outra semelhante relativa a ataques cometidos contra civis. Ban Ki-moon terá assegurado a Susan Rice que o seu pessoal «estava trabalhando com uma delegação israelita sobre o texto da carta de apresentação».
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