Centrais sindicais da Itália convocaram greve geral em protesto contra as reformas econômicas e sociais do governo de Matteo Renzi.
O principal alvo das manifestações é o "Ato Trabalhista" do premiê, que tem como objetivo afrouxar as restrições para demissões de funcionários quando as empresas enfrentam uma crise e enfraquece o direito de protestar contra demissões ilegais.
O principal alvo das manifestações é o "Ato Trabalhista" do premiê, que tem como objetivo afrouxar as restrições para demissões de funcionários quando as empresas enfrentam uma crise e enfraquece o direito de protestar contra demissões ilegais.
Com o desemprego em nível recorde e a falta de trabalho entre os jovens chegando a 40 por cento, os sindicatos dizem que as reformas e cortes de gastos estão punindo injustamente os trabalhadores e não serão úteis para retomar o crescimento.
"O governo precisa mudar suas políticas para o emprego", disse Susanna Camusso, chefe do CGIL, o maior sindicato da Itália. "O Ato Trabalhista e o orçamento não fazem nada para recuperar a economia e criar empregos."
Com a Itália sob pressão crescente para cumprir as metas de déficit e dívida da União Europeia, o progresso de Renzi está sendo monitorado pelos parceiros da UE. A Comissão Europeia e a chanceler alemã, Angela Merkel, cobraram ações mais rápidas de Roma.
A greve dos sindicatos CGIL e UIL atingiam os serviços de transportes, hospitais, escolas e da administração pública na Itália.
Mais de 50 manifestações estão previstas em várias cidades italianas.
A greve geral começou no início da manhã e foi convocada pela principal central sindical da Itália, a CGIL, de esquerda, e a terceira mais importante, a UIL, moderada.
O principal alvo dos protestos é a lei trabalhista do primeiro-ministro Matteo Renzi, aprovada pelo Parlamento na semana passada, e que, segundo os sindicatos, visando a encorajar contratações, facilita as demissões e reduz os direitos e a proteção dos trabalhadores nos primeiros anos de contrato.
Os sindicatos criticam igualmente o projeto de Orçamento do Estado para 2015, considerando insuficientes as medidas de recuperação da economia.
Desde que assumiu a chefia do governo, em fevereiro, Renzi mantém relações tensas com os sindicatos, ao eliminar ações de melhoria social em diversas áreas.
"O governo comete um erro ao eliminar a discussão e a participação" dos sindicatos na produção das leis, afirmou a secretária-geral da CGIL, Susanna Camusso. "O governo tem de escolher entre o conflito e o diálogo", acrescentou.
As reformas mais criticadas têm sido a educacional, a trabalhista e a Lei de Estabilidade. Enquanto esta última prevê um corte de 18 bilhões de euros nas despesas públicas, a trabalhista, que também é chamada de Jobs Act, flexibilixa a legislação e altera o artigo que proíbe demissões sem justa causa.
A secretária-geral da CGIL, Susanna Camusso, afirmou que o governo Renzi "erra ao excluir a participação popular" das tomadas de decisões. "É uma escolha do governo continuar atiçando o conflito ou debater a questão".
"Hoje pararemos a Itália para fazê-la andar na direção certa", disse, por sua vez, o secretário-geral da UIL, Carmelo Barbagallo.
"Hoje, milhões de trabalhadores faltaram em seus empregos, milhões de pessoas estão participantes de nossas iniciativas, junto com os estudantes", comentou.
Na quinta-feira 11, ao comentar a paralisação para hoje, Renzi disse "respeitar muito" a greve geral, mas "não partilhar das suas motivações". Ele desejou "bom trabalho a quem fosse trabalhar e boa sorte a quem fizesse greve".
Em outubro e novembro, quando foi confrontado por várias greves, Renzi foi mais duro na reação, ao afirmar que "o tempo em que as manifestações bloqueavam o governo acabou" e que, "se os sindicalistas querem negociar, devem candidatar-se ao Parlamento".
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