Lula, em reunião com a bancada do PT no Senado, conversou com os senadores sobre a atual conjuntura política no país após as eleições.
06/11/2014 15:37 | Reunião entre o ex-presidente Lula e senadores do PT delimitou a estratégia que o partido irá usar para enfrentar essa oposição no Senado; "Vamos reforçar o trabalho da bancada para fazer frente a oposição. A presidenta está oferendo a mão para dialogar. Se a oposição quiser trabalhar pelo Brasil estamos abertos ao diálogo. Mas eles têm que descer do palanque, cair na real, deixar a ficha cair e aceitar que perderam a eleição".
Prioridade de senadores é defender governo
Os senadores do PT, tanto os eleitos quanto os que já ocupam cadeiras no Congresso Nacional, se queixaram da falta de apoio que o PMDB, partido do vice-presidente da República, Michel Temer, oferece ao partido de Dilma Rousseff.
Eles reclamam de o PMDB só ter apoiado o PT em um único Estado de grande porte no país: Minas Gerais. Afirmaram que o PMDB são "três partidos em um só". As reclamações foram endossadas pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão.
Os senadores também cobraram mais diálogo com governo Dilma Rousseff e celeridade na escolha dos ministros. Lula argumentou que a sigla precisa se manter coesa na Casa Legislativa, porque a oposição montou uma bancada forte com José Serra (PSDB-SP), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado na disputa presidencial de outubro.
Segundo Humberto, durante a reunião com Lula foram diversos assuntos com maior ênfase na realização de um balanço do resultado das eleições em todo o Brasil, a composição partidária no Senado no novo cenário pós-eleitoral, a correlação de forças e o cenário político para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. "Não tratamos sobre 2018", adiantou o Humberto Costa (PE).
Humberto também afirmou que a conversa entre Lula e a presidente Dilma, realizada na última segunda-feira (3), teria animado o ex-presidente quanto as perspectivas para o segundo mandato de Dilma. "Ele [Lula] está bem animado e convicto que a presidenta Dilma fará um grande segundo mandato. Vamos todos trabalhar para isso".
Apesar da correlação de forças ter entrado na pauta do encontro, Humberto disse que o PT não deverá disputar a presidência do Senado. "A presidência da Casa deverá continuar com o PMDB, que possui a maior bancada. Este entendimento permanece o mesmo", afirmou.
O líder do PT no Senado disse, ainda, que espera que o PSDB aceite o resultado das urnas e se disponha a dialogar. "Vamos reforçar o trabalho da bancada no Senado para fazer frente a oposição que cresceu com quadros mais preparados e experientes. A presidente está oferendo a mão para dialogar. Se a oposição quiser trabalhar pelo Brasil estamos abertos ao diálogo. Mas eles têm que descer do palanque, cair na real, deixar a ficha cair e aceitar que perderam a eleição", destacou.
Para Humberto, a condicionante imposta pelo senador e candidato derrotado na eleição presidencial Aécio Neves (PSDB) – de que só haverá diálogo caso haja o aprofundamento das investigações referentes ao esquema de corrupção na Petrobras – seria uma espécie de manobra para travar o diálogo. "Eles estão utilizando a Petrobras como pretexto. O caso está sendo apurado e o Governo está atuando no combate à corrupção. Em breve a presidente Dilma irá apresentar um conjunto de medidas que irá ampliar ainda mais o combate a corrupção", disse.
Em reunião com o ex-presidente Lula, senadores traçaram estratégia para enfrentar fortalecimento da oposição no Senado
Senador Humberto Costa (PT-PE) (Antonio Cruz/ABr/VEJA)
A bancada do PT no Senado se reuniu nesta quinta-feira em São Paulo com o Luiz Inácio Lula da Silva para traçar uma estratégia de fortalecimento da sigla na próxima legislatura – e de enfrentamento da oposição, que ganha força com a volta de nomes de peso ao Congresso, como os tucanos José Serra e Tasso Jereissati. Além disso, desde que saiu da corrida eleitoral com um capital de 50 milhões de votos, o senador Aécio Neves (PSDB) reforçou seu papel de líder da oposição. O encontro também serviu para que a sigla fizesse um balanço das eleições de outubro e definisse as estratégias do PT para o futuro.
