Educadores estão em campanhas salariais e manifestam apoio aos colegas massacrados no Paraná
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Da Redação da Agência PT de Notícias
Professores de 10 estados estão em negociação por melhores salariais e condições de trabalho. Para unir as reivindicações da categoria, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) convocou para terça-feira (5) uma mobilização nacional.
Segundo a secretária-executiva da CNTE, Berenice D’arc, além do luto pelos professores massacrados pela Polícia Militar do Estado do Paraná (PM-PR), na última quarta-feira (29), a categoria está mobilizada pela aplicação do piso salarial em todo o território nacional e a rejeição pelo Senado do Projeto de Lei Complementar (PLC) 30/15, que dispõe sobre a terceirização das atividades-fim dentro das empresas.
“Há estados e municípios que ainda não pagam o piso estabelecido em lei. Esperamos que nenhum governo tome o governo do Paraná como modelo de negociação”, ressalta Berenice.
A sindicalista atenta que a greve é o último recurso dos operários quando não há disposição dos patrões em negociar. Para ela, toda a sociedade sofre com um processo de greve, mas os profissionais da educação merecem mais respeito. “De nossa parte sempre houve disposição para negociar e os governos devem saber negociar”, afirma Berenice.
Greves - Além das greves dos professores do Paraná e São Paulo, outros estados e municípios estão com as atividades escolares paralisadas em função da jornada de lutas dos profissionais da educação.
Em Santa Catarina, os professores do estado lutam contra a Medida Provisória (MP) 198, que desvincula os professores temporários (ACTs) do plano de carreira do magistério e os enquadramentos salariais na nova carreira, propostas pelo governador Raimundo Colombo (PSD). A categoria está em greve desde o dia 24 de março.
Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Santa Catarina (SINTE-SC) acusou o governo de má fé, uma vez que havia um acordo para a MP ser analisada e negociada, mas ele a enviou à Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC), no período de carnaval, quando os professores estão dispersos a mobilização é mais difícil.
Na manhã da segunda (27) houve uma audiência, mediada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), com o secretário da Educação, Eduardo Deschamps, a pessoa encarregada pelo governo de negocial, Décio Vargas, na Fundação Escola de Governo, em Florianópolis com o objetivo de reabrir as negociações. Segundo o SINTE, não houve avanço nas negociações e a greve não será interrompida. Ao fim da reunião, Deschamps pediu ao sindicato para enviar ao governo um documento com as condições da categoria para a retomada das negociações.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Santa Catarina (SINTE-SC) emitiu nota em que repudia veementemente o comportamento do governador Beto Richa e é contra qualquer tipo de violência contra os trabalhadores do Estado do Paraná.
Paraíba – Em greve desde o dia 1º de abril, cerca de 30 mil professores, de 806 escolas de todo o estado, lutam por um reajuste de 13,01%, Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), gratificação dos diretores de escolas, eleições em todas as escolas do estado, cumprimento da lei do piso salarial e redução da carga horária para 30 horas semanais.
Os estudantes, por meio da Associação dos Estudantes Secundaristas da Paraíba (AESP) e da União Nacional dos Estudantes Secundaristas (UBES) apoiam a greve dos professores, desde o dia 23 de abri, ao mesmo tempo que apresentam suas altas de reivindicações, como a instituição do passe livre irrestrito para os estudantes, a reformulação do Ensino Médio e a valorização dos professores.
Piauí – Estão em greve desde o dia 27 de abril, cerca de oito mil vigias, merendeiras e zeladores das escolas estaduais do Piauí. Eles paralisaram suas atividades contra a proposta de reajuste salarial do desde, de 9%, quando a categoria reivindica 13%. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí (Sinte-PI), os servidores estão com salários defasados há quatro anos e períodos de férias não gozados.
Amapá – Os professores municipais da capital Macapá estão em greve desde o dia 15 de abril em luta por um reajuste de 13%. A prefeitura ofereceu um reajuste de 4% alegando não haver condições financeiras para o pleito dos professores. Segundo o Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos em Educação (Sinsepeap), houve aumento do orçamento municipal, em 2015, que dá condições de o governo atender as reivindicações dos professores.
Minas Gerais – Pelo fato de a prefeitura municipal de Betim, região metropolitana de Belio Horizonte, os professores da rede municipal estão em greve desde a segunda-feira (28). De acordo com o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUte), a prefeitura não aceitou a proposta de reajuste salarial e de benefícios e não apresentou nenhuma contraproposta.
O sindicato ainda questiona três projetos de lei apresentados pelo município. A prefeitura pretende abater o valor dos juros uma dívida com o Instituto de Previdência Social de Betim (Ipremb), por não ter recolhido ao fundo previdenciário entre os anos de 1992 a 2005.
A prefeitura pretende, também, reduzir de 14% para 11% a alíquota patronal do auxílio doença e dividir os professores em duas categorias, o que diminuiria as arrecadações do Ipremb.
Alagoas - Os profissionais da rede oficial de educação de Maceió (AL) estão em greve desde o dia 22 de abril e assim permanecerão até quarta-feira (13) para pressionar a prefeitura a ceder a reivindicação de um reajuste salarial de 13,01%. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (SINTEAL), a administração pode conceder o reajuste, uma vez que a educação de Maceió é dotada de recursos próprios.
Cumprindo determinação tirada em Assembleia Geral, na quarta-feira (29), os professores armaram uma tenda na Praça Deodoro, na manhã desta segunda-feira (4), para dialogar com a sociedade e apresentar os motivos da greve. De acordo com o sindicato, o governo mentiu ao afirmar na justiça que houve acordo com o sindicato, quanto não houve.
Os professores também apresentaram à sociedade as condições e que algumas escolas estão funcionando. Segundo o sindicato, por falta de professores, as turmas estão sendo entegues a estagiários sem supervisão, há escolas sem muros e com tetos desabando, salários abaixo do salário mínimo, entre outras questões.
Goiás - Cerca de 20 escolas da rede municipal e 73 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) de Aparecida de Goiânia, região metropolitana de Goiânia, estão sem atividades desde esta segunda-feira (4), segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego). Os professores reivindicam o pagamento do piso salarial, R$ 1.917, concessão de licença-prêmio, aumento do vali-alimentação e a progressão vertical, que permite acesso de todos a cargos superiores, mediante avaliação de títulos.
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