Google entregou dados ao FBI
Informado quase três anos após o cumprimento do mandato judicial, o portal fundado por Julian Assange pretende que a Google esclareça cabalmente a entrega às autoridades norte-americanas de conteúdos privados de três dos seus jornalistas associados.
Advogada de Julian Assange, Melinda Taylor, WikiLeaks jornalistas Kristinn Hrafnsson e Sarah Harrison and ex-juiz Baltasar Garzon (Esq => Dir) |
A Google argumenta que esteve sujeita a sigilo e defende-se com a historinha de «advogar em favor de nossos utilizadores», mas o portal WikiLeaks exige saber todos os detalhes sobre os conteúdos entregues, com que fundamento a empresa os cedeu e a razão pela qual obedeceu a um suposto segredo de Justiça impedindo que os jornalistas se defendessem da melhor forma.
Ao FBI foi facultado pela Google, endereços de correio-eletrónico e de IP, praticamente todas as mensagens enviadas e recebidas, bem como rascunhos e mensagens eliminadas, fontes e destinos de cada e-mail, datas, horários e duração das conversas, endereços de correio alternativos, números de contas bancárias e de cartões de crédito.
O WikiLeaks está na mira dos EUA desde a publicação, em 2010, de milhares de documentos secretos fornecidos pelo militar norte-americano Bradley Manning, incluindo comunicações entre embaixadas e registos das guerras do Iraque e Afeganistão.
Washington acusa o portal de violar uma lei de espionagem datada de 1917 e a legislação em vigor sobre fraude e abuso informático, normas usadas também contra Edward Snowden, ex-agente dos serviços secretos dos EUA que se refugiou na Rússia com um número indeterminado de ficheiros confidenciais.
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, encontra-se exilado desde Junho de 2012 na representação diplomática do Equador em Londres, depois de ter perdido uma batalha judicial contra a sua extradição para a Suécia, cujas autoridades o acusam de assédio sexual. Assange nega o crime e considera que a extradição para a Suécia seria um passo intermédio para a sua entrega aos EUA, onde teme não ter direito a um julgamento justo e imparcial.
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