Rui Falcão, presidente nacional do partido, e que também participou da reunião, disse que o ex-presidente falou ainda sobre união da bancada, colocando como prioridades a defesa do governo e ter "presença permanente" no Congresso. "Nossa perspectiva é de um governo bastante legitimado, que tem um compromisso com mudanças e que apresentou inclusive os caminhos para isso", afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
Sobre as estratégias para atuação no Senado, Costa admitiu que houve uma qualificação da oposição, com nomes de maior experiência assumindo cadeiras, mas disse que a bancada petista estará preparada. "Entendemos que, do ponto de vista quantitativo, não tivemos grandes mudanças no Senado. Queremos consolidar relacionamento dentro dessa bancada de apoio ao governo", afirmou. "Naturalmente que tivemos, do ponto de vista da oposição, uma qualificação da bancada. Sabemos que isso vai tornar o debate mais rico, mais duro, mas também isso abre a possibilidade de negociação em torno de temas e propostas", completou. O líder reforçou que a ideia é preparar a bancada do PT para fazer esse enfrentamento de ideias no Congresso, mas abrindo também espaço para um "diálogo mais permanente".
Costa preferiu falar em qualificação da bancada da oposição como um todo, sem se dirigir especificamente ao PSDB. A principal legenda de oposição traz nomes para a nova legislatura como de Serra (SP), Jereissati (CE) e Antonio Anastasia (MG). Questionado se a volta de Marta Suplicy (SP), que se afastou do Senado para assumir o ministério da Cultura, pode ajudar a reforçar a bancada petista, Costa disse que sim. "A Marta vai sem dúvida contribuir fortemente", afirmou o líder que também citou os novos senadores eleitos pelo partido Paulo Rocha (PA) e Fátima Bezerra (RN) como quadros experientes que darão peso à bancada petista, mas ressalvou que a bancada atual tem conseguido sustentar um "bom diálogo político" com a oposição.
Marta foi convidada para a reunião, mas não pôde comparecer por questão de agenda. Ela confirmou ontem que vai deixar o ministério e voltar ao cargo de senadora.
Falcão fez questão de enfatizar que a reunião aconteceu por pedido da bancada, dizendo até que os senadores pediram a formação de um calendário de reuniões periódicas com Lula. O presidente nacional do PT evitou responder perguntas sobre o ex-presidente assumir uma presença maior no segundo mandato de Dilma. "Houve uma coincidência porque o presidente também quer conversar com as pessoas", disse Falcão. Ele falou ainda que o ex-presidente, bem como o PT, têm focado em discussões sobre a renovação do partido e sobre como afastar a "pecha injusta" de corrupção que ficou como imagem da legenda.
A reunião contou com toda bancada do PT no Senado, à exceção de Jorge Viana (AC), que está em viagem. Os senadores saíram sem falar com a imprensa, apontando Costa e Falcão como porta-vozes.
Presidência do Senado - Humberto Costa disse que não se discutiu diretamente, na reunião com Lula, a eleição para a presidência do Senado. Apesar de dizer que a estrutura de eleição na Casa é "razoavelmente pacificada". O entendimento de que o PMDB, por ter a maior bancada, pode eleger o presidente, Costa disse que o PT quer refletir sobre esse sistema. "Obviamente, queremos discutir o processo", afirmou.
Senador Humberto Costa (PT-PE) (Antonio Cruz/ABr/VEJA)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do PT, Rui Falcão, se reuniram na manhã desta quinta-feira (6) com a atual e próxima bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado em São Paulo.
O ex-presidente conversou com os senadores sobre a atual conjuntura política no país após as eleições.
Senadores presentes
06/11/2014 15:37 |
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do PT, Rui Falcão, se reuniram na manhã desta quinta-feira (6)com a atual e próxima bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado em São Paulo.
Encontro de Lula com prefeitos do PT em São Paulo
O ex-presidente conversou com os senadores sobre a atual conjuntura política no país após as eleições.
Senadores presentes
Humberto Costa (Pernambuco)
Delcídio Amaral (Mato Grosso do Sul)
Eduardo Suplicy (São Paulo)
Ana Rita (Espírito Santo)
Wellington Dias (Piauí)
Maria Regina Sousa (Piauí)
Angela Portela (Roraima)
Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte)
Gleise Hoffman (Paraná)
Paulo Paim (Rio Grande do Sul)
Aníbal Diniz (Acre)
José Pimentel (Ceará)
Walter Pinheiro (Bahia)
Paulo Rocha (Pará)
Lindberg Farias (Rio de Janeiro)Lula se reúne com a bancada do PT no Senado06/11/2014 15:37 |
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do PT, Rui Falcão, se reuniram na manhã desta quinta-feira (6)com a atual e próxima bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado em São Paulo.
Encontro de Lula com prefeitos do PT em São Paulo
07/11/2014 16:59 |
Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira (7) de uma reunião com prefeitos e prefeitas petistas do estado de São Paulo.
Entre os presentes, estavam o presidente nacional do PT, Rui Falcão, os prefeitos Fernando Haddad, de São Paulo, Luiz Marinho, de São Bernardo do Campo, Márcia Rosa, de Cubatão, e mais 56 prefeitos.
Durante a reunião foi feito um balanço do cenário político pós-eleição no estado e uma avaliação para os próximos anos.
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