A Frente Povo Sem Medo fez protesto próximo à residência do interino, neste domingo.
Muitos policiais barraram a passagem de todo e qualquer cidadão e um presidente ilegítimo, constrangido, voltando mais cedo que o previsto de sua casa, em São Paulo, para Brasília.
Segundo os soldados da PM, o local foi transformado em "área de segurança presidencial"
Só moradores podem entrar em ruas do Alto de Pinheiros, que virou 'área de segurança presidencial'
Temendo a manifestação contra esse governo GOLPISTA a segurança do presidente interino Michel Temer fechou todas as vias de acesso à rua onde ele mora, no bairro Alto Pinheiros, em São Paulo.
Resultado de mais um protesto contra Temer em São Paulo. Neste domingo, dia 22, foi a vez da Frente Brasil Popular – da qual a CUT faz parte – organizar uma caminhada do Largo da Batata, bairro de Pinheiros, até a casa do interino, próxima dali, num dos bairros com o metro quadrado mais caro da capital paulista.
Os organizadores calcularam em 50 mil os participantes. A mídia provinciana falou em 7 mil.Muita gente da periferia foi até o bairro de luxo protestarMuita gente da periferia foi até o bairro de luxo protestar
O domingo de hoje oferecia duas concorrências grandes à participação em um protesto de rua. Havia diversos shows gratuitos acontecendo em São Paulo, oferecidos pela Virada Cultural da prefeitura, e um sol ameno.
A concentração no Largo da Batata começou às 14h. O povo foi chegando, movimentos de moradia, skatistas, estudantes, gente de todo tipo, trabalhadores, até que a caminhada começou.
Próximo à residência de Temer, por volta das 17h, a manifestação chegou. Com o lema “Temer Jamais – Resistir em Defesa dos Direitos”, os participantes se depararam com barreiras policiais nos três acessos possíveis à casa do interino. Segundo o site do jornal O Estado de S. Paulo, Temer já havia dado o fora por volta das 14h.
Já era início de noite, 18h30, e os manifestantes continuavam nas proximidades, sem demonstrar interesse em ir embora. Os vizinhos de Temer reclamavam ao se deparar com as barreiras policiais.
Tropa de choque invade ocupação de praça em frente à casa de Temer em São Paulo
Por volta da meia-noite de hoje (23), oficiais da tropa de choque da Polícia Militar iniciaram um ataque aos manifestantes que, horas antes, haviam ocupado uma praça próxima à casa do presidente GOLPISTA, Michel Temer. A coordenação da frente Povo Sem Medo, acusa o governador Geraldo Alckmin (PSDB) de coordenar diretamente a ação policial, que utilizou jatos d’água, bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para retirar os ocupantes.
"Enquanto apoiadores do golpe e do impeachment permaneceram dois meses acampados na Paulista, em frente à Fiesp, ninguém alegou obstrução da via para expulsá-los", protestou Guilerme Boulos, um dos organizadores da mobilização e coordenador do MTST.
Boulos também afirmou que as cenas de repressão não vão arrefecer os ânimos. "Se eles acham que reprimindo vão ou obstruir a luta popular, eles estão muito enganados", disse Boulous, comparando o jato d'água disparado contra os manifestantes com gasolina lançada ao ogo. "A fogueira agora só vai aumentar", declarou, em entrevista aos Jornalistas Livres.
As manifestações contra o golpe de Temer e Cunha e pela defesa do retorno da presidenta eleita acontecem todos os dias, em diversas cidades do Brasil.
Em São Paulo, ao longo da tarde até o início de noite de sábado, intelectuais, lideranças políticas e jornalistas participaram de plenária popular contra o golpe e Temer na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade
No que meu pai, Rubens Paiva, estaria pensando hoje?'
Filha de deputado morto pela ditadura recorda discurso de 1964. Para Comparato, impeachment não tem participação popular. E a professora Maria Victoria Benevides vê "perversidade" no golpe
ROBERTO PARIZOTTI / CUT
Grito pela Democracia, evento realizado em São Paulo, uniu representantes de movimentos sociais, partidos políticos,intelectuais, e ativistas contra o governo interino
A Professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), Vera Paiva conta que a situação política brasileira tem provocado reflexões na família, com a inevitável lembrança do ex-deputado Rubens Paiva, morto em 1971 pela ditadura e cujo corpo não foi descoberto até hoje. "No que meu pai estaria pensando hoje?", disse a psicóloga, durante o Grito pela Democracia, evento realizado no dia 21/05 em São Paulo, com representantes de intelectuais, movimentos sociais, partidos políticos e ativistas, contra o governo interino.
Ela citou discurso na Rádio Nacional do então deputado pelo PTB em 1º de abril de 1964, com o golpe em andamento, em que ele defende o governo João Goulart e faz um apelo à resistência. O áudio foi recuperado dois anos atrás pela Empresa Brasil de Comunicação. "Ele não teve a sorte de contar com a resistência que estamos vendo nos dias de hoje", afirmou Vera.
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