“Tem gente que muda de lado, e o lado de lá não vai fazer nada de bom pela periferia. Nós estamos de cá. Vamos lutar, vamos suar a camisa para trazer mais benefícios para a periferia”.
O prefeito Fernando Haddad comentou o avanço do conservadorismo e de que forma isso vai afetar as eleições municipais. "Este é um contexto delicado na vida nacional, mas se soubermos dialogar com a população, eu acho que vamos obter êxito".
A maior parte das políticas públicas feitas pela Prefeitura de São Paulo nos últimos três anos e meio começaram a ser implementadas na periferia da cidade. “Começou por onde o povo acorda mais cedo”, afirmou o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT-SP)
“Não é preconceito, mas é reconhecer que existe uma desigualdade na cidade que precisa corrigir com políticas públicas”, explicou. Ele se referia a pessoas que moram em bairros afastados, mas trabalham ou estudam nas regiões centrais e precisam acordar muito cedo.
Um dos exemplos citados foi o programa LED nos Bairros. O prefeito recordou que, em alguns bairros, não existia nenhum tipo de iluminação antes de 2013. A iniciativa, da Secretaria de Serviços, não somente resolveu este problema, como levou luz mais forte, melhorando a segurança à noite.
Entre as vantagens do LED em relação às lâmpadas de vapor de sódio é a duração de cerca de 12 anos (contra cinco do sódio), o consumo de 50% menos de energia, além da melhora notável na iluminação.
O programa teve início em 2015 em Heliópolis (zona sul), com a instalação de 1.277 luminárias. Foram também beneficiados os seguintes bairros: Brasilândia (9.400 pontos LED), Jardim Ângela (10.100), Jardim Helena (5.900), Lajeado (6.800), Pedreira (6.300), Raposo Tavares (5.300) e Sapopemba (11.300).
Mobilidade urbana
Quanto à mobilidade, foram criados 400 quilômetros de faixa exclusiva de ônibus. “Peguei um ônibus no terminal Itaquera e levei 1h5 para chegar no Parque Dom Pedro. Com ar condicionado, com wi-fi. Nós estamos trocando a frota”, contou.
O prefeito ainda mencionou os resultados positivos com a redução do limite de velocidade nas marginais, como, por exemplo, a diminuição de acidentes. “Uma medida para civilizar a cidade, para que as pessoas possam chegar em casa em segurança”.
Para ele, estas são algumas políticas que melhoraram o tráfego em vias que ligam o centro da cidade à zona leste. Haddad disse que hoje é possível ir, em até 20 minutos, até o Aeroporto Internacional de Guarulhos.
“Dá para ir em até 11”, complementou um participante da plenária. “Mas vocês estão respeitando o limite de velocidade”, brincou o prefeito.
Um ano após determinação dos limites de velocidade mais baixos nas marginais dos rios Tietê e Pinheiros, um estudo da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) revelou uma constante queda na lentidão do tráfego e no número de acidentes com vítimas. Houve queda de 38,5% nos acidentes e a lentidão do fluxo de veículos apresentou redução de 8,7%.
O número de acidentes com vítimas caiu de 608 no primeiro semestre de 2015 para 380 no mesmo período em 2016. O número de atropelamentos também diminuiu de 27 para nove no período avaliado. A redução ocorreu mesmo com o registro de aumento da frota de veículos da cidade de São Paulo.
Haddad citou também o passe livre para estudantes e idosos, o Bilhete Único Mensal que teve seu preço mantido desde sua criação, além das linhas de ônibus que passaram a funcionar durante a madrugada desde março de 2015.
Em sua avaliação, outro fato que não pode ser esquecido é a construção de 384 creches em sua gestão. Na prática, são 94 mil crianças que não tinham onde ficar e hoje têm, por 10 horas por dia, com 5 refeições.
“E não é com merenda seca não, é com merenda de boa qualidade”, referindo-se às merendas secas servidas nas escolas estaduais pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB-SP).
Em sua fala, Haddad lamentou que alguns setores da imprensa tradicional não noticiem os dados positivos que surgem graças a estas políticas.
“No Brasil, em função de uma série de práticas, a imprensa resolveu falar que ninguém presta na política (…) Tem gente boa na política, tem gente respeitável na política”.
Por ser uma grande cidade, com muitos habitantes, existem setores com desafios maiores. A saúde é um deles. Haddad afirmou que é difícil acabar completamente com a fila do Sistema Único de Saúde (SUS), mas disse que estão trabalhando “no caminho certo” para oferecer mais atendimento à população, com qualidade. Por isto, há 15 Unidades de Pronto Atendimento (UPA) em construção na cidade.
“Tem gente que muda de lado, e o lado de lá não vai fazer nada de bom pela periferia. Nós estamos de cá. Vamos lutar, vamos suar a camisa para trazer mais benefícios para a periferia”.
Nesta quarta-feira (20), Haddad sancionou a Lei de Fomento às Periferias, uma demanda histórica dos movimentos sociais que lutam pelo fortalecimento na cultura nos bairros.
